As inscrições podem ser feitas de qualquer parte do Brasil e o acompanhamento é on-line
Mais de 18,6 milhões de mulheres foram agredidas no Brasil, em 2022, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha. Por dia, esse número representa um estádio lotado. Uma média de 50 mil vítimas sofrendo algum tipo de violência todos os dias.
Por isso, a Legião da Boa Vontade (LBV) intensifica seu atendimento psicológico on-line, gratuito para pessoas do gênero feminino, a partir dos 12 anos, a ação faz parte do programa Ser Mulher que tem o objetivo de oportunizar apoio emocional, melhora da autoestima, autoconhecimento e empoderamento a meninas e mulheres, apoiando-as no enfrentamento e no rompimento dos ciclos de violência e na ressignificação das experiências vividas.
A iniciativa é destinada a vítimas de violência doméstica, de gênero e dos diferentes tipos de discriminação, sexismo e violação dos direitos humanos.
Como se inscrever no programa
As inscrições podem ser feitas de qualquer parte do Brasil pelo WhatsApp (11) 99996-6557. Na sequência, é feito o primeiro contato, para o preenchimento da ficha de interesse; após essa etapa, o caso é analisado, e ocorre o atendimento para o agendamento da entrevista psicológica, que é realizada por chamada de vídeo, em formato individual. Para outras informações, acesse www.lbv.org.br/programa-ser-mulher.
Siga o perfil nas redes sociais @LBVBrasil e acompanhe o trabalho de proteção à mulher.
Por Cléia Carolina Queiroz de Souza – Psicóloga Cognitivo Comportamental e Instrutora de Gestão do Senac Goiás (go.senac.br)
Você já se sentiu uma fraude? Ou teve medo das pessoas descobrirem que você não sabe tanto quanto elas pensam? Ou conhece alguém altamente habilidoso e empenhado, mas que não consegue reconhecer a própria capacidade?
Estamos falando da síndrome do impostor, também chamada de “pessimismo defensivo”, que é uma desordem psicológica que, apesar de não ser classificada como doença mental, é bastante estudada. Os sintomas manifestados costumam ser os mesmos sintomas que também são encontrados em outros transtornos, como depressão, ansiedade e baixa autoestima.
Esse tipo de pensamento já passou por 70% das pessoas ao menos uma vez na vida e normalmente atinge profissionais, estudantes de pós-graduação, artistas, atletas e principalmente mulheres.
Embora essa síndrome não seja reconhecida pelos padrões de diagnósticos, ela causa imenso sofrimento e aumento da ansiedade. As razões para isso acontecer estão na ansiedade excessiva, comparação com os outros, principalmente nas redes sociais e a necessidade de ser perfeito.
Quem sofre dessa síndrome costuma não acreditar no seu sucesso e desvaloriza as suas conquistas, é comum acontecer quando se está em uma posição de ser alvo de julgamentos do desempenho: trocar de emprego, receber uma promoção ou entrar em uma faculdade.
As pessoas podem reagir de duas formas, trabalhando excessivamente para compensar esses pensamentos ou trabalhando menos, procrastinando, e os pensamentos nessas duas ações são os mesmos: auto depreciação, medo de exposição e autossabotagem.
Como resolver isso?
O primeiro passo é reconhecer que esse problema tem prejudicado sua vida e passar por um processo de autoconhecimento. Isso será fundamental para identificar os pensamentos disfuncionais que estão coibindo a sua evolução e a valorização das suas potencialidades.
Descobrir quais são seus pontos fortes e talentos para fortalecê-los, assim como respeitar suas falhas e limitações, reformular o pensamento e compreender que ninguém é perfeito.
Não sofra com esses pensamentos! Agora que você sabe o que é a síndrome do impostor e se esse problema estiver afetando sua vida, não hesite em procurar a ajuda de um profissional.
Todo criminoso é um sociopata? Ou todas as pessoas com transtorno de personalidade antissocial podem vir a cometer crimes? A resposta, para o psicólogo Romanni Souza é não. Recentemente, o Brasil inteiro ficou chocado com o caso do médico anestesista Giovanni Quintella, que foi preso em flagrante após estuprar uma mulher que passava por uma cesariana. Diante desse caso, muita gente se perguntou sobre o suspeito ser ou não um psicopata, diante da frieza que cometeu esse e vários outros crimes.
Conforme Romanni, não dá para afirmar que o médico, mesmo tendo cometido um crime hediondo, é um sociopata. “Se fosse assim, todo criminoso e toda pessoa que cometesse algum crime horrível seriam considerados, necessariamente, uma sociopata e nem sempre é. Ou seja, as pessoas podem ser sociopatas ou psicopatas e não serem criminosos. Como também, pessoas podem ser criminosas e não serem sociopatas ou psicopatas”, explicou.
Para o psicólogo, no caso do anestesista, “ele é estuprador. Isso é um crime hediondo. Ele pode inclusive ser um psicopata, mas não podemos afirmar isso por ele ter cometido um crime”, explicou.
De acordo com Souza, o perfil de personalidade dos abusadores /estupradores, revela comportamentos semelhantes. “Uma coisa que geralmente acontece é que quem comete algum tipo de abuso, não comete esse tipo de abuso só uma vez. E isso não é questão de opinião, é questão de estatística de várias e várias pessoas que foram entrevistadas e analisadas”, afirmou.
“Em todos os perfis de pessoas que cometem abusos, uma coisa que tem em comum é que eles geralmente não cometem uma vez, o que significa que, infelizmente, no caso do médico, e ele, provavelmente, já deve ter cometido esse tipo de ato antes e se ele não tiver a licença cassada, ele pode cometer esse tipo de ato depois.”
Segundo Romanni, existem cinco tipos de personalidade que podem ser traçados das pessoas que cometem um tipo de crime como o estupro:
Dominador
“O primeiro deles é o tipo de personalidade chamado de dominador, que é aquele tipo de pessoa que comete o estupro, mas ao mesmo tempo quer mostrar poder ou ele quer mostrar que ele está por cima, superior.”
Oportunista
“O segundo tipo de perfil é o oportunista. É um tipo de pessoa que não necessariamente faria isso em outras ocasiões, mas ele tendo a oportunidade ele comete o abuso. Como assim? Esse oportunista é a pessoa que, geralmente, comete o crime em situações que tenham autoridade ou poder para cometer esse tipo de abuso.”
“Romântico”
“Também existe aquele tipo de estuprador, que não deveria nem ser usado esse nome, mas é um nome que foi caracterizado para ilustrar seu jeito de agir, que é o romântico. O romântico é aquele que, geralmente, olha uma vítima e comete abuso recorrentemente com a mesma pessoa.”
Vingativo
“O vingativo é aquele que vê o abuso como um ato de violência. E quando alguém o faz mal, o jeito de revidar é pensando em abusar da outra pessoa. Isso acontece tanto com homens quanto mulheres.”
Sádico
“Outro tipo de perfil, e esse é o pior de todos, é o sádico. Que é aquele tipo de pessoa que mais tem propensão a ter um transtorno de junto com transtorno de personalidade antissocial. Um exemplo é aquele caso do maníaco do parque, onde a pessoa a geralmente além de cometer o abuso, ela comete outros atos de violência graves, geralmente acompanhados de morte e assim por diante.”
Por fim, o profissional de saúde falou sobre a importância de que cada vez mais terapeutas se abram para poder tratar além das vítimas, as pessoas que cometeram abusos. “Isso porque a pessoa comete o abuso, passa um tempo na prisão e depois volta para sua sociedade. E os índices mostram que ela vai cometer outros abusos, principalmente, se não tiver um tratamento muito bem qualificado”, finalizou.
Sobre Romanni Souza
Romanni Souza é formado em Psicologia, pós-graduado em Neurociência e treinador oficial do Instituto Romanni, criador da metodologia de Hipnose Transformacional. Apresentou-se na Universidade de Harvard em 2019. O psicólogo tem mais de 30.000 alunos, e é fundador da maior plataforma de hipnoterapia do mundo com mais de 3.700 membros.
Patrícia Ansarah e Veruska Galvão, fundadoras do IISP Divulgação
Instituto Internacional em Segurança Psicológica – Quem somos
O Instituto Internacional em Segurança Psicológica é uma iniciativa pioneira, que coloca o Brasil e os demais países de Língua Portuguesa na mesma página de potências desenvolvidas, que já dão a devida importância ao tema da Segurança Psicológica e sua aplicação no meio corporativo.
Mas afinal, o que é Segurança Psicológica?
