Desde a segunda-feira (21) até as 14h desta quarta-feira (23), 1.841 pessoas se cadastraram como voluntárias para participar dos mutirões de limpeza do óleos nas praias do Estado, dentro da campanha #SeChegaraGenteLimpa. A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, Idema e Secretaria Estadual de Saúde irão realizar nos dias 24 e 25 a capacitação dos voluntários para atuarem na limpeza das praias.
O coordenador da Defesa Civil, Marcos de Carvalho, destaca a importante participação da população nas ações. A expectativa era de que fossem cadastrados cerca de 800 voluntários, mas o número final de quase 2 mil pessoas demonstra o interesse em ajudar a mitigar o problema que atinge o litoral nordestino.
“Além dos voluntários, fomos procurados pelos Escoteiros, pela Cosern, que quer fazer doação de material, pelo Sindipostos (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN) que vai disponibilizar os postos de combustíveis como pontos de coleta de produtos, como água e protetor solar, para os voluntários. E mais empresas estão aderindo à campanha”, ressaltou.
A capacitação será realizada de acordo com o seguinte cronograma:
Dia 24 – das 8h às 10h
Touros – auditório do Centro de Turismo
Ceara-Mirim – Câmara Municipal
Extremoz – Ecoposto de Jenipabu
Dia 24 – das 14h às 16h
Natal – Secretaria Municipal de Administração
Rio do Fogo – Câmara Municipal
Maxaranguape – Câmara Municipal
Dia 25 – das 8h às 10h
Nísia Floresta – auditório da Secretaria Municipal de Educação
Baia Formosa – Câmara Municipal
Tibau do Sul – centro de treinamento da rede hoteleira
Dia 25 – das 14h às 16h
Parnamirim – auditório do Centro Administrativo Municipal
Canguaretama – Iate Clube Barra de Cunhaú
Senador Georgino Avelino – Palhoção da Barragem
Copos sustentáveis feitos de cana de açúcar são a grande aposta.
Em pleno século XXI, vivenciamos situações reprováveis e impossíveis de serem deixadas de lado, como o caso de animais serem encontrados nos oceanos com plásticos descartáveis em seu interior.
É muito triste ver que infelizmente chegamos neste ponto, onde os descartáveis ganharam tanto espaço no dia-a-dia das pessoas, por ser ilusoriamente prático e barato, mas acabam não fazendo o descarte correto dos mesmos e passam a utilizá-lo de forma desenfreada e sustentavelmente inconsciente
O plástico demora cerca de 450 anos para se decompor no meio ambiente, e em função do elevado consumo de descartáveis pelas pessoas nota-se como consequência, o acúmulo de lixo no planeta.
No entanto, nada está perdido, diversas ações/regulamentações estão sendo determinadas em prol do meio ambiente e tentado ajudá-lo de alguma forma, principalmente para reduzir o volume de lixo descartável gerado pelos seres humanos, como a proibição de canudos plásticos que foi aprovada pela Câmara municipal de São Paulo.
Algumas empresas também estão se conscientizando sobre o problema dos descartáveis e estão lançando campanhas internas para estimular que os funcionários utilizem o mesmo copo plástico durante o horário de trabalho, para isso, estão apoiando projetos de “Adote um copo” e “Adote uma caneca” para que todos estejam juntos nesse processo de preocupação com o meio ambiente e para que cada um faça a sua parte, mesmo que com pequenas atitudes.
Recentemente a Green Cups® lançou uma linha exclusiva de copos sustentáveis feitos de cana de açúcar, justamente para atender essa demanda das empresas por produtos duráveis que reduzem o volume de lixo gerado e ainda contribuem para o meio ambiente. Esses copos sustentáveis feitos de cana de açúcar são produzidos de maneira totalmente natural, utilizando apenas 300 mililitros de água para a produção do mesmo, enquanto um copo plástico descartável gasta cerca de 3 litros de água.
Além disso os produtos dessa empresa referência em copos sustentáveis, possuem vida útil de 2 a 3 anos ajudando a eliminar a quantidade de descarte e lixo acumulado no meio ambiente, e após o uso do produto, a Green Cups® se preocupa em realizar a logística reversa dos produtos para fazer o descarte ecologicamente correto.
Reduzir, reutilizar e reciclar, são apenas algumas pequenas atitudes diárias que podemos fazer em prol do meio ambiente, ciente que juntos podemos salvar o nosso planeta.
O desmatamento, somado à expansão desordenada das áreas urbanas, faz com que os animais migrem para as cidades Créditos: Pixabay
Sem as áreas naturais, insetos se proliferam com mais facilidade e migram para as regiões urbanas. Nas últimas três décadas, a presença de doenças transmitidas por mosquitos dobrou no Brasil
As mudanças de uso da terra, geradas principalmente pelo desmatamento, monocultura, pecuária em grande escala e mineração, estão entre as principais causas de surtos de doenças infecciosas em humanos e pelo surgimento de novas doenças no continente americano. Essa é uma das conclusões apontadas no Relatório de Biodiversidade da ONU, que analisou mais de 15 mil pesquisas científicas e informações governamentais durante três anos.
