Simone de Melo Norat Campos – Dentista Casa Durval Paiva – CRO:1784
As unidades de terapia intensiva (UTI) são lugares especiais onde se cuida de pacientes que estão em estado crítico, precisando de atenção médica intensiva. Esses cuidados são oferecidos em diferentes níveis, para atender às necessidades de cada paciente.
A odontologia hospitalar vai além da área bucomaxilofacial. Ela ajuda a prevenir problemas que podem levar a contaminações e a complicações nos tratamentos de saúde. Isso melhora os resultados clínicos e reduz fatores que podem afetar negativamente o tratamento.
É importante lembrar que a saúde bucal está ligada à saúde geral das pessoas. Por isso, dentistas, enfermeiros, médicos e todos os profissionais de saúde precisam trabalhar juntos. Essa colaboração é essencial para prevenir problemas, encaminhar pacientes e oferecer o tratamento adequado.
As infecções bucais oportunistas são mais frequentes em pacientes imunocomprometidos, com destaque para infecções fúngicas e virais, que podem ser resistentes a tratamentos convencionais e causar complicações significativas. O herpes simples oral é comum em pacientes internados na UTI, onde a imunossupressão contribui para manifestações mais graves. Desde a década de 1980, as infecções por cândida têm sido reconhecidas como um problema crescente em ambientes hospitalares, especialmente em UTIs, onde fatores como pH baixo, fluxo salivar reduzido e higienização inadequada favorecem a colonização por essas espécies. O uso de medicamentos, imunossupressão e tratamentos como radioterapia e quimioterapia também aumentam o risco. A candidíase oral pode causar desconforto, redução do paladar e, em casos graves, se disseminar para o trato gastrointestinal, potencialmente levando à morte.
As espécies mais comuns em pacientes de UTI são C. albicans, C. glabrata e C. tropicalis. O trismo (limitação de abertura de boca), também pode ser encontrado com certa frequência em pacientes acamados por longo tempo, como os que se encontram em unidades de terapia intensiva (UTI). Quando alojado por longo tempo nesses pacientes, pode levar a lesões na mucosa bucal, como de fratura dentária e dento-alveolar. O trismo pode ocorrer também em pacientes oncológicos submetidos à cirurgia e a quimio e radioterapia de cabeça e pescoço. Pode levar a consequências como dificuldade de alimentação e problemas nutricionais. O tratamento vai depender de cada caso, podendo contemplar o uso de relaxantes musculares, placas de proteção e/ou miorrelaxantes, fisioterapia, dentre outros.
É importantíssimo a participação do cirurgião dentista em uma equipe multiprofissional, pois ajuda a reduzir o risco de problemas de saúde e infecções hospitalares relacionadas à saúde bucal. Isso pode diminuir a necessidade de antibióticos, o tempo que o paciente passa no hospital e, assim, os custos do tratamento, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Essa integração é fundamental para um atendimento mais completo e eficaz.