A definição de Segurança Psicológica foi cunhada pela Dra. Amy Edmonson, professora da Escola de Negócios de Harvard, especialista em cultura de grupos e acadêmica de liderança, formação de equipes e aprendizado organizacional.
Segundo a pesquisadora, Segurança Psicológica é a crença compartilhada pelos membros de um time de que o time é, em si, um ambiente seguro para se tomar riscos interpessoais.
Em termos práticos, se você se sente seguro em um time, fica mais à vontade para fazer questionamentos, propor inovações, dar feedbacks e tomar atitudes assertivas, sem temer reações negativas de líderes e colaboradores.
A importância da Segurança Psicológica no meio corporativo
Uma empresa só se destaca no mercado se houver inovação, que pode ser realizada tanto em produtos quanto em procedimentos. No entanto, a liderança e os colaboradores só se sentem livres para propor inovações se houver um ambiente seguro para a tomada de riscos interpessoais.
O Instituto Internacional em Segurança Psicológica acredita que as organizações têm um papel social fundamental na propagação da ideia de Segurança Psicológica. Por isso, promove diretamente para empresas, através de ações como webinars, divulgação de cases, artigos, vídeos e depoimentos.
Duas pessoas com mais de 20 anos de experiência no RH de grandes empresas, Patrícia Ansarah e Veruska Galvão se encontraram no tema de Segurança Psicológica de Times e criaram juntas o Instituto, além da primeira certificação referente ao tema no Brasil.
Patrícia Ansarah tem certificação internacional em Coaching & Action Learning e em modelagem de cultura. Facilitadora de aprendizagem de grupos e desenvolvimento de liderança, atuou em RH com experiência executiva em grandes organizações como Colgate-Palmolive, McDonalds, J&J, Latam Airlines e Serasa Experian.
Veruska Galvão é psicóloga especialista em relacionamentos humanos nas organizações, com certificação internacional em Coaching e em modelagem de cultura e pós MBA em docência empresarial e liderança. Atuou com desenvolvimento de liderança e cultura organizacional em grandes empresas como Manpower, Hertz e Coca-Cola FEMSA.
Por Jéssica Ferreira de Aguiar Bueno, psicóloga e psicopedagoga clínica
Que toda pessoa que tem útero viva sua menstruação sem tabus e estigmas deve ser um propósito, não apenas de marcas engajadas, mas principalmente de pais e mães dessa nova geração. Nos últimos anos, diversas marcas, como a sueca Essity, líder em soluções de higiene e saúde, têm trabalhado para quebrar barreiras e normalizar o período menstrual, promovendo inclusão, ensinando a todos sobre seus corpos, mudanças físicas e emocionais. Mas, e os pais e mães, como têm lidado com essa questão?
28 de maio é conhecido como o Dia Internacional da Higiene Menstrual e, para ilustrar a percepção da população com relação ao tema, listei 10 razões pelas quais a menstruação deve ser abordada também por homens, com base na Essentials Initiative Survey, estudo bianual realizado pela Essity, em 15 países, envolvendo mais de 15 mil pessoas.
1) Por ainda ser tratada como um tabu, a maioria das mulheres prefere não falar com os homens sobre a menstruação;
2) Porque 6 em cada 10 pais (homens) falam sobre menstruação com suas filhas, mas apenas 4 em cada 10 pais abordam o tema com seus filhos;
3) Porque as mulheres estão mais propensas a se abster de atividades sociais cotidianas durante seu período menstrual; já os homens, devido à depressão;
4) Porque a falta de acesso a produtos de cuidados femininos e a estigmatização do tema fazem com que 1 em cada 3 mulheres faltem ao trabalho ou escola devido à menstruação;
5) Porque, globalmente, pais dizem que falar sobre menstruação é função da mãe, por ser um assunto prioritariamente feminino;
6) Porque entre 8 e 12 é a idade mais aceita para educar as crianças sobre a menstruação na escola;
7) Porque menstruação não é um assunto exclusivo de mulher, mas sim de toda pessoa com útero;
8) Porque pode aproximar pais e filhos, no caso de uma transição de gênero;
9) Por ser uma questão natural e que fará parte da vida de todos que menstruam, por longos anos, deve ser tratado de forma acolhedora.
10) Porque estes pensamentos são compartilhados entre as mulheres de diferentes países
A menstruação é uma questão que não tem gênero. Portanto, promover um diálogo aberto entre meninas e meninos, tratando a higiene menstrual não apenas como uma conversa fugaz, mas colocando-a como um tema central e constante, contribuirá para que todas as pessoas com útero vivam este processo livremente.
Sobre a Especialista
Psicóloga Clínica, formada pela Universidade do Grande ABC, pós-graduada em Psicopedagoga Clínica pela Universidade de São Caetano do Sul. Certificada em Educação Parental pela Positive Discipline Association.
Sobre a Essity
Dedicada a melhorar o bem-estar por meio de seus produtos e serviços, a Essity é líder mundial em higiene e saúde. Com atuação em aproximadamente 150 países sob as marcas globais TENA® e Tork®, além de outras marcas fortes como como JOBST®, Leukoplast®, Actimove®, Cutimed®, Delta-Cast® e Libresse®, possui cerca de 46 mil colaboradores e suas vendas líquidas em 2021 totalizaram aproximadamente 13,1 bilhões de euros. A sede da empresa fica localizada em Estocolmo, na Suécia e está listada na bolsa de valores Nasdaq Estocolmo. No Brasil, a companhia conta com 530 colaboradores, com operação local na cidade de São Paulo e uma fábrica localizada em Jarinu, no interior de São Paulo. A Essity quebra barreiras pelo bem-estar e contribui para uma sociedade saudável, sustentável e circular. Mais informações em www.essity.com
Muitas pessoas não gostam de mudanças, pois as obrigam a sair da zona de conforto. Neste lugar, tudo funciona. Os pensamentos e comportamentos não provocam nenhum tipo de medo, ansiedade ou risco.
Mudar é modificar. Isso se aplica à mudança de escola, de trabalho e de qualquer ambiente familiar para outro que seja desconhecido. No entanto, estamos nesta vida para viver inúmeras experiências. Todas elas têm começo, meio e fim.
Muitas vezes não saímos da zona de conforto por medo do desafio. Somos incentivados desde pequenos a ganhar. Temos uma comemoração excessiva quando temos bons resultados. Às vezes, por medo de não obter uma vitória, a pessoa não se lança aos novos desafios. O medo tira a capacidade da proatividade da audácia e com isso gera a autossabotagem em relação a novas experiências.
Esse medo paralisante aparece mais na idade adulta. Por exemplo, a infância e a adolescência são momentos de viver as experiências. Costumamos até dizer que os mais jovens são mais audaciosos, porque eles trazem esse incentivo de ganhar de forma mais intensa. Porém, quando se entra em contato com a realidade e percebe que nem sempre vai ser vitorioso, percebe que nem sempre irá obter o resultado esperado.
Para se lançar em novas experiências é preciso conhecer as próprias competências, saber as habilidades que possui. O autoconhecimento é muito importante nessa hora. Mas caso perceba que não consegue fazer algo sozinho, procure um profissional de saúde mental para ajudar a entender suas habilidades e talentos. A partir do momento que a pessoa conhece melhor a si mesmo, descobre o seu potencial e aumenta a autoconfiança, além de diminuir o medo do novo.
Quando o medo é superado e a zona de conforto abandonada, há a sensação de bem-estar, além de melhorar a autoestima e o amor próprio.
Outro fator importante é a proatividade. Essa é uma habilidade que nos impulsiona para sair da zona de conforto e nos empurra na direção das mudanças. Há momentos na vida que sentimos a necessidade de nos “mover”, de fazer algo diferente. Quem para no conhecimento e no aprendizado fica estagnado e acaba parando para a vida. O indivíduo que deixa de sonhar acaba morrendo para a vida.
Mas como ajudar quem enfrenta esse tipo de medo? A família e os amigos podem comentar sobre a admiração que tem pela pessoa, reforçando atitudes positivas, fazendo elogios e incentivando novos planos. Sendo alguém visionário ou fantasiosa, não importa. Deve-se sempre incentivar. Muitos sonhos vieram através de uma mudança, trouxeram bons resultados e se tornaram um sucesso. Dê sempre uma palavra de incentivo e reforce. A pessoa que está buscando realizar algo precisa de palavras positivas. Mas é importante que saiba que caso não dê certo, ela tem com quem contar.
(*) Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você.