“Os bens e serviços fornecidos pela natureza são os fundamentos definitivos da vida e da saúde das pessoas. A qualidade do ambiente em que vivemos desempenha papel essencial na nossa saúde. Em ambiente natural, com florestas intactas, mamíferos, répteis, aves e insetos se autorregulam. O desmatamento, somado à expansão desordenada das áreas urbanas, faz com que os animais migrem para as cidades. No caso dos mosquitos, que são vetores de muitas doenças, a crise climática e o aumento da temperatura também trouxeram condições favoráveis à reprodução desses indivíduos. Nas cidades, eles passam a se alimentar também do sangue das pessoas, favorecendo a transmissão de enfermidades”, explica a gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Leide Takahashi.
Nessa linha, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) reconheceram que a biodiversidade e a saúde humana estão fortemente interligadas e, durante a COP-13, em 2016, recomendaram uma série de ações. Segundo a OMS, ao menos 50% da população mundial corre o risco de contaminação por doenças transmitidas por mosquitos, chamadas de arboviroses. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que o número de arboviroses tenha dobrado nas últimas três décadas. Algumas delas, como malária, dengue, febre amarela e zika, já causaram surtos em áreas urbanas.
Doutora em Ciências Florestais, Leide destaca ainda que a conservação do patrimônio natural é importante para o controle de outras doenças, especialmente as mentais. O contato com a natureza é capaz de diminuir a ansiedade e o estresse, contribuindo com o bem-estar da população. “A natureza nos fornece água, ar puro, alimentos e outros recursos essenciais para o nosso dia a dia. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio para que as pessoas aproveitem esses recursos de forma responsável, sem prejudicar a fauna e a flora e sem colocar as próximas gerações em risco”, afirma Leide, que também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
Marcia Marques é professora titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza Créditos: Fernando Dias
*Marcia Marques
O movimento mundial de jovens contra o aquecimento global teve mais um importante evento, a Greve Global pelo Clima. O movimento, iniciado pela jovem sueca Greta Thunberg em março deste ano, não parou mais e tem sido uma fagulha de esperança em tempos de negacionismo à ciência e ataques reiterados ao meio ambiente, incluindo o que se acompanha recentemente na Amazônia.
Quando Greta e seus seguidores ocuparam as ruas alertando sobre o aquecimento global, assumiram o protagonismo da maior ameaça da sustentabilidade do planeta. Um protesto local, que expandiu e tomou proporções globais, passou a ocupar as primeiras páginas dos jornais. Desde então, as sextas-feiras passaram a ser dias de mobilização que se multiplicaram em tweets, palestras, vídeos e entrevistas. Hoje, não é mais apenas a voz de Greta, mas a de milhões de jovens no mundo todo que clamam por mais cuidado com o planeta.
É animador observar uma jovem de apenas 16 anos liderar um movimento desta magnitude. Vale lembrar que as crianças e adolescentes, até pouco tempo atrás, consistiam numa parte invisível da sociedade. De miniaturas de seres adultos dos séculos XVII e XVIII (vide os quadros da família de Carlos IV, da Espanha, retratados por Goya) a figuras fragilizadas e “embalsamadas” por cueiros nas gerações de nossos avós, a compreensão da complexidade e inteligibilidade do universo infantil somente começaria a ocorrer no início do século XX. O que vemos hoje são jovens que, além da dimensão cognitiva, são dotados de uma inteligência emocional e senso de coletividade capazes de influenciar a humanidade no presente e futuro.
Ver jovens engajados pelo clima nos traz algumas reflexões que aquecem a alma em um momento de tantas turbulências. Um primeiro alento é ver que a ciência corre nas veias desta geração, contrapondo as visões carregadas de dogmatismo que invadiram parte do mundo contemporâneo. “Ouçam a ciência!”, gritam os jovens aos líderes mundiais, convidando-os a guiar suas ações pelos reiterados dados científicos que corroboram o aquecimento global.
A suposta surdez de líderes como Donald Trump e Jair Bolsonaro, que negam o problema do clima, certamente escondem interesses econômicos e escancaram a incapacidade de pensar formas alternativas para o crescimento. A geração de Greta, ao contrário, sabe que a informação científica é o melhor caminho para lidar com as certezas e incertezas do mundo. Interessante notar que este movimento surge exatamente na Suécia, país que aparece nas primeiras posições nos rankings de educação mundial. Sabemos que o conhecimento ilumina e faz dos cidadãos pessoas capazes de enxergar os problemas com discernimento. Não é coincidência que educação e ciência no Brasil têm sido tratadas com total irrelevância pelo atual governo, pois quem pensa e compreende a ciência é capaz de se posicionar corajosamente em defesa de um meio ambiente equilibrado e um crescimento econômico sustentável.
