Patrícia Lino – Nutricionista Casa Durval Paiva – CRN 35921
Vem sendo discutido cada vez mais sobre a obesidade infantil que pode apresentar diferentes causas, pode ter uma associação entre fatores genéticos, comportamentais e ambientais. Apesar de poder ocorrer, por exemplo, devido a alterações hormonais, dois dos principais fatores são os hábitos alimentares incorretos e o sedentarismo. Também pode estar envolvido o aleitamento materno de curta duração e introdução de alimentos de forma inadequada.
Para evitar esses riscos, é essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto (a partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e com os alimentos balanceados. Se esse período não tiver o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados.
Além disso, observa-se, também, um aumento no consumo de alimentos ricos em gorduras, de carboidratos e de alimentos ultraprocessados. Os chamados fast food, que vem, cada vez mais, ganhando espaço em uma sociedade que, muitas vezes, conta com pouco tempo para o preparo de suas refeições. Com isso, resulta em uma alimentação cada vez menos saudável sendo oferecida às crianças.
Isso acaba gerando uma alimentação inadequada, sem falar que é muito comum observarmos crianças passando horas assistindo à televisão, jogando videogame ou simplesmente navegando na internet pelo seu celular e isso faz com que as crianças mostrem baixos níveis de interesse por atividades físicas.
Já os hábitos saudáveis têm mais chances de continuar se começarem logo na infância. Por isso, é preciso chamar atenção para a qualidade de vida e rotina alimentar balanceada. A estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. Esses números reforçam a importância de que ter ambientes saudáveis e promover a educação alimentar, desde cedo, pode evitar doenças que podem acompanhar durante o desenvolvimento e ao longo de toda a vida, afetando o desempenho durante o tratamento e aumentando o risco de vários agravos.
Os salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados devem sair de cena e dar mais espaço aos alimentos que já conhecemos bem, como arroz, feijão, legumes e frutas. Portanto, o acesso à informação sobre escolhas mais saudáveis para as famílias, profissionais de saúde, cuidadores e responsáveis é fundamental para combater a obesidade infantil.