Psicóloga explica que viver sentimentos negativos é positivo e necessário
A pandemia despertou nas pessoas a necessidade de cuidar melhor da saúde mental e emocional e de buscar com mais avidez o bem-estar. Pensar positivo e olhar o mundo com olhos mais otimistas são algumas das premissas da onda “good vibes”. No entanto, especialistas alertam para o cuidado em não deixar o otimismo dar lugar à positividade tóxica.
A Psicóloga Cognitivo Comportamental e Instrutora de Gestão do Senac Goiás (go.senac.br), Cléia Carolina Queiroz de Souza, explica que pode ser contraditório, mas viver situações negativas é muito positivo. Para explicar esse antagonismo é importante diferenciar, antes de mais nada, o otimismo, que é a capacidade de visualizar pessoas, situações e problemas com uma visão positiva e agradável, do pessimismo, a capacidade de visualizar os mesmos aspectos somente na perspectiva negativa.
A positividade tóxica encontra espaço justamente no excesso de otimismo, quando o indivíduo ignora os problemas, as emoções ruins, os traumas e as reações adversas da vida. “No otimismo nós enxergamos os problemas e os solucionamos, criamos estratégias para resolvê-los. Na positividade tóxica eu ignoro esses sentimentos ruins, lembranças e traumas, os deixando ‘guardados’, como se eles não fossem importantes e pudessem ser apagados”, explica Cléia Queiroz.
A profissional explica a aparente contradição de que viver situações negativas é importante e positivo. De acordo com ela, é por meio desse lado visto como “ruim” que o ser humano desenvolve uma série de habilidades socioemocionais.
“O sofrimento humano, ao contrário do que temos visto na sociedade, de pessoas confundindo a tristeza com depressão, é muito importante para que eu me recolha, para que eu entenda os meus valores, para que eu entre em contato com o meu ‘eu’ e assim consiga valorizar os sentimentos bons como a alegria. É um parâmetro para eu seguir. Todas as emoções são importantes em meu corpo”, diz.
Ela afirma ainda que ao contrário do que muitos pensam, a tão almejada felicidade não é formada por um dia de 24 horas vividas no modo feliz, mas “é formada por todos os sentimentos, de pequenas peças que vamos juntando e assim formando sentimentos bons. Por isso é extremamente importante vivenciarmos sentimentos negativos”.
Efeito oposto
A psicóloga Cognitivo Comportamental explica que não vivenciar as emoções de forma completa pode causar no indivíduo transtornos mentais ou doenças fisiológicas, visto que os sentimentos ficam guardados, mas ressurgem de forma potencializada. Os transtornos mentais mais comuns são a depressão e o transtorno de ansiedade generalizada.
“Enquanto sociedade”, destaca Cléia, “temos várias consequências dessa positividade tóxica, o que tem deixado as pessoas menos empáticas. Nós não validamos mais os sentimentos ruins das pessoas e passamos a exclui-las, não conseguimos ser acolhedores e estamos tendo problemas com a sociabilidade, que é um dos pilares da saúde mental”.
Outro problema, segundo a Instrutora do Senac, é que se cria muito mais pressão pela busca por perfeição, o que gera mais ansiedade.
Como identificar a positividade tóxica?
A positividade tóxica pode ser identificada na comunicação e nas relações. Cléia destaca frases como “Anime-se”, “Seja resiliente”, “Esquece isso”, “Siga em frente”, “Que bobeira sofrer por isso”. De acordo com ela, essas falas fazem com que a pessoa não respeite suas emoções negativas e tente repreendê-las para seguir.
A psicóloga ensina que para ajudar alguém que está em sofrimento é necessário validar o sentimento da pessoa, escutar a dor e acolher, ajudando, se possível, a encontrar uma solução para a situação. “Se não tiver uma solução, somente acolha. Valide esse sentimento”, orienta.
Para Cléia, é importante lembrar que nós não somos máquinas. “Temos emoções e precisamos validá-las”, diz.
A psicóloga Raissa Nóbrega, do Sistema Hapvida, vê como “transtorno de conduta”- não sendo prudente usar o termo psicopatia para uma pessoa com menos de 18 anos – os atos de extrema violência, como os realizado pelo adolescente de 13 anos que tirou a vida da mãe e do irmão, além de ferir o pai, recentemente, no município de Patos, na Paraíba. O estudante, que precisa de acompanhamento psicológico, justificou a ação, alegando que a família o proibiu de usar o celular para jogar Free Fire (jogo de tiro e sobrevivência) e conversar com os amigos, além de ser pressionado por notas boas na escola.
“Quando nos referimos a crianças ou adolescentes, utilizamos o termo ‘transtorno de conduta’, posto que não seria prudente falar em psicopatia, que é um transtorno de personalidade, em um sujeito que ainda está passando pelo processo de construção dela”, explica a psicóloga.
Segundo Raissa Nóbrega, estudos mostram que a nossa personalidade é formada por componentes genéticos, psicológicos e sociais. Até atingir a maior idade, ela ainda poderá passar por significativas mudanças, uma vez que nosso cérebro termina de se formar completamente por volta dos 25 anos de idade.
“Entretanto, não se pode dizer que após essa idade o ser humano não possa mudar, pois existe um processo chamado de ‘neuroplasticidade’, o qual possibilita ao cérebro estar constantemente produzindo novas conexões neurais, resultando em novos aprendizados”, destaca.
Então, acrescenta a psicóloga, crianças ou jovens que apresentam transtorno de conduta, como por exemplo apatia, falta de sensibilidade com o próximo, egocentrismo persistente, com comportamentos de mentira frequentes e manipulação em benefício próprio, e até mesmo atos cruéis como maltratar ou matar pessoas e animais, podem estar sujeitos a mudanças em seu padrão comportamental caso haja interferência de algum tratamento, como psicoterapia, medicação e ambiente familiar e social apropriado.
“É importante ressaltar que quando falamos de psicopatia, não estamos apenas nos referindo aos casos mais graves como o do serial killer, pois existe um espectro dentro desse transtorno, ou seja, várias formas mais brandas ou mais severas, em que a personalidade psicopata pode vir a se apresentar no indivíduo”, justifica a especialista.
Raissa ressalta ainda que a psicopatia é uma doença psiquiátrica. “E se a família ou a escola perceber tais sinais, é indicado que se procure um acompanhamento psicológico e psiquiátrico, a fim de se tentar traçar estratégias para conter ou minimizar tais condutas”, pontua a psicóloga.
Equipamentos eletrônicos
Para a psicóloga, diante do mundo globalizado, é preciso lidar com o fato de que os dispositivos eletrônicos como celulares, tablets, computadores e televisão fazem parte, sobretudo, da realidade dos jovens. Contudo, as crianças e os jovens ainda estão passando pelo processo de amadurecimento e de construção da sua identidade, formação dos seus valores, etc.
“Por este motivo, é importante a presença ativa dos pais para acompanhar e auxiliar nesse processo, através da educação, do estabelecimento de regras e limites, da construção dos vínculos e afetos entre os familiares. E isso inclui ter ciência de quais plataformas digitais o seu filho está utilizando e quais conteúdos ele está assistindo, para que dessa forma, possa, através do respeito, orientá-lo quanto ao tempo, local e conteúdo que possa ser acessado pelo menor”, finaliza Raissa Nóbrega.
Love Bombing significa “bombardeio de amor” e tem como principal característica declarações exageradas e apaixonadas principalmente em relacionamentos muito recentes. Infelizmente, precisamos estar atentos a esse tipo de demonstração, pois pode indicar que a pessoa com quem estamos pode ser um manipulador ou até mesmo um golpista.
A principal característica é o exibicionismo. A pessoa que pratica tem demonstrações entusiasmadas e exuberantes de afeto e romantismo, uma necessidade e disposição desse afeto ou da pessoa a quem é direcionado o afeto.
Há indivíduos que usam esse comportamento para a conquista e por uma necessidade de retorno rápido, pois investe muito em pouco tempo. Ela acelera, aumenta e potencializa as demonstrações, pois espera por esse retorno. É um clássico manipulador que investe demais nesse afeto, pois precisa que a pessoa caia naquela conversa e baixe a guarda.
Quem se envolve com esse manipulador acredita que é muito amado e que o outro vai fazer de tudo por esse relacionamento. E com isso fica subjugado por entender que amor maior não vai existir. Geralmente eles buscam pessoas fragilizadas emocionalmente para se envolver, pois são alvos fáceis de indivíduos com esse tipo de comportamento.