Também nos conforta ver que estes jovens assumiram um protagonismo no pacto por justiça entre gerações. Em grande medida, as ações que visam a sustentabilidade do planeta estão pautadas por um compromisso da geração atual em garantir recursos e meios de vida para as gerações futuras. Um exemplo deste compromisso é ilustrado pelo “Dia de sobrecarga da Terra” (organizado pela Global Footprint Network), que marca o momento no ano em que a presente geração esgota os recursos disponíveis para ela mesma, data esta que tem sido cada vez mais precoce. A pergunta que se coloca é: “É moralmente ético e socialmente justo que nós comprometamos os recursos e a própria vida das próximas gerações?”. Greta e seus amigos compreendem plenamente a dimensão da justiça e não se furtam de suas responsabilidades, ou seja, são reais guardiões do futuro. Mais do que isso, a geração de Greta cobra de nós, adultos, ações moralmente aceitáveis e nos convida a pensar num futuro em que as vidas de nossos descendentes e das outras espécies estão em jogo.
A greve pelo clima é também algo genuíno, saído de mentes de crianças e adolescentes de todo o mundo, desprovido de interesses econômicos, políticos ou de poder. Há muito tempo em que não vemos na sociedade ações globais concretas baseadas no altruísmo e no respeito ao próximo. A nova ordem econômica mundial e os avanços tecnológicos penetraram nas sociedades com tamanho poder, que as relações humanas se tornaram fluidas (a sociedade líquida de Zygmunt Bauman) e a preocupação com o outro passou a ser mero apêndice de vidas voltadas para a individualização do “eu”, as aparências e argumentos rasos. A preocupação com o meio ambiente e a consequente sustentabilidade planetária não podem sucumbir à sociedade líquida, pois perderiam a essência do chamado pela coletividade. As ações dos jovens pelo clima sinalizam para uma sociedade organizada, que faz uso da fluidez das redes sociais e mídia, não para propósitos de poder, mas para uma causa realmente relevante para todos.
Certamente, ninguém das gerações passadas, especialmente aquelas que se sucederam após a Revolução Industrial, imaginariam que, em pleno século XXI, precisaríamos da capacidade cognitiva e sensibilidade de uma criança para trazer para a mesa de discussão um tema da maior relevância para o futuro da humanidade: se este mundo não der certo, não tem outro e nós precisamos fazer alguma coisa. No dia de hoje, dizer que “criança é nosso futuro” deixou de ser uma mera frase de efeito para se tornar uma verdadeira esperança de um mundo melhor.
*Marcia Marques é professora titular da Universidade Federal do Paraná, vice-presidente da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.
A cadeia de produção de alimentos vive um momento de grandes transformações, impulsionado por fenômenos recentes ou pela aceleração exponencial de tendências. A evolução da biotecnologia, as transformações climáticas, a mudança do comportamento dos consumidores (consumo consciente) e a automação, entre tantos outros exemplos, de maneira isolada poderiam vir a ter um impacto significativo sobre o setor do agronegócio. Em conjunto, essas tendências poderão redefinir a estrutura, a conduta e o desempenho das empresas no segmento.
O mercado de insumos agrícolas tem assistido a grandes movimentações: internacionalmente, fusões e aquisições entre grandes players da indústria e, no Brasil, aquisições de distribuidores tradicionais por investidores estratégicos e fundos. Mesmo após a onda recente de aquisições por investidores estratégicos e fundos de investimentos, o mercado brasileiro de insumos ainda é bastante fragmentado: os cinco maiores distribuidores são responsáveis por apenas 6% do mercado. O restante se divide em cooperativas (27%), venda direta (25%) e a soma de outros distribuidores (42%). Nos Estados Unidos, para se ter uma comparação, os cinco maiores distribuidores são responsáveis por 39% do mercado.
O Brasil é o principal mercado mundial de defensivos agrícolas, mas seu uso é mais eficaz no país que em outros países produtores. O volume comercializado de fertilizantes tem aumentado em praticamente todas as safras, mas a participação de empresas brasileiras nesse mercado vem decrescendo desde 2016. De acordo com os dados da ANDA, o ano de 2018 fechou com 35,7 milhões de toneladas de fertilizantes entregues, sendo 23% desse volume de produto nacionais. Em 2016, essa porcentagem foi de 27% para 33,5 milhões de toneladas. A oferta de fertilizantes no Brasil está concentrada em quatro fornecedores e um deles entrou com pedido de recuperação judicial no primeiro trimestre deste ano.
Ainda no comparativo do mercado, os fertilizantes especiais, de alto valor agregado, têm tido um crescimento de 18% a.a., muito acima do mercado como um todo. Este segmento já movimenta quase R$ 8 bilhões, dos quais 70% vêm de fertilizantes foliares.
