Álbum “Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz” celebra os seus 30 anos de carreira, e o livro “Sociedade Planetária Mundo Natural” propõe um novo modelo de organização social, baseado no humanismo
MOSSORÓ/RN – O cantor e compositor Marcus Lucenna – mossoroense radicado no Rio de Janeiro – já esta em sua terra natal para o lançamento regional do novo CD, “Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz”. O show será nesta quinta-feira (20/12), a partir das 18h, em evento organizado pela Academia Mossoroense de Literatura de Cordel (AMLC) na Estação das Artes Elizeu Ventania, com entrada franca. Na ocasião, o forrozeiro, que é membro da AMLC e da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, também apresenta ao público sua mais nova obra literária: “Sociedade Planetária Mundo Natural” (Editora Europa, 134 páginas).
Disponível nas principais plataformas de streaming e serviços de compra on-line, “Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz” é o 15º álbum da carreira do artista e celebra seus 30 anos de carreira, completados ano que vem. Com 15 faixas, o CD reúne regravações em novos arranjos de sucessos autorais, de canções compostas em parceria com outros artistas e de clássicos do forró de compositores que lhe serviram de inspiração, como Luiz Gonzaga – cuja morte também completará três décadas em 2019.
Marcus Lucenna escolheu o repertório com vista a refazer musicalmente as suas jornadas de vida e artística, que se misturam à história do forró e se entrecruzam com figuras importantes do gênero. Já dividiu palco com nomes como Fagner, Elba Ramalho, Ednardo, Geraldo Azevedo e Tânia Alves, além de musicar letras ou ter poemas musicados por figuras como Luiz Vieira, Mirabô, Capinam, Mario Lago Filho, Maria Rio Branco, Vicente Telles, Zé Lima, Roque da Paraíba, Edson Show, Chico Pessoa e Zé do Norte.
SOCIEDADE FRATERNA – O artista aproveita a oportunidade e apresenta ao público o livro “Sociedade Planetária Mundo Natural”. Lançado pela Editora Europa, o ensaio sugere um novo modelo de organização social, baseado no humanismo. O livro, à venda na Amazon/Kindle, reflete as insatisfações de Marcus Lucenna a respeito do que chama de “economicismo desumano” e propõe que as pessoas incorporem valores extraeconômicos às suas vidas e relações, tudo com vistas ao bem-viver.
Temperado com pitadas de esoterismo e utopia, a obra recomenda que as pessoas se relacionem com o universo pelo amor e não pela ganância; troquem a exploração pelo compartilhamento, e o egoísmo pela fraternidade; cuidem da vida e do meio ambiente; e reverenciem seus antepassados. Também clama pela geração de riquezas limpas e pela sua distribuição de forma justa entre as partes que a geraram, entre outras recomendações.
SERVIÇO
– Show de lançamento do álbum “Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz”
– Lançamento do livro “Sociedade Planetária Mundo Natural” (Editora Europa)
Dia 20/12/2018 – A partir das 18h
Estação das Artes Elizeu Ventania: Praca Ulrick Graff, S/N
Mossoró – RN
Entrada franca
Saiba mais sobre o artista: www.marcuslucenna.com.br
Link do álbum Spotify: https://open.spotify.com/artist/3NBs9KXViPLOdC0PUT5Nty
Também disponível nas demais plataformas de streaming
Link do eBook: https://www.amazon.com.br/SOCIEDADE-PLANET%C3%81RIA-NATURAL-COMPETITIVIDADE-FRATERNA-ebook/dp/B071HJ9BKQ
CONFIRA ALGUNS DESTAQUES DO NOVO ÁLBUM
PARTICIPAÇÃO DOS “GONZAGÕES” DO CINEMA E DO TEATRO – Entre as participações especiais na gravação do álbum estão Chambinho do Acordeon, que interpretou o Rei do Baião no cinema (Gonzaga – de Pai pra Filho), e Marcelo Mimoso, que o fez no teatro (musical Gonzagão, a Lenda). Chambinho canta junto com Marcus Lucenna “O Ritmo dos Corações”, uma das inéditas em que o compositor celebra o baião personificando-o, assim como Zé Ketti em “A Voz do Morro”. E ambos participam, ao lado de outros artistas, da gravação de “Hino da Feira de São Cristóvão (Vida Retirêra)”.