Atitudes românticas fora de um contexto, grandiosas e sem saber do gosto do outro deve ser entendida como exagerada. Ao perceber atitudes que não são românticas e, sim, exibicionistas no momento inicial de um relacionamento, é um sinal de alerta. Não é normal com poucos dias ganhar um carro, um anel de brilhantes, ser pedida em casamento. Isso é uma atitude discrepante.
Por isso, procure saber a real intenção do que está acontecendo. Deve-se conversar e deixar claro que os dois são indivíduos singulares, cada um com sua cultura e experiências e que pode ser que você não consiga contemplar a expectativa do outro e como irá lidar com isso. Por exemplo, o parceiro vai te dar um carro, mas ele está preparado para não receber um carro de presente? Geralmente quem tem esse comportamento espera receber na mesma proporção em que investe.
Outra situação, quando a pessoa conhece alguém e, no segundo dia, já quer alterar o status nas redes sociais como “relacionamento sério”. Muda a imagem de perfil já com a foto junto da outra pessoa. A outra talvez não esteja pronta para esse tipo de exposição e pode se sentir seduzida ou até forçada a fazer o mesmo. Há quem use essa situação até como uma “barganha” para tentar “provar” para a outra o quanto ela a ama. Essa é uma forma de manipular, deixando fragilizado e vulnerável a esse tipo de indução de comportamento.
Portanto, quem está interessado, tem que estar perceptivo a isso e avaliar se está disposto a dar o que é investido. Se não, é melhor recusar. Nesse momento entra a responsabilidade afetiva com o outro e com você. Ao perceber que não vai retribuir no mesmo nível o investimento do outro, seja responsável de falar que não é o momento e não leve o relacionamento à frente.
(*) Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você.
A relação entre o que se quer dizer e o que realmente se diz no meio jurídico internacional
Anna Vale e José de Paiva Rebouças – Agecom/UFRN
Pesquisa foi defendida no PPGEL do CCHLA/UFRN – Foto: Mol
Toda comunicação humana é, essencialmente, argumentativa. Para realizá-la, utilizamos elementos linguísticos e estratégias discursivas com o propósito de tentar garantir que o sentido transmitido seja aquele que desejamos, ao mesmo tempo que precisamos lidar com fatores externos à língua e intrínsecos à existência em sociedade. Antecipação, conhecimento de mundo e possíveis entornos comunicacionais podem ser a diferença entre a compreensão e a confusão.
Alguns sentidos são mais possíveis que os outros, a depender do contexto, enunciação e escolha de palavras. O intuito de influenciar a percepção de quem ouve pode ser reconhecido em como quem argumenta constrói essas possibilidades em meio ao jogo de antecipações, negociações, interpretações presentes nas interações humanas.
Esse fenômeno é estudado pelo pesquisador Hális Alves do Nascimento França, que defendeu seu doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (Ppgel), do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA/UFRN), na área de Linguística Teórica e Descritiva. Ele enxerga o papel da argumentação na construção dos sentidos de um texto através de uma perspectiva predominantemente linguística, procurando desenvolver uma ferramenta teórica para sua análise e descrição.
Mestre em Direito, escolheu estudar um gênero textual que não apenas conhecia bem, mas que foi responsável por seu interesse inicial pela argumentação: o jurídico. Durante a realização do seu mestrado na Universidade de Kobe, no Japão, investigou a eficácia dos acordos internacionais de um ponto de vista do direito internacional. Ali, percebeu que ela depende, em grande parte, da forma como os compromissos assumidos são expressos em termos linguísticos.
Eficácia de acordos internacionais no direito internacional motivou pesquisa – Arte: Sergio Ricciuto Conte
Ao analisar a linguagem por trás de um acordo internacional, é possível ter um vislumbre dos diversos interesses em jogo durante uma negociação, a partir das especificidades colocadas no papel – a rigidez dos comprometimentos é determinada pela sua expressão linguística. “Foi dessa maneira que percebi o quanto o processo de interpretação textual que trazia esse entendimento podia se relacionar também a um processo de argumentação. Nesse caso, para chegar a determinados sentidos, era preciso argumentar como se chegou até eles,” explica Hális.
Em sua tese de doutorado, intitulada Orientação Argumentativa em Acordos Multilaterais Ambientais, ele continuou a investigação do seu objeto de estudo anterior, dessa vez, sob uma ótica linguística e não jurídica. Tendo a Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima como amostra central do gênero acordo multilateral ambiental, ele analisou seu contexto, sujeitos, objetivos e meios, percebendo mais uma vez como esses elementos afetam o produto final e focando em um segmento específico do documento: o Artigo 4, que trata mais explicitamente das obrigações assumidas pelos países, para a construção do corpus da pesquisa.
“Seu texto é produzido mediante uma série de negociações entre as partes interessadas [os países], tendo em vista a criação de um conjunto de normas com um objetivo específico,” descreve Hális. “Há diversos interesses em jogo durante o processo de negociação, de forma que aquelas partes que não desejarem se comprometer muito estritamente com as obrigações procurarão flexibilizar a linguagem desses compromissos”. Ele assemelha tais características de construção de sentido através da argumentação às produções textuais legislativas e contratuais.
“Dessa forma, a convenção se emprestou bem à metodologia qualitativa e documental escolhida para o desenvolvimento de uma ferramenta de análise do texto”, destaca o pesquisador. Seu uso possibilitou a elaboração de uma ferramenta com foco no papel da argumentação no estabelecimento de sentidos, por meio da identificação, descrição e análise das marcas discursivas que “indicam a orientação argumentativa de um determinado texto”.
Pesquisa resultou no desenvolvimento de uma ferramenta de análise do texto – Foto: Ilustrativa
Ao aplicá-la à Convenção, foi possível visualizar quais marcadores discursivos foram mais preponderantes na análise da orientação argumentativa do texto, categorizando-os. Além disso, a ferramenta ainda gerou inovações em termos de configuração e visualização da orientação argumentativa no que diz respeito à análise textual.
Para chegar a ela, Hális utilizou como base os métodos da Análise Textual dos Discursos, de Jean-Michel Adam; da teoria dos atos de discurso, pragmática do discurso e lógica ilocucionária de John Searle e Daniel Vanderveken; além da análise e avaliação do discurso argumentativo, a partir da teoria pragmadialética de argumentação de Frans van Eemeren. Já para estudar as especificidades do discurso jurídico, apoiou-se na pragmática do discurso de Neil MacCormick e Robert Summers, e ainda de Eveline Feteris e Harm Kloosterhuis.
A partir daí, ele procurou fazer articulações pouco exploradas entre as teorias da linguística do texto, da argumentação e da interpretação jurídica, “sugerindo alguns caminhos para a análise do discurso jurídico que colocam a argumentação como elemento central do estabelecimento dos sentidos do texto”. É um avanço que propõe uma maneira de se trabalhar a orientação argumentativa como categoria de análise textual-discursiva, de forma aprofundada e criteriosa.
A pesquisa permite também uma investigação dos acordos internacionais de uma perspectiva predominantemente linguística, não muito trabalhada no contexto dos gêneros discursivos. É uma proposta que, junto a um diálogo com os estudos do direito e da argumentação, possibilita compreender como se estabelecem determinados sentidos e seu impacto na compreensão e análise do texto jurídico.
Estudo permite investigação dos acordos internacionais a partir da linguística – Foto: Ilustrativa
Aperfeiçoando a ferramenta teórica de análise de texto que propôs, Hális espera capacitá-la para utilização em outros gêneros discursivos, além de viabilizá-la para aplicações computacionais – como softwares de mineração e análises automatizadas de textos. Recém licenciado em Letras (Inglês) pela UFRN, curso que realizou de maneira concomitante ao seu doutorado, ele enxerga também uma aplicação no ensino de línguas estrangeiras, focando no desenvolvimento de abordagens argumentativas de aprendizagem.
“É importante saber como a argumentação interfere nos sentidos que damos ao texto porque a gente entende melhor o papel da razão na nossa linguagem, e isso pode abrir espaço para discussões em várias outras áreas, como no processamento de linguagem natural e nas ciências cognitivas,” conclui. LEIA NO PORTAL UFRN.
Nas últimas décadas a Psicologia Positiva emergiu como uma área de estudo científico que vai paraalém de uma abordagem centrada nos problemas e nas patologias, para se endereçar teórica e empiricamente à construção da qualidade de vida nas organizações, no indivíduo e no grupo.