Apesar do forte componente de importação e da concentração de fornecedores, os preços de fertilizantes não têm conseguido acompanhar o dólar nos últimos anos. O mercado segue de perto os preços da soja com a relação sacas de soja por toneladas de produto estáveis entre 2014 (19,8) e 2018 (20,6).
Em se tratando de fatores externos, as pressões biológicas, regulatórias e jurídicas colocam em xeque a continuidade no uso do glifosato, principal defensivo químico para a agricultura. Porém, ainda não existem produtos que possam substituí-lo com igual eficácia.
O assunto é delicado e deve ser visto de vários prismas: são apurados quase 500 casos de ervas daninhas resistentes ao glifosato no mundo e, em 2019, a empresa responsável recebeu condenações no montante de cerca de US$ 2,3 bilhões por danos à saúde de pessoas expostas ao glifosato. Alguns países têm estudado banir o uso de glifosato, por pressões ambientais. A Alemanha já anunciou o início da descontinuidade no uso do herbicida, que deve ser totalmente banido do país até 2023. Contudo, o banimento do glifosato também pode ter efeitos ambientais negativos, como a pressão pelo aumento de área cultivada, o aumento de emissões de gases de efeito estufa (menor eficiência na produção e transporte de alimentos) e o aumento do uso de defensivos menos eficazes.
Ainda falando do mercado, os produtores brasileiros têm buscado cada vez mais alternativas para a redução de custos com defensivos agrícolas. Como consequência, produtos genéricos e uso de controle biológico de pragas têm tido destaque. Em 2015, os genéricos tinham uma fatia de 38% dos defensivos. Apenas dois anos depois, em 2017, já correspondiam a 51% do mercado.
É preciso que os players estejam então, cada um em sua área (produtores agrícolas, distribuidores e indústria) atentos a uma série de perguntas, como o que o mercado quer (visando desde concorrentes até o consumidor final), as tendências de consumo do produto direta e indiretamente, além de acompanhar as tecnologias existentes e as novas que chegam no setor.
Sobre o futuro, a chegada da chamada “agricultura 4.0”, trazendo tecnologias que prometem reduções de até 90% no volume de aplicações de alguns produtos, pressionará a indústria a rever seus modelos de negócio. Uma hipótese é que ao invés de vender litros ou quilos de produto, a indústria terá que pensar o seu negócio como provedor de soluções integradas de produtividade.
Em resumo, o Brasil é um grande mercado de fertilizantes e defensivos, porém movimentações recentes e novas tecnologias aumentam a complexidade de competição neste mercado. E os players, tanto da indústria, como distribuidores de insumos e os produtores do agronegócio, que quiserem se manter terão que encarar esses novos fatores determinantes de frente e se preparar para esse novo mercado em constante mutação.
Robinson Cannaval Jr – Sócio fundador e diretor do Grupo Innovatech, Diretor executivo da Innovatech Consultoria, Formado em Engenharia Florestal pela ESALQ/USP, com especialização em Gestão estratégica de Negócios pela Unicamp e MBAs em Finanças e Valuation pela FGV.
Documento gerado em evento realizado no Centro Infantil Boldrini tem caráter internacional e visa garantir a defesa das futuras gerações
Dr. Pedro e Dra. Silvia durante apresentação da Declaração dos Direitos Ambientais da Criança
O Fórum “Meio Ambiente e Câncer da Criança” realizado no dia 16 de setembro no Centro Infantil Boldrini (Campinas-SP) trouxe à discussão as recentes pesquisas relacionando as interferências de poluentes do meio ambiente na saúde da criança. Mas muito mais do que apresentar números e dados estatísticos, o evento buscou ações práticas para enfrentar a realidade demonstrada: criou o Grupo de Defesa dos Direitos da Criança à Saúde Ambiental e formulou a Declaração dos Direitos Ambientais da Criança.
Segundo o médico e pesquisador do Centro Infantil Boldrini, Pedro Campos Lima, um dos organizadores do Fórum, o documento é simples, mas essencial na garantia dos direitos das crianças de hoje e das futuras gerações. “É uma declaração não só do Brasil, mas em nome das crianças do mundo todo e voltada para o futuro”, alertou antes de tornar o documento público.
A Declaração dos Direitos Ambientais da Criança contém seis parágrafos, que segundo os pesquisadores presentes no Fórum e o Grupo formado, propiciam a segurança da saúde das crianças.
Para a presidente do Boldrini, Dra. Silvia Brandalise, as ações do Grupo criado no Fórum, que tem participantes de diversos segmentos da sociedade brasileira e internacional, não vão se restringir ao evento. “O Grupo deve se reunir por conferências eletrônicas, conversar e determinar ações para lidar com a realidade e proteger as crianças de produtos químicos e poluentes ambientais. Se algo não for feito, de imediato, a situação de contaminações, incidência de doenças relacionadas aos poluentes do meio ambiente só irá piorar. Hoje nosso ambiente, e por isso entenda-se ar, terra, água, alimentos e tudo que circunda os seres humanos e animais, está sendo sistematicamente contaminado pela ação humana, com agrotóxicos e produtos químicos, por exemplo. E isso foi comprovado pelas diversas apresentações no Fórum. Passou da hora da sociedade se conscientizar e agir”, disse.
