A psicóloga Sarah Lopes, do Hapvida, explica que, antes de opinar, os pais devem procurar saber se os filhos realmente querem ouvir o que eles têm a dizer. Quando a escola da profissão for a que não lhe agrada, os pais devem aceitar. Confira na entrevista abaixo.
Como os pais podem ajudar os filhos na escolha da profissão? Dando palpites ou deixar os filhos decidirem sozinhos?
Não precisa ser nem uma coisa, nem outra. O ideal é saber do filho se ele quer ouvir a opinião dos pais, e sempre é válida, mas, lembrando que dar palpite não é impor a sua vontade. Deixar os filhos à vontade para escolher a profissão em que mais acreditam se adaptar.
Como contribuir para os filhos identificarem suas habilidades naturais e interesses?
Perceber as aptidões dos filhos é sempre bom e trazer ideias novas e presentar novas profissões também podem contribuir com a escolha dos filhos, mas tudo isso sem ser insistente, ou sem ser invasivo. Muitas vezes os pais podem somente pontuar em que os filhos são bons sem precisar necessariamente associar esta habilidade a uma profissão específica.
Caso a profissão escolhida pelo filho não seja do agrado dos pais, o que fazer?
Aceitar. Quando se faz o que gosta e se faz com amor, geralmente as pessoas são bem sucedidas. Além do mais, de que adianta escolher uma profissão rentável ou de status se o filho não se sente bem? Então, o ideal é auxiliar os filhos na escolha sendo coadjuvante nesse processo.
Hoje em dia é cada vez mais comum que as crianças e adolescentes queiram seguir carreira na internet, com blogs e vídeos no youtube. Até que ponto isso é saudável?
Atualmente, fazer sucesso na net é como um jogador de futebol famoso. Muita gente quer, mas é para poucos. Nesse caso, as crianças e adolescentes podem fazer uso das redes sociais sim, mas sem prejudicar os estudos ou uma escolha na profissão. Caso ele “caia na rede” e nas graças dos internautas, poderá se profissionalizar, e ainda assim, perceberá que precisa também de estudos para se manter na mídia da mesma forma.
Como os pais podem por um limite para que os filhos não percam a vivência de uma criança normal?
Estamos vivendo uma era tecnológica realmente, e os pais aderiram a essa modalidade também. Percebo que os tablets e celulares estão nas mãos das crianças cada vez mais cedo. E isso através dos pais, que, se utilizam também destes artifícios para que as crianças se entretenham por mais tempo em próprio benefício. Dessa forma, cabe aos pais impor os limites. Percebo que os papeis estão se invertendo dentro das famílias, as crianças é que estão tentando dominar o ambiente. Mas os pais é que possuem autoridade diante dos filhos, só estão precisando exercê-la sem culpa.
A fama nas redes sociais pode prejudicar?
Se esta fama for de forma saudável e não prejudique os estudos ou o seu papel dentro da família não prejudica em nada. O segredo é que os valores e princípios morais das crianças sejam bem embasados. Quando isso ocorre, nem fama, nem dinheiro nem status prejudica a essência humana.