Portanto, o estudo é uma vertente dentro da Psicologia que estuda aspectos que possam contribuir com a nossa felicidade, concentrando-se em aspectos positivos da existência humana oferecendo boas práticas para melhorar o desempenho e aumentar a sensação de bem-estar pessoal. Logo é muito utilizada em consultórios de psicólogos, consultorias, processos de coaching, treinamentos e nas organizações.
Com ascendências na ciência do comportamento humano, essa abordagem permite focar nos aspectos positivos da experiência dentro da organização, para promover o bem-estar na sua empresa e adotar uma visão mais otimista.
A organização que trabalha com a Psicologia Positiva possui como objetivo despertar o potencial dos colaboradores, aumentar o engajamento e construir uma cultura inovadora — tendo a felicidade no trabalho como referência.
Sabemos que a maioria dos profissionais se sentem infelizes no trabalho e procuram um novo emprego. Essa insatisfação em relação ao trabalho reflete diretamente na baixa produtividade no trabalho, no altíssimo índice de turnover e absenteísmo, nos exagerados custos com processos seletivos e na baixa retenção de talentos nas organizações.
É importante salientar que muitos fatores que causam descontentamento podem ser trabalhados, como a sensação de reconhecimento, estresse e solidão. Deste modo, a Psicologia Positiva torna-se uma grande aliada para gestores que desejam desenvolver suas equipes.
Por meio da ciência da felicidade é possível proporcionar o desenvolvimento de características pessoais que colaboram para a satisfação. Como o otimismo, a autodeterminação e o autoconhecimento.
Os resultados da Psicologia Positiva para os profissionais envolvem controle emocional, maior motivação, sentimento de pertencimento e propósito, melhora da autoestima e dos relacionamentos interpessoais. No âmbito profissional esse estudo contribui para equipes mais participativas e engajadas, lideranças inspiradoras e colaboradores mais satisfeitos.
A postura otimista, instituída pela Psicologia Positiva, ensina que as competências podem ser adquiridas e melhoradas e o enfoque em aspectos positivos também ajuda a promover um ambiente de trabalho saudável, com clima e cultura agradável, contribuindo para a prevenção de doenças, absenteísmo, turnover, baixa produtividade e retrabalho, agregando na economia de recursos para as organizações.
Fernanda Ribeiro:
Consultora de Talentos da Conexão Talento, coach pessoal e profissional pela Sociedade Brasileira de Coach. Formação em Psicologia pela UFF e MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas. Mais de 9 anos de experiência profissional na área de Recursos Humanos, desenvolvendo trabalhos de R&S, Gestão de Pessoas, Comunicação Interna, Relacionamento, Planejamento, Desenvolvimento de Colaboradores e Consultoria. Já trabalhou em conjunto com a ABRAE, uma Instituição estadual de reabilitação para crianças, para o desenvolvimento de um produto voltado para o estímulo sensorial utilizado durante as sessões de terapia ocupacional.
No mês do outubro rosa, mês de conscientização para o controle do câncer de mama, é importante falarmos também de como o câncer pode afetar o psicológico de quem descobre a doença. O câncer de mama ataca a feminilidade da mulher e muitas vezes pode ser muito agressivo necessitando a retirada da mama. O apoio de um profissional da psicologia irá auxiliar a mulher a tornar possível o entendimento de seus medos, angústias, rejeições e outros fatores que influenciam na resposta ao tratamento.
A partir do diagnóstico, a mulher deve estabelecer uma rede de apoio com médicos, psicólogo, nutricionista, fisioterapia, familiares, amigos e outros que participar desse tratamento. Além disso, existem os psicólogos do serviço público que dão suporte, algumas clínicas e hospitais especializados tem esse serviço gratuito para oferecer às mulheres, e existem diversos grupos de apoio conduzidos por psicólogos. A mulher não deve se sentir sozinha nessa jornada.
Sobre a vaidade feminina, vale ressaltar que existe uma cobrança excessiva em relação as mulheres terem o corpo, cabelo e pele perfeitos. Em situações como o câncer, não se consegue ter controle sobre isso. Autoestima significa amar a si mesmo e sua composição está ligada a autoaceitação, autoconfiança e autoconhecimento. Ter autoestima não está ligado ao outro, mas, sim, a si próprio.
Além disso, a imagem está ligada à autoaceitação e ao entendimento. Trabalhar a autoestima não tem a ver com usar o lenço para esconder a falta de cabelos, a cabeça careca, e sim em usar o lenço porque você gosta e se acha bonita. Mas porque te faz bem.
Uma curiosidade que vale ser compartilhada é que a sexualidade é considerada pela OMS uma necessidade básica do ser humano. Estudos nos EUA analisam o impacto positivo que a prática sexual tem no bem-estar do paciente. Então, cuidar de si mesma, é se sentir bem, manter sua vida sexual saudável e principalmente trabalhar a tríade da autoestima: autoconhecimento, autoaceitação e autoconfiança. Não é fácil passar por um câncer, mas você pode e deve ter ajuda.
Acho necessário comentar a importância de acreditar na cura. Acreditar não é apenas uma ajuda na sensação de bem-estar. Acreditar na cura, faz com que a mulher trabalhe todo seu organismo, seus neurotransmissores, seu cérebro para achar caminhos para cura. Acreditar é o primeiro passo para qualquer coisa que iremos fazer, principalmente a cura. A cura começa por você acreditar que irá acontecer. Sendo positiva o tratamento se torna mais leve e a esperança vem.
(*) Raquel Mello é Psicóloga; Psicoterapeuta Clínica; Coach de carreira; Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental pela CBI of Miami. É ainda Professora Universitária de Pós-graduação em Gestão de Pessoas; Coautora do livro “As Interfaces do Ser Adolescente” e autora do ebook 50 exercícios para alívio da ansiedade.
Uma pesquisa recente publicada pela Digital Turbine mostra que 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular. Esses dados servem como um sinal de alerta para o vício em aparelhos eletrônicos. Nesse contexto, vale citar também que pode virar um caso de nomofobia, uma fobia que tem crescido em todo mundo.
A nomofobia é uma palavra constituída pela abreviação da palavra ‘no mobile’, que significa sem celular, e fobia que é um medo irracional, exagerado. Logo, a nomofobia é o medo exagerado de ficar sem o celular ou aparelho eletrônico.
O nomofóbico desenvolve ansiedade quando percebe que está sem o aparelho nas mãos e isto pode evoluir para uma ansiedade generalizada. Em uma forma mais aguda, pode interferir no sono. Inclusive, há pessoas que acordam no meio da noite para verificar o aparelho, a ponto de desenvolver a “chamada fantasma”, ou seja, mesmo quando o aparelho não está fazendo nenhum som ou vibrando, o indivíduo tem essa percepção por conta da ansiedade e expectativa do aparelho sinalizar uma notificação.
O ideal para evitar que essa necessidade de estar mexendo no celular não vire um hábito é que se tenha um controle de acessos. Excluindo casos em que o trabalho com o celular se faz necessário, crie horários e normas para verificar o aparelho. Em casos de urgência, é voltar ao velho hábito da ligação. A mensagem entrou tanto no nosso dia a dia que as pessoas não querem mais falar ao telefone, somente mandam mensagens. Com isso, cria-se na pessoa a constante expectativa de receber uma mensagem, o que gera essa compulsão de todo o tempo verificar se recebeu algo.
Geralmente, os jovens são os mais atingidos, porque já nasceram em meio a essa tecnologia, então para eles é algo natural. Uma forma de prevenir seria evitar usar o aparelho no tempo ocioso. Ao perceber, busque fazer algo em que possa produzir, por exemplo, faça um curso, use esse tempo para estudar, ler, ou até mesmo fazer atividade física.
É importante estar atento para quando essa vontade vira um hábito e quando estar longe do celular atrapalha suas atividades cotidianas. É necessário também perceber se o aparelho está atrapalhando atividades como trabalho e estudos. Caso a resposta seja sim, é o sinal de alerta para buscar um profissional da área de saúde mental.
É importante fazer o nomofóbico perceber que ele precisa buscar ajuda para a dependência. Há vários sinais. Por exemplo, a pessoa não tem conversas olhando nos olhos com outros, está o tempo todo se afastando e cada vez mais vivendo entorno do celular. A nomofobia tem cura e podemos aprender a lidar com ela, fazendo uma reprogramação nesses hábitos colocando marcos e metas a serem atingidos.
Entender que está dependente do aparelho é fundamental para que o tratamento seja satisfatório. O mais indicado é fazer sessões de psicoterapia com um psicólogo ou terapeuta. Assim a pessoa vai entender seus sentimentos e a forma de se comportar diante da possibilidade de ficar sem o aparelho. Em casos mais extremos e que existe necessidade de medicação, busque um psiquiatra. Cuide-se: Nomofobia tem cura e é possível voltar a ter qualidade de vida e vida social após ela.
*Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia e voluntária no Projeto Justiceiras. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você.
Saiba por que esses profissionais devem ser prestigiados
Em todas as fases da vida sofremos perdas, decepções, tristezas, raivas, alegrias, problemas emocionais e físicos também. Independentemente da situação, temos bons e maus dias e, saber lidar com a positividade ou negatividade de forma saudável é essencial para uma vida vivida de forma leve e tranquila. E, essa sabedoria não é simplesmente natural para todos. Pelo contrário, é geralmente, desenvolvida por meio do contato com os psicólogos.
Os psicólogos são profissionais que, embora não sejam chamados de médicos, cuidam da saúde humana tanto quanto os doutores. Isso porque, mesmo com uma boa saúde física, ou seja, sem doenças ou sintomas aparentes, muitas pessoas não se sentem bem com a própria vida. Ou ainda, em alguns casos, podem ter transtornos emocionais, como a depressão e ansiedade, que, da mesma forma que um problema físico, devem ser tratados com seriedade.
De acordo com o psicólogo Alessandro Scaranto, “a saúde mental se tornou um termo muito popular na pandemia. Isso porque as pessoas perceberam os impactos que grandes mudanças podem gerar na vida de cada um”. Por isso, embora possa não ser visto com os olhos, os problemas emocionais são determinantes da qualidade de vida de uma pessoa.
Scaranto afirma que uma boa saúde mental está intrinsecamente ligada à uma boa qualidade de vida. Pessoas que se sentem bem consigo mesmas, têm uma boa autoestima, conseguem controlar as suas emoções e se permitem viver da melhor forma possível, de modo a se aceitarem e a entenderem as coisas boas da vida, são, na maioria das vezes, pessoas que investem na psicoterapia.
No entanto, de acordo com Scaranto, “os psicólogos não trazem felicidade a ninguém e sim identificam ferramentas que são inerentes de cada um para que essa busca seja constante e a pessoa consiga manejar seus sentimentos, angústias e problemas em uma imersão individual dentro de si mesmo ”. Por isso, o papel do psicólogo dentro da sociedade é de extrema importância por potencializar o indivíduo na elaboração de suas questões mais dolorosas.
Dentro de um cenário tão impactante, assustador e inseguro como o da pandemia fazer o acompanhamento com um psicólogo pode ajudar a manejar as emoções de forma saudável e proporcionar uma maior qualidade de vida.
Por último, o psicólogo explica que cuidar da saúde mental não é “frescura” ou “mimimi”. Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da física. Isso porque, assim como problemas físicos podem desencadear emoções devastadoras, “Os problemas emocionais têm grande poder de desenvolverem doenças físicas. A saúde mental é o alicerce do seu sistema imunológico”, afirma Alessandro Scaranto.
Desse modo, os psicólogos são profissionais que se dedicam, principalmente, a potencializar o crescimento individual de cada um. Dar a possibilidade aos pacientes levarem as suas vidas da melhor forma possível, do modo e do jeito que querem e precisam, e da forma como eles se sentem bem. Esse é o objetivo dessa ciência tão essencial para a vida humana, a psicologia.
Na semana em que se comemora o dia do psicólogo, 27 de agosto, os profissionais de saúde mental comemoram maior adesão da sociedade aos cuidados voltados para os transtornos e distúrbios psíquicos.
A pertinência maior da busca pelo profissional de saúde mental se deve ao fato de que estamos vivendo um momento pandêmico que, evidenciou o aumento do número de casos de doenças mentais por todo o mundo, elevando os números de atendimentos psicoterápicos.
Ou seja, vemos que aos poucos a relação do ser humano com a saúde mental mudou. Mas ainda é uma mudança tímida, pois somos cercados por uma cultura de abandono do doente psíquico. Uma realidade nua e crua, cercada por preconceitos sentidos na pele por quem enfrenta qualquer tipo de transtorno mental.
Embora, o contexto atual venha, cada vez mais, protagonizando questões psicológicas em função do advento da internet e das redes sociais, historicamente a nossa sociedade desenvolveu-se fazendo vistas grossas para o preconceito em relação a pessoas que sofrem de transtornos mentais em que, inclusive, muitas passam por constrangimentos e são vítimas de abusos diversos.
Ao ponto de sentirem a necessidade de esconder que fazem tratamento psiquiátrico ou são acompanhados por um psicólogo, psicanalista ou psiquiatra, porque sabem que podem ser discriminados ou excluídos.
Por isso, é extremamente relevante a promoção de um maior engajamento da sociedade, através de um olhar diferenciado. Que seja uma oportunidade provocativa à reflexão sobre essa cultura que, na grande maioria das vezes, é negligenciada por tabus e preconceitos que devem ser desmistificados.
A linguagem da mente ainda é desconhecida para grande parte da população. As pessoas acreditam que, faz parte do rol de doenças mentais apenas os casos mais severos em que os sintomas são aparentes. Não compreendem que a ansiedade e a depressão também são problemas psíquicos, e que apresentam o maior índice de crescimento hoje entre as doenças mentais diagnosticadas. Inclusive, a depressão já é considerada a doença do século.
São muitos os pontos nevrálgicos envolvidos no tema, mas o estigma maior está associado a falta de conhecimento das pessoas que é o que, consequentemente, gera toda essa conotação negativa. O ser humano carrega crenças limitantes e conceitos enraizados e, culturalmente, rejeita tudo aquilo que desconhece. Além disso, a falta de uma estruturação eficaz sobre a cultura da saúde mental, associada à políticas públicas sistemáticas e consistentes, também contribui para agravar o problema.
Outro fator desfavorável é a desigualdade social que impossibilita o investimento pessoal em serviços de saúde mental de qualidade. São necessárias melhorias profundas nas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) espalhados por todo país, para acolher o maior número de pessoas possíveis acometidas por transtornos mentais. Afinal, todos estamos sujeitos a sofrer com algum tipo de transtorno mental ao longo da vida.
Esse estigma precisa ser quebrado e combatido através da popularização de assuntos relacionados à doença mental. Promover o acesso à informação é um grande antídoto de combate à Psicofobia (medo exagerado ou irracional da mente/ preconceito ou discriminação contra pessoas com transtornos ou deficiências mentais).
Afinal, o grande entrave está no fato de que, doenças físicas são mais perceptíveis que as doenças psicológicas, o que torna os diagnósticos tardios por dificuldade em reconhecer a necessidade de ajuda.
O adoecimento mental traz uma certeza: sem saúde psíquica não existe paz, não há harmonia nas relações e nem energia para cuidar das coisas mais simples da vida. Além do mais, não há sossego para zelar por quem amamos. Esse cuidado com as dores da mente é um investimento urgente que gera bem-estar e equilíbrio ao ser humano.
Precisamos mudar nossa forma de pensar em relação a quem faz tratamento e acolher essas pessoas, pois se as feridas do seu próximo não te causam dor, a sua doença é mais grave do que a dele. Visto que, terapia não é coisa de maluco. É um ato de autocuidado e autoconhecimento. Como seres únicos estamos sempre em busca de sustentação e capacitação para uma vida saudável.
Mas, essa plenitude está muito além apenas do controle físico e orgânico, a parte emocional também requer uma atenção especial e um olhar afetuoso. De forma prática, quanto mais falamos sobre nossos sentimentos, mas conscientes ficamos de nossos vazios e das nossas forças. Afinal, quem cuida da mente, cuida da vida.
A terapia traz alivio do estresse, das tensões cotidianas, além de auxiliar na resolução de conflitos e alterações de caminhos. São muitas as questões mentais que devem ser tratadas e acompanhadas, como: Depressão, transtornos generalizados de ansiedade, Síndrome de Burnout, hiperatividades, dislexias, esquizofrenias, fobias, pânicos em geral, Transtorno Borderline, alterações severas de humor, bulimias, estresse, dificuldades de enfrentamento do luto, anorexias, psicopatias, autismo, transtornos obsessivos compulsivos, dentre outros.
Mas, assim como definido pela própria OMS – Organização Mundial de Saúde, não podemos esquecer que o conceito de saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças ou demais enfermidades.