REFÚGIO FLUMINENSE DE LUIZ GONZAGA – No novo álbum Marcus Lucenna empresta sua voz a “Vassouras”, composição de Luiz Gonzaga e David Nasser que reverencia o município do interior fluminense onde o Rei do Baião tinha seu refúgio contra o corre-corre da vida de artista e problemas pessoais. Atualmente, assim como Luiz Gonzaga, Marcus Lucenna tem na região seu local para descanso da rotina atribulada do Rio de Janeiro. Mais especificamente, em Miguel Pereira, distrito de Vassouras à época de Gonzaga, que contribuiu para sua emancipação. O segundo prefeito do então novo município (conhecido como Zé Nabo) é citado em “Forró de Cabo a Rabo”, faixa-título do álbum de Luiz Gonzaga responsável por recolocá-lo no cenário musical brasileiro depois de um período de ostracismo vendendo mais de 1 milhão de discos. O hit também foi regravado por Marcus Lucenna no novo CD.
MOSSORÓ DA INFÂNCIA – A Mossoró da infância de Marcus Lucenna está na canção “Heroivô”, batizada com o carinhoso apelido que o músico deu a seu avô, Otacílio Duarte de Queiroz. Na música, o artista relembra os momentos vividos em frente à casa dos seus avós, local onde os adultos reuniam-se à noite para bater-papo e contar estórias. Marcus Lucenna afirma que ouvir aquelas estórias, guardando na memória os detalhes para poder recontá-las depois, o fez o memorialista que é hoje.
HOMENAGEM AO REDUTO NORDESTINO CARIOCA – Em “Hino da Feira de São Cristóvão (Vida retirêra)”, outra autoral, o artista homenageia o Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a Feira de São Cristóvão, no Rio. Além de Marcelo Mimoso e Chambinho do Acordeon, participaram da gravação os músicos Adelson Viana, Neidinha Rocha e Jadiel Guerra.
CRITICA SOCIAL E À POLARIZAÇÃO POLÍTICA – Entre as faixas autorais também está “O Salvador Daqui”, em que o compositor se posiciona frente à realidade social brasileira. Na letra, Marcus Lucenna faz um trocadilho com o nome do pintor catalão Salvador Dalí para denunciar a situação de exclusão social de crianças, negros e retirantes, moradores das favelas e periferias das grandes cidades. Também faz referência a “Guernica”, obra de Pablo Picasso que denunciou os horrores da Guerra Civil Espanhola e a divisão do povo daquele país. Trata-se de uma metáfora e um alerta sobre a polarização política brasileira, além de um clamor pela pacificação do país.
HOMENAGEM AOS CORDELISTAS – O lançamento do álbum coincidiu com o reconhecimento do cordel como Patrimônio Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional (IPHAN), ocorrido em setembro. Em “A Mala do Folheteiro”, Marcus Lucenna e o coautor Klévisson Viana, que também é cordelista, homenageiam seus pares na figura do vendedor de cordéis, muitas vezes o próprio autor das obras. Na canção, o artista faz referências a cordéis antológicos como “O Romance do Pavão Misterioso”, “A Vida de Pedro Cem”, “O encontro de João Grilo com Pedro Malazarte”, “As perguntas do Rei e as respostas de Camões”, além dos romances de bravura sobre vaqueiros valentes e seus amores.