Os interessados em saber mais sobre a Declaração ou sobre o Grupo, podem encaminhar mensagens ao endereço eletrônico: cerag@boldrini.org.br.
Conheça na íntegra a Declaração dos Direitos Ambientais da Criança
I. Todo ser humano tem o direito de não ser exposto dentro do útero a fatores ambientais perigosos que possam afetar sua saúde física e mental.
II. Toda criança deve ter acesso a alimentos, água e ar sem contaminantes que possam comprometer sua saúde agudamente ou a longo prazo.
III. Um ambiente local saudável, desprovido de qualquer risco físico, químico, biológico ou psicológico identificado ou suspeito deve ser fornecido a todas as crianças em casa, nas áreas de recreação e na escola.
IV. As crianças têm o direito de viver num planeta Terra limpo, onde haja uma abordagem sustentável dos recursos naturais, consciência responsável do impacto humano sobre o clima e respeito pela biosfera e sua biodiversidade.
V. As crianças das próximas gerações devem ser protegidas, encorajando aquelas de hoje a levar à idade adulta o compromisso de lutar pelos Direitos Ambientais de seus próprios filhos.
VI. Os Princípios da Precaução e da Prevenção devem sempre ser aplicados aos Direitos Ambientais das crianças.
Sobre o Centro Infantil Boldrini
Centro Infantil Boldrini − maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 41 anos atua no cuidado de crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, com disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br
Compras realizadas serão convertidas em plantio de árvores
A Leroy Merlin sensibiliza seus Clientes a contribuírem na luta contra o desmatamento ilegal na Amazônia, sem precisar estar lá. Na próxima sexta-feira (27) acontece o “FSC Friday” da marca. Durante todo o dia, cada Cliente que adquirir pelo menos um produto com o selo de sustentabilidade FSC ajudará no reflorestamento da Amazônia, já que cada compra representará o plantio de uma árvore endêmica na floresta.
O FSC (Forest Stewardship Council), é uma ONG que atual globalmente na defesa de do manejo florestal ambientalmente adequado como resposta às preocupações mundiais sobre o desmatamento. O selo da certificação FSC atesta que o item respeita os recursos naturais por meio do manejo florestal responsável, de forma a mitigar impactos ambientais e promover benefícios sociais para toda a sociedade.
Nas compras realizadas nas lojas físicas, o Cliente receberá um certificado para poder acompanhar o plantio; nas compras on-line, será efeito um agradecimento. A ação conta com a participação da ONG Iniciativa Verde, que tem projetos sustentáveis em todo o Brasil. Em parceria com ela, a Leroy Merlin já plantou mais de 100 mil árvores.
O “FSC Friday” finaliza a “Semana da Floresta”, na qual aconteceram diversas ações com foco na importância do consumo consciente. Esse tema, de grande relevância social, foi evidenciado em atividades e divulgação de conteúdos que objetivam a conscientização e sensibilização dos Clientes.
A “Semana da Floresta” marcou a força da parceria entre a Leroy Merlin, e Inciativa Verde em celebração ao dia da árvore, que é comemorado todo 21 de setembro.
O Meio Ambiente é a nossa primeira casa
A sustentabilidade e o desenvolvimento responsável são pilares de atuação da Leroy Merlin. Todos os tipos de madeiras vendidas pela empresa possuem o Selo Certificação de Recursos Naturais, como os pisos, entre outros itens. Os produtos responsáveis, que contribuem para o desenvolvimento sustentável, foram divididos em quatro pilares: casa capaz de fazer economia; casa mais saudável; casa que respeita o meio ambiente e casa mais prática de viver.
Os itens responsáveis passaram por um acompanhamento detalhado em todo o seu ciclo de vida, ou seja, eles não prejudicaram o meio ambiente desde a extração da matéria prima até o seu uso final.
Já a fiscalização ambiental, prevista na legislação é executada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. As atribuições de polícia ambiental foram concedidas ao Ibama pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989.
Consumidor engajado no consumo sustentável
Os Clientes Leroy Merlin têm à disposição informações sobre os benefícios relacionados à preservação dos recursos naturais, com a prática do consumo consciente.
Todas as informações divulgadas nos canais oficiais Leroy Merlin seguem a categorização das normas do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que regulam a forma de comunicar assuntos sobre sustentabilidade, entre outros.
Dessa forma, a marca oferece a seus Clientes a garantia de aquisição de produtos diferenciados, ecologicamente adequados às leis vigentes, o que proporciona harmonia com o consumo sustentável dos recursos naturais.