Portanto, celebrando o dia do profissional de saúde mental – o psicólogo – torcemos para que a reflexão sobre a data e o tema, desperte uma mudança ainda mais significativa da visão da sociedade sob os aspectos mentais. E que, de alguma forma, provoque uma total abertura na mente das pessoas para que compreendam a gravidade de todas estas questões. Visto que, momentos de dor, conflitos, tristezas, dúvidas e angústias são comuns ao ser humano, mas nem todos conseguem enfrentar com equilíbrio.
É preciso se familiarizar, promover e buscar um melhor entendimento sobre termos como: “saúde mental”, “saúde emocional”, “sentido de vida”, “qualidade de vida” e “harmonia nas relações humanas”. Que cada indivíduo compreenda a urgência de um relacionamento genuíno consigo e com um profissional de saúde mental para descobrir tendências naturais que o levem de encontro ao desenvolvimento pessoal, objetivando a superação de conflitos, traumas ou dificuldades emocionais.
Quem não gosta de um doce? Para a maioria das pessoas, é algo que proporciona prazer. Porém, o exagero pode indicar um transtorno alimentar. Infelizmente, muita gente tem passado dos limites, como foi apontado pela pesquisa da Fiocruz feita em parceria com a UFMG e a Unicamp.
Entre outros indicadores, o estudo mostrou que, entre abril e maio de 2020, quase metade das mulheres está consumindo chocolates e doces em dois dias ou mais por semana. Esse aumento representa 7% a mais do que antes da pandemia.
Inserido no Código Internacional de Doenças (CID), a compulsão alimentar é um transtorno caracterizado por uma perturbação persistente na alimentação e no comportamento que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete a saúde física, social ou emocional.
A pandemia foi um gatilho para quem já possuía um transtorno alimentar e viu o agravamento da doença. Mas outras pessoas desenvolveram o transtorno devido aos fatores emocionais relacionados à crise sanitária.
Os doces provocam a sensação de bem-estar decorrente da liberação de serotonina presente no alimento, o que explica a compulsão. É compreensível nesse momento, já que a imposição do isolamento social trouxe severas crises de ansiedade, estresse e depressão.
No entanto, não é saudável pensar que o chocolate serve apenas como um alento, trazendo bem-estar. O excesso prejudica o corpo de maneiras físicas e psicológicas. Vale lembrar que os brasileiros já consomem três vezes mais doce do que o recomendado, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Médicos e nutricionistas apontam que o açúcar, mesmo em pequena quantidade, ativa mecanismos dentro do seu corpo que não se restringem apenas à obesidade ou alergias alimentares, mas podem também alterar o sistema imunológico e prejudicar nossas defesas. Psicologicamente, a compulsão pode afetar a qualidade de vida.
Alguns sinais da compulsão alimentar envolvem comer mais rápido que o usual ou até se sentir desconfortavelmente cheio, comer grandes quantidades na ausência da sensação física de fome e até sentir desgostoso de si mesmo depois de comer.
O recomendado é procurar um psiquiatra e iniciar sessões de psicoterapia. O tratamento deve ser feito por uma equipe de assistência multidisciplinar composta por nutricionista, psicóloga e educador físico. É importante ainda trabalhar o autoconhecimento e buscar entender como a ansiedade, decorrente da compulsão, está afetando sua qualidade de vida.
(*) Raquel é Psicóloga; Psicoterapeuta Clínica; Coach de carreira; Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental pela CBI of Miami. É ainda Professora Universitária de Pós-graduação em Gestão de Pessoas; Coautora do livro “As Interfaces do Ser Adolescente” e autora do ebook 50 exercícios para alívio da ansiedade.
Na iminência de ser capturado (ou não), Lázaro Barbosa, o assassino de um casal e dois filhos em uma chácara em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, encontrados com marcas de tiros e facadas, tem sido denominado como serial killer por uns e psicopata por outros.
Para entender a diferença, o especialista em Direito Penal Antonio Baptista Gonçalves*, explica que um serial killer é uma pessoa sem empatia e emoção e consequentemente sem prazer. Já o psicopata tem prazer na morte em si. “O que caracteriza um serial killer é uma pessoa sem empatia e emoção e o fato de não ter os dois sentimentos significa que ele não tem prazer. E o prazer que ele tem é com a ritualística que ele cria na forma que ele mata, ele se satisfaz com isso. O psicopata gosta do crime. O seu prazer está na morte e não no ritual. O psicopata gosta de matar, o serial killer precisa matar. O impulso dele é maior e ele não consegue controlar. O psicopata não, ele gosta do resultado”.
O especialista explica ser comprovado cientificamente que o serial killer tem uma alteração de serotonina no cérebro. “Isso não significa dizer que todas as pessoas que têm alteração desse neurotransmissor são serial killers. Mas têm predisposição. É preciso considerar, também, que todos nós somos frutos do meio em que vivemos. Assim, um indivíduo com essa predisposição pode ter sido abusado pelo pai ou espancado pela mãe. É preciso ter sempre um gatilho e no caso do serial killer o gatilho é a violência”.
Assim como diz Ilana Casoy, um dos principais nomes no país quando o assunto envolve mentes psicopatas, crimes hediondos e até mesmo assassinos em série, o serial killer possui uma característica peculiar de humilhar suas vítimas e fazê-las sofrer. Gonçalves alerta que uma diferença consistente entre os dois tipos de indivíduos é que o serial killer cria um ritual para assassinar suas vítimas.“Ele precisa conhecer a rotina de seus alvos, elaborar, preparar, fantasiar e executar. O psicopata simplesmente mata”.
Gonçalves também afirma que um serial killer tem uma assinatura e essa é perceptível. Como especialista com muitos anos de atuação na área, ele explica que essa assinatura é o modus operandi como o assassino pratica seus crimes. “Se ele sentir prazer em cortar um dedo de suas vítimas, vai fazer isso em todos os seus crimes e essa será sua assinatura. Isso é diferente para cada indivíduo porque cada um tem uma forma diferente de sentir prazer”.
Diante das definições, Gonçalves avalia que Lázaro Ramos não é um serial killer. “Ele é um assassino cruel. Ele mata para sobreviver e por vários motivos e não por prazer ou por ser sádico. O Lázaro não tem uma assinatura. É um assassino que mata suas vítimas sem muita explicação”.
O especialista explica que a confusão pode estar no fato de que, neste crime, Lázaro exigiu que suas vítimas ficassem nuas e matou muitas pessoas de uma mesma família. “Mas, o que se tem notícia é que isso aconteceu nesse crime e não em outros praticados por ele. Até mesmo porque uma vítima nua dificilmente sairá em busca de socorro tão rapidamente”, finaliza.
* Antonio Baptista Gonçalves é advogado, pós-Doutor, Doutor e Mestre em Direito. Presidente da Comissão de Criminologia e Vitimologia da OAB/SP – subseção de Butantã.
Andréa Ladislau, doutora em psicanálise Pedro Costa
Atualmente, vivemos momentos de tensão e desgaste. Frente a isso, os novos tempos também transbordam um excesso de informações que bombardeia o cérebro e, consequentemente, dificulta o digerir de emoções. Terreno fértil e propício para o desenvolvimento da chamada Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Como o próprio nome já diz, é a aceleração do pensamento aumentando a ansiedade e o desgaste da saúde física e mental.
Infelizmente existe ainda uma falsa correlação do pensamento acelerado com a inteligência. Mas a grande verdade é que a pessoa que sofre com essa síndrome tende a sofrer com a saturação do córtex cerebral – que em resposta produz uma mente agitada e hiperativa. Alguns estudos, inclusive, demonstram que a ativação de decisões mais espontâneas, baseadas em intuições que favoreçam o chamado “pensamento lento”, auxilia no processo de desaceleração e promovem a capacidade do indivíduo de viver motivado por um melhor gerenciamento de suas emoções e sentimentos. Ou seja, ações rápidas, instintivas e emocionais também são válidas e muito bem-vindas.
A Síndrome do Pensamento Acelerado caracteriza-se por vários sintomas. Entre eles destacamos o pensamento acelerado, a fadiga excessiva, dificuldades em contemplar detalhes e pequenos estímulos da vida rotineira, flutuação do humor, dificuldades para se concentrar, aparecimento de pequenos lapsos de memória de forma frequente, insônias, irritabilidade e elevação da ansiedade. Por não conseguir desligar a mente e apresentar dificuldade em desacelerar o pensamento, a pessoa frequentemente sofre por antecipação. Outra caraterística básica da SPA é o cansaço físico exagerado e inexplicável. Isso porque os portadores dessa síndrome, ao pensarem demais, tendem a roubar energia do córtex cerebral, que é a camada mais evoluída do cérebro, uma energia que deveria ser utilizada nos órgãos do corpo. Mas como isso não acontece, o organismo responde com a fadiga em excesso.
