O dia de 24 de outubro de 1929 ficou marcado na história mundial como a “Quinta-feira Negra”. Foi nesse dia que ocorreu o conhecido crash da bolsa de valores de Nova York, que deu origem à Grande Depressão, a pior e mais longa crise econômica do capitalismo no século XX.
Veja como o cursinho on-line pode te ajudar a entender melhor essa crise que representou uma devastação da economia mundial e, assim, tirar de letra a prova de história.
Cenário pré-crise
Para entender melhor o que levou à queda da bolsa de valores, é preciso compreender qual era o cenário mundial naquele momento. Veja:
Primeira Guerra Mundial – antes do início da Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra era considerada a principal potência econômica do mundo. O conflito, que ficou centrado na Europa e durou pouco mais de quatro anos, deixou os países do continente arrasados e suas economias enfraquecidas.
Crescimento dos EUA – com isso, os Estados Unidos – que antes mesmo da guerra já dava sinais de prosperidade – viram o caminho livre para ocupar o posto de país mais rico e dominar os principais mercados do globo.
Entre 1918 e 1928, a produção norte-americana cresceu de forma exorbitante. A euforia causada pela prosperidade econômica aliada ao consumo exagerado deu início à cultura do “American Way of Life”, termo usado para se referir ao estilo de vida dos americanos, baseado na aquisição de bens de consumo.
A taxa de desemprego era baixíssima, oscilava entre 2% e 4%, a produção norte-americana respondia por 42% de todas as mercadorias fabricadas no mundo e o país era o maior credor do mundo.
Investimentos na bolsa de valores – esse era o cenário perfeito para se acreditar que a prosperidade não teria fim, tanto que o boom econômico incentivou um intenso investimento na bolsa de valor, com uma alta de 17%.
Como o salário não acompanhou esse crescimento da economia e permaneceu estagnado, a compra de títulos e ações se tornou popular entre pessoas físicas, já que era considerado um negócio seguro e de lucro certo.
Desregulação do mercado – porém, a falta de regulação do mercado fez com que esse crescimento da bolsa se tornasse apenas especulativo, já que não mais correspondia com o aumento dos lucros. Essa alta se resumia no seguinte processo:
- Pessoas compravam ações na bolsa e esperavam sua rápida valorização;
- Logo em seguida, revendiam as ações por um preço maior,
- Assim, os valores dessas ações aumentavam apenas pelo movimento de compra e venda, e não mais pela lucratividade da empresa.
Paralelamente a esse processo, a economia europeia foi se recuperando e deixando gradativamente de importar dos Estados Unidos. Assim, o mercado norte-americano perdeu um importante canal de escoamento de sua produção, gerando um excedente alimentício e industrial insustentável e deixando o mercado financeiro em alerta.
O crash e a Grande Depressão
A partir de setembro de 1929, os títulos sofreram uma queda drástica nos preços. Até que, no dia 24 de outubro, aconteceu o que todos temiam: a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
A “Quinta-feira Negra” ficou marcada pelo pânico que tomou Wall Street depois que mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda. Como não havia demanda suficiente de compradores, os valores despencaram a níveis até então nunca vistos.
O cenário de terror continuou até a terça-feira seguinte, dia 29, quando mais 33 milhões de títulos foram postos à venda, porém novamente sem compradores. Em poucos dias, o mercado havia perdido cerca de 15 bilhões de dólares, o que levou à falência de diversas indústrias e bancos.
Com o fechamento das portas de inúmeras empresas, o desemprego disparou e chegou à marca de 27% da população economicamente ativa. A grande maioria dessas pessoas não tinha qualquer proteção social e era incapaz de pagar seus aluguéis.
A Grande Depressão atingiu seu ápice em 1933 e teve reflexo em praticamente todos os países ocidentais. O Brasil, por exemplo, tinha os Estados Unidos como o maior comprador de café, até então o principal produto exportado. A queda nas exportações endividou o Estado Brasileiro, porém fez com que se iniciasse um lento e fraco movimento de desenvolvimento da indústria nacional.
New Deal: a recuperação da economia americana
Em 1933, o presidente, Franklin Delano Roosevelt, propôs uma série de medidas que visavam a recuperação econômica dos Estados Unidos por meio da intervenção estatal na economia.
Os principais pontos do “novo acordo” estavam pautados na construção de obras públicas, como estradas, hospitais e escolas, com o objetivo de criar novos empregos, no controle do sistema financeiro, na desvalorização do dólar para incentivar a exportação e na criação da seguridade social.
O plano intervencionista de Roosevelt mostrou-se eficaz por fortalecer o sistema capitalista nos Estados Unidos. Porém, a economia norte-americana só iria se consolidar como a principal potência do mundo após o início da Segunda Guerra Mundial, já que o país passaria a promover grandes exportações para suprir as necessidades do conflito.