RESPOSTA A CAETANO VELOSO – Entre os sucessos autorais que receberam nova roupagem com arranjos e regência de Adelson Viana e Tarcísio Sardinha, estão “Apmas (O Avessos do Avesso)”, uma canção-resposta a “Sampa”, de Caetano Veloso. Em sua música, Lucenna homenageia São Paulo com termos mais abonadores que os usados pelo cantor baiano em sua canção de 1978, há exatos 40 anos. Foi uma forma de reverenciar a cidade que acolheu e acolhe seus conterrâneos nordestinos.
CLÁSSICO “CABOCLO SONHADOR” – Outra parceria de Marcus Lucenna no álbum é o cantor e compositor Maciel Melo. Eles cantam juntos “Caboclo Sonhador”, canção de autoria de Maciel Melo e popularizada pelo cantor Fagner. Completam a obra as canções “Retirante” (cuja letra leva toques autobiográficos), “Faísca na Gasolina”, “Tome Cheiro” (composta com Roque da Paraíba e Edson Show), “Heroivô” (uma homenagem a seu avô), “Fundamental” (composta com João de Deus e Dedé Nepó) e “Coração de Fogueira” (de Adelson Viana e Paulo Viana).
OS 10 MANDAMENTOS DA SOCIEDADE PLANETÁRIA MUNDO NATURAL
1 – Cuidar do meio ambiente. Com a degradação do meio que permite a vida existir e prosperar, não teremos nada mais pelo que lutar. A extinção baterá fatalmente a nossa porta. Portanto, a maior riqueza que existe no universo é um meio propício a gerar e sustentar a vida.
2– Cuidar da vida. A vida é a casa de Deus. A vida inteligente é Deus na sua forma mais sublime. A vida inteligente acrescida da consciência e da sensibilidade espiritualiza a matéria. Deus está presente na monumentalidade do ser e do não ser. Está na energia, na espiritualidade e na matéria. Na vida, especialmente na vida inteligente, Deus diviniza estas três forças, unificando-as.
3– Trocar a exploração pelo compartilhamento, e o egoísmo pela fraternidade.
4– Se relacionar com o universo pelo amor e não pela ganância.
5– Gerar riquezas limpas e distribuí-las de forma justa, entre as partes que as geraram.
6– Divinizar-se, ampliando as nossas inteligência e sensibilidade. Precisamos entender que os bens verdadeiramente valiosos para a nossa vida são aqueles que a alma desfruta e causa bem-estar ao corpo ou que o corpo desfruta e eleva a alma.
7– Lembrar dos nossos ancestrais. Reverenciar aqueles que lutaram (mesmo sofrendo a incompreensão dos que viveram no seu tempo), para a melhoria da humanidade e para a afirmação da vida. Precisamos dar continuidade às suas obras do bem e suas boas ações. Só assim os espíritos dos nossos antepassados descansarão em paz, por não terem passado por aqui em vão.
8– Questionar, persistir, duvidar, experimentar e até errar, buscando o acerto. Só assim conseguiremos desmitificar o mito. Precisamos valorizar o consenso, que é o que mais se aproxima da verdade, descredibilizando as crenças equivocadas e revelando os grandes mistérios da vida e da natureza cósmica.
9– Propagar a vida pelo universo. O universo é a casa de Deus, por isto é a casa da vida. Se a vida existir em outros quadrantes do universo, nosso destino será encontrá-la. Se só existir aqui na terra, nosso destino será levá-la a se espalhar pelo cosmos.
10– A Vida carrega em si a sabedoria original. Todo ser vivo traz em si as condições de desenvolvê-la. Quando a inteligência e a sensibilidade afloram na vida, ela se torna sábia. Depois disto a matéria espiritualiza-se e diviniza-se. A humanidade, que pertence ao segmento da vida que atingiu este estágio de evolução, é a fiel depositária da vida na terra e deverá cuidar dela em toda a sua grandeza e extensão, cuidando para que o meio que seja propício a vida seja mantido e cultivá-lo onde ele possa se tornar propício pelas suas ações inteligentes, sensíveis e sábias.