É comum relatos de cefaleias intensas e dores musculares constantes associadas à Síndrome do Pensamento Acelerado. Além disso, os portadores desse problema também demonstram um tipo de comportamento em que perdem o prazer com muita facilidade. Podem lutar muito para conquistarem algo, mas ao conseguir demonstram desânimo e falta de motivação. Ou seja, para alimentar sua satisfação estão sempre em busca de novos estímulos e são verdadeiros inimigos da rotina.
Portanto, desacelerar o pensamento é extremamente benéfico para promover a melhoria da saúde mental e favorecer o controle emocional. Em muitos casos, essa desaceleração facilita a diminuição de psicoses e reduzem os níveis de paranoias em pacientes que desenvolvem tais sintomas. O tratamento para a síndrome passa por sessões de terapias com profissional adequado, além da adaptação de novos hábitos no estilo de vida. Importante incluir pausas ao longo do dia, fazer exercícios físicos e realizar atividades que lhe tragam prazer e não exijam tanto do cérebro.
Enfim, apesar da aceleração da vida, não podemos acelerar a mente de forma nociva a ponto de comprometer a saúde mental. Praticar um detox emocional e reduzir a exposição da mente às redes sociais é um ótimo exercício a se praticar para evitar o comprometimento do organismo. Além disso, falar e expor sentimentos – externando as emoções – também auxilia, e muito, na redução dos efeitos da SPA. Em tempos onde a tecnologia domina a vida do indivíduo, deve-se humanizar as relações e torna-las mais resistentes para que a mente não fique aprisionada. Valorizar os detalhes e desacelerar a vida também ajuda a reduzir o estresse e controlar a emissão de pensamentos tendenciosos. Além disso, pensar devagar e de forma mais cautelosa contribui no domínio da arte de tomada de decisões. Afinal, reservar um tempo para desacelerar o pensamento cientificamente traz ganhos e benefícios importantes para a saúde do corpo e da mente. Fica claro que, através de novas atitudes e novos hábitos, o portador da síndrome pode, com maior facilidade, reconhecer suas emoções, auxiliando a melhoria na qualidade de vida e expurgando o sentimento de vazio existencial, característico de quem sofre do problema.
Dra Andréa Ladislau
Psicanalista
* Doutora em Psicanálise
* Membro da Academia Fluminense de Letras – cadeira de numero 15 de
Ciências Sociais
* Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde
* Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social
* Professora na Graduação em Psicanálise
* Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US
Ambassador In Niterói
* Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em
Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo.
* Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint
Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.
Mesmo sabendo que pessoas com transtornos mentais cronificados precisam de um suporte especializado, é muito comum o sentimento de culpa nos familiares.
Todos conhecem alguém que já passou por uma internação em um hospital tradicional. Seja por uma intoxicação alimentar, uma crise de pressão alta ou mesmo uma doença mais severa, o fato é que a internação é um procedimento comum e muito importante para salvar vidas. No entanto, quando o tema é saúde mental, o debate é muito mais complexo pelo tabu que ainda existe na sociedade, trazendo o sentimento de vergonha e culpa ao paciente e familiares.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 3% da população brasileira apresenta transtornos mentais severos e persistentes. Assim como em qualquer condição médica grave, pessoas com esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar ou dependência química podem se beneficiar muito de uma internação, mas os tabus envolvidos no tema impedem que muitos pacientes e seus familiares busquem o serviço.
“O preconceito e o estigma ainda transitam como se a internação funcionasse como castigo e punição para o indivíduo que é acometido por um transtorno mental com surtos graves e agudos e em sofrimento intenso.”, explica Isabel Castelo Branco, Acompanhante Terapêutica e Coordenadora da Residência Terapêutica da Holiste Psiquiatria.
O que são pacientes psiquiátricos crônicos?
A especialista ensina que quando falamos sobre cronicidade de sintomas, estamos nos referindo a evolução de um quadro psíquico que, mesmo após várias internações, diferentes abordagens terapêuticas e medicamentosas, um ou mais sintomas persistem de modo incapacitante, impedindo o paciente de desenvolver atividades laborais, acadêmicas ou socioculturais.
“Isso faz com que haja um impacto muito grande na forma como esse paciente lida com suas questões, com a vida e na relação que vai estabelecer com o mundo. O paciente começa apresentar muita dificuldade na relação social, autonomia e suas atividades de vida diária. O suporte familiar e social se torna insuficiente para garantir um espaço adequado de moradia. Essa situação termina sendo muito desgastante para a família, que já não consegue manejar o paciente dentro do contexto familiar que necessita de suporte intensivo 24 horas”, aponta.
Internação x Residência Terapêutica
A internação é uma intervenção por um curto período para a estabilização do quadro psíquico após uma crise aguda. No entanto, em pacientes crônicos, as medicações e as outras abordagens terapêuticas conseguem reduzir a gravidade dos sintomas, mas não os afasta definitivamente, sendo assim, há a possibilidade de continuar com o acompanhamento longe do ambiente hospitalar – com a Residência Terapêutica.
Trata-se de um espaço de moradia assistida onde o paciente pode exercer sua individualidade, sua cidadania, seu convívio social com outras pessoas e com o mundo, mas com todo suporte e monitoramento de uma equipe multidisciplinar (Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais, Acompanhantes Terapêuticos, Médicos clínicos e psiquiatras, Enfermagem e cuidadores) em saúde mental.
Como lidar com a culpa?
A doença mental é, erroneamente, encarada como uma falha moral da família e do paciente. Assim, apesar de uma condição médica, é comum que familiares ou o próprio indivíduo enfrentem um sentimento de culpa – que muitas vezes impede ou atrasa o tratamento, além de desgastar ainda mais as relações dentro de casa.
“A família, além de não conseguir responder a todos os cuidados específicos que uma pessoa com transtorno mental necessita, passa por um processo de adoecimento coletivo, onde a esposa, mãe, irmão ou filho desaparecem da configuração familiar e surgem apenas como cuidadores e paciente”, explica.
A especialista complementa que o papel do profissional da saúde é acolher e compartilhar com a família os projetos e responsabilidades quanto ao tratamento na “casa nova” e construir uma parceria consolidada, entendendo que a residência não é um lugar de abandono, um abrigo ou coisa que o valha. “As famílias, muitas vezes, têm o sentimento de culpa, a sensação que abandonou seu ente querido, mas a proposta é justamente reconstruir os laços que foram enfraquecidos ao longo dos anos de doença e ressignificar a vida”, finaliza.
Sobre a Holiste
A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, que atua há 20 anos no mercado baiano. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), ambas unidades localizadas no bairro da Pituba.
A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br.
Há um ano que todo o Brasil vem enfrentando a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Sentimentos como incerteza e ansiedade tomam conta da maior parte das pessoas. Com o número crescente dos casos e figuras públicas perdendo suas vidas por conta da Covid, muitas acabaram desenvolvendo transtornos compulsivos e de ansiedade.
Os especialistas na área chegaram até a criar um novo termo para esses transtornos: “coronafobia”. Segundo a psicóloga Raissa Nóbrega, da Hapvida, a “coronafobia” é desenvolvida em virtude de algum ato, de forma desordenada e desproporcional ao momento vivido. “A pessoa acaba adotando comportamentos exagerados e compulsivos, lavando a mão de hora em hora ou criando um pânico ao pensar que precisa sair de casa”, explicou Raissa.
A psicóloga ainda alerta que, caso esses transtornos não tenham um acompanhamento correto , podem ser agravados , chegando a um quadro depressivo. Segundo estudos preliminares, em virtude da pandemia, muitas pessoas têm aumentado o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e substâncias lícitas ou desenvolvido um quadro de estresse.
“É provável que pessoas as quais tenham um quadro de ansiedade sofram mais com tudo isso. O que estamos percebendo é um aumento no número de pessoas apresentando sintomas de ansiedade como de depressão”, pontuou.
RECOMENDAÇÃO
Uma saída para o problema, na avaliação da especialista , é transformar essa nova realidade que estamos vivendo, a exemplo do uso de máscaras e álcool em gel, algo comum ao dia a dia. “As pessoas precisam entender que para diminuir o número de casos, cada pessoa precisa focar no seu cuidado pessoal diário, e na saúde física e mental. E também ter o cuidado com a higiene pessoal; como chegar em casa e trocar de roupa, limpar os objetos da rua, para assim manter a nossa segurança e de nossos familiares”, recomendou.