Sobre a Leroy Merlin
Consolidada no Brasil desde 1998, a Leroy Merlin é especializada em construção, acabamento, bricolagem, decoração e jardinagem. A excelência em atendimento e variedade de produtos fazem com que a empresa seja a grande referência do mercado. Segundo os dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (ANAMACO) a Leroy Merlin é líder do mercado varejista da Home Center. São mais de 80 mil itens divididos em 15 setores: materiais de construção, madeiras, elétrica, ferramentas, tapetes, cerâmica, sanitários, encanamentos, jardinagem, ferragens, organização, pintura, decoração, iluminação e cozinha.
São 41 lojas Leroy Merlin espalhadas por dez estados brasileiros e o Distrito Federal, além do E-commerce, que atende todo o país. As lojas são equipadas com serviços especiais como mesa de bricolagem, fábrica de cores, espaço projeto, corte de madeira e vidro, coleta seletiva e drive-thru.
A preocupação com a sustentabilidade se reflete nos processos internos. Esforço que começa a ser reconhecido internacionalmente. São 23 lojas já receberam a certificação AQUA – Alta Qualidade Ambiental. A Certificação AQUA-HQE é considerada uma das certificações ambientais mais importantes do mundo. Criada em 2008 pelo Grupo Qualitel, organismo francês de certificação de empreendimentos, e desenvolvida e adaptada à realidade brasileira pela Fundação Vanzolini, ela visa não apenas racionalizar o uso da água e da energia elétrica nas construções, mas também promover o conforto e bem-estar da comunidade ao redor.
Por tudo isso a Leroy Merlin se destaca como uma das melhores empregadoras do mercado varejista brasileiro, figurando no ranking anual Great Place to Work Brasil, divulgado em parceria com a Revista Época, de 2013 a 2019. Ficou em 23º lugar na lista das melhores em 2019.
Sete entre dez consumidores não comprariam produtos ou serviços de empresas que não cuidam corretamente do lixo que produzem, segundo pesquisa encomendada pela Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Resíduos (Abrager) a Opinion Box, companhia especializada em pesquisas de mercado. O estudo, direcionado para moradores da cidade de São Paulo, mostra ainda que 91% da população é a favor de ampliar o valor das multas para empresas que dispõem de forma inadequada os seus resíduos.
Os dados da pesquisa foram levantados por meio de um questionário online com 11 perguntas de resposta única, coletados em julho deste ano. Ao todo, foram recebidas 300 respostas, de moradores de todas as regiões da cidade. O objetivo da análise foi medir a percepção do paulistano em relação à gestão dos resíduos gerados por estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços na capital.
Para o diretor-executivo da Abrager, Júlio Mirage, os novos consumidores não buscam apenas produtos e serviços, e sim empresas que invistam em ações sociais e tenham comprometimento com o meio ambiente. “A perenidade de uma empresa, independente do porte, passa necessariamente por iniciativas vinculadas a uma causa, entre elas medidas de sustentabilidade e preservação ambiental”, comenta.
Na visão de 80% paulistanos, o lixo gerado pelas empresas é tido como um dos principais problemas de saúde pública e um grande causador de focos de doenças. Para esses entrevistados, os resíduos comerciais expostos nas calçadas, sem armazenamento adequado e sem tratamento, podem escorrer para bueiros ou serem manipulados e contaminados antes da coleta, provocando proliferação de roedores e baratas.
“A coleta domiciliar comum atende 100% do município. Somente em 2018, foram recolhidos aproximadamente 3,7 milhões de toneladas de resíduos. À medida que o cadastro de estabelecimentos comerciais vai crescendo, conseguimos aperfeiçoar ainda mais esse trabalho”, comenta Edson Tomaz de Lima Filho, presidente da Amlurb.
Cadastro obrigatório para empresas que geram lixo
Uma das soluções apresentadas pela Prefeitura de São Paulo para equacionar essa questão é o cadastro eletrônico de geradores de resíduos. Trata-se de uma plataforma de monitoramento e controle da gestão do lixo produzido pelas empresas instaladas na capital paulista.
Até 9 de setembro, todos os proprietários de estabelecimentos comerciais, como restaurantes, padarias, indústria e condomínios não residenciais, incluindo shopping centeres, entre outros, e que tenham CNPJs inscritos no município de São Paulo, devem se cadastrar no site https://www.ctre.com.br/login, para que sejam enquadrados ou não como grandes geradores de lixo.
É o que determina a Resolução 134/2019 da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), publicada no Diário Oficial no último dia 11 de julho. Por ser feito de maneira online, o cadastro permite o acompanhamento quase que em tempo real de todas as etapas da cadeia de resíduos sólidos no município, incluindo a geração, o armazenamento, o transporte e o tratamento e disposição final.
O cadastro é feito dentro de um sistema autodeclaratório e integra as iniciativas do poder público de facilitar o controle e o cumprimento da Lei 13.478, de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 58.701, de 2019, que trata do lixo gerado nos estabelecimentos comerciais.
O cadastro é obrigatório para todas as empresas de São Paulo, independente do volume diário de lixo gerado. O próprio sistema faz o enquadramento automático nas categorias de geradores de resíduos, conforme informações prestadas no momento do cadastro.
Sobre a Abrager
Fundada em 2017, a Associação Brasileira de Empresas de Gerenciamento de Resíduos (Abrager) é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que congrega empresas de toda a cadeia de gestão de resíduos sólidos do setor privados, incluindo transporte, reciclagem, logística reversa, gerenciamento e tecnologia de tratamento de resíduos sólidos. Com atuação em todo o território nacional, a entidade coordena, representa e defende os interesses de seus associados quanto ao desenvolvimento do setor e do mercado de gestão de resíduos sólidos privados, promovendo e divulgando as boas práticas e o correto manejo de resíduos no Brasil.
Qual a contribuição da Amazônia para o mundo, para o Brasil e para todos os seres vivos? No dia 5 de setembro celebra-se o Dia da Amazônia.
Primeiramente, vamos falar da extensão do bioma Amazônia, que ocupa 60% do território brasileiro, estando presente em vários estados (Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso). Tem área de aproximadamente 5,5 milhões de quilômetros quadrados, além de abranger também oito países além do Brasil: Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
Com essa extensão, quantas pessoas vivem na floresta amazônica? Cerca de pelo menos 30 milhões de pessoas. Além de ser considerada a maior floresta tropical do mundo, é também a mais biodiversa (dados do Ministério do Meio Ambiente de 2019), sem falar nas inúmeras contribuições que ela nos oferece tanto em recursos ambientais como econômicos: variedade de espécies, plantas fitoterápicas, água doce, ar puro.
Vale lembrar também que a floresta é responsável por grande parte do controle hídrico e climático, por conta de sua capacidade de transferir calor e vapor a muitas regiões, estoque de carbono, grande diversidade de vegetais, animais e minerais.
Estamos vendo que quanto mais desmatamento e impactos sofrer a nossa Amazônia, mais distante e difícil será a sua preservação e reconstituição. A fotossíntese, que é a troca do gás carbônico pelo oxigênio, é uma questão de sobrevivência. Podemos dizer então que as florestas tropicais úmidas, como é o caso da floresta amazônica, com certeza nos auxiliam na minimização do efeito estufa e da mudança climática.
Considerando os 30 milhões de pessoas que lá vivem, grande parte é composta por população ribeirinha e nativa, que vive do extrativismo e subsistência. Mas ao mesmo tempo estamos vendo cada dia mais grupos estrangeiros atuando nas mais diversas áreas, seja para pesquisas, implantação de indústrias e serviços até mesmo exploração predatória de diversos. Tudo isso tem comprometido sensivelmente a nossa Amazônia.
O que nós estamos fazendo para manter todo esse espaço verde em condições e o que fazemos para sua preservação? Várias são as instituições que se preocupam com a preservação da floresta, como ONGs e o próprio Ministério do Meio Ambiente, com a meta ousada “Desmatamento Zero” e o uso sustentável da floresta: Projeto Amazônia Legal.
Sabendo da contribuição da Amazônia para o mundo e para o Brasil, notamos que alguns dos impactos são negativos, entre eles as ações antrópicas (ou seja, desenvolvidas pelo homem) que têm a maior representatividade.
Diante deste retrato sobre a floresta amazônica, podemos dizer que ela está deficitária em sua preservação e conservação e cabe a cada um de nós, indivíduos comuns e que tenham poder de decisão estatal, fazer sua parte quanto a exploração e utilização dos recursos naturais, conscientes na formulação de leis e normas voltadas para manter a floresta viva e pulsante.
Autora: Sandra Maria Lopes de Souza é professora, mestre em Gestão Ambiental e coordenadora de cursos de Pós-Graduação no Centro Universitário Internacional Uninter.
Perfis em redes sociais mostram novas formas de pensar a sustentabilidade do planeta Créditos: Pixabay
O cuidado com o meio ambiente ganha força, voz e engajamento nas redes sociais
O Brasil tem 140 milhões de usuários nas redes sociais. O número do relatório Global Digital Statshot 2019 corresponde a 66% da população do País. Pessoas conectadas e que ganham voz e poder de comunicação instantâneos. Diante dessa tendência, diversos atores – entre cidadãos, organizações não governamentais e empresas – passaram a usar as redes sociais para falar de causas importantes, com o intuito de informar e conscientizar o maior número de pessoas.
Um dos maiores desafios da atualidade, a conservação da natureza é um tema que tem gerado engajamento na internet. “O mundo está em constante transformação. A forma de comunicar mudou e a preocupação e a necessidade de pensar sustentabilidade também. Por isso, ter comunicadores, embasados na ciência e que usam essas novas ferramentas, é algo essencial para a conservação do meio ambiente”, afirma o professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo, Ronaldo Christofoletti.
O professor, que é treinador de comunicação científica para o Programa Researcher Connect do British Council e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, ainda reforça a importância do uso de informação embasada, principalmente em divulgações nas redes sociais. “Essa nova comunicação pode trazer bons resultados na prática se realizada com base na ciência de qualidade que é produzida no Brasil e no mundo. É também um novo meio de fazer o conhecimento chegar até a sociedade”, afirma. E alerta: “com tanta fake news é cada vez mais importante analisar a origem da informação e usar os novos meios para a comunicação visando a melhoria da qualidade de vida e da sociedade”.
Para seguir, inspirar e repensar hábitos visando a sobrevivência do planeta, aqui estão sete perfis inspiradores. A maioria presente no Conexão Oceano, evento promovido nesta terça-feira (03), no Rio de Janeiro, com o objetivo de estruturar diretrizes para comunicar, engajar e sensibilizar a sociedade sobre a importância da conservação dos mares para áreas como economia, bem-estar, turismo e pesquisa, entre outras.
1. @onu_meio_ambiente
Com a mensagem “Pense no Planeta. Viva Simples”, a conta oficial no Instagram da ONU Meio Ambiente no Brasil traz informações e dados sobre diferentes temas ligados à conservação. O perfil ainda divulga eventos ligados ao meio ambiente e possui um link direto para a página da instituição, com reportagens sobre o tema.
2. @oceanoparaleigos
Criado pela oceanógrafa Mariana Thévenin, o perfil no Instagram é também um projeto que pretende divulgar informações científicas de maneira descomplicada, popularizando o conhecimento. A ideia é aproximar as pessoas dos oceanos e incentivar uma reflexão sobre a importância da sustentabilidade e da conservação. O perfil também traz pesquisas sobre o tema.
3. @cristalmuniz
A influenciadora de 27 anos decidiu, em 2014, que tentaria viver sem produzir lixo. A iniciativa resultou em um blog e um perfil no Instagram, o @umavidasemlixo. As postagens de Cristal trazem dicas sobre como evitar o desperdício e a produção de resíduos que não podem ser reciclados ou reaproveitados. Com suas ações, em 2018, a influenciadora ganhou o Prêmio Microinfluenciadores Digitais na categoria Meio Ambiente. No mesmo ano, a página também conquistou o 1º prêmio Lixo Zero, organizado pelo Instituto Lixo Zero Brasil.
4. @fundaçaogrupoboticário
Instituição sem fins lucrativos, a Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil. Na conta oficial no Instagram, é possível conhecer algumas das ações, editais lançados e espécies da fauna e flora do Brasil. Também são divulgadas informações sobre os mais de 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado protegidos e conservados por meio de duas reservas naturais mantidas pela instituição: a Reserva Natural Salto Morato (PR) e a Reserva Natural Serra do Tombador (GO).
5. @soniabridi
O perfil pessoal da jornalista traz várias informações sobre meio ambiente. Muitas postagens são resultado de reportagens produzidas e trazem dados sobre temas que estão ganhando destaque na mídia, como as mudanças climáticas e possíveis consequências. O perfil ainda apresenta bastidores de reportagens e curiosidades sobre as produções realizadas pela jornalista no Brasil e no mundo.
6. @umagotanooceano
Fundada pela atriz e apresentadora Maria Paula Fidalgo, a organização sem fins lucrativos trabalha para ampliar a divulgação de temas socioambientais. Com uma linguagem acessível, as postagens no perfil do Instagram trazem informações e dados sobre temas ligados ao meio ambiente e ao direito das comunidades indígenas.
7. @familiaschurmann
A família que ficou conhecida por inúmeras aventuras em alto mar é também defensora da campanha Mares Limpos, uma ação global para combater o lixo nos oceanos. As viagens são registradas no perfil oficial da família, que também traz informações sobre iniciativas de conscientização. A próxima expedição dos Schurmann está marcada para dezembro de 2019. A “Voz dos Oceanos” terá duração de um ano e meio, tem o apoio da ONU Meio Ambiente e vai fazer o registro de oceanos em várias regiões do planeta.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.
O setor de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), teve um bom resultado em 2018 e acima de outros setores. Pelo andar das coisas, 2019 será melhor, em especial no segundo semestre. A melhora do nosso setor vem ocorrendo apesar de o plástico ser tratado como um problema isoladamente quando, na verdade, ele faz parte do conjunto dos resíduos sólidos. Esse, de fato, é o problema.
No entanto, dentro da nossa meta de economia circular plena, a adversidade acontece principalmente por culpa do poder público que, na verdade, é o dono do lixo e não incentiva a separação, nem providencia a coleta seletiva. Ele não investe em educação ambiental, defensora de que todos devemos aprender a consumir menos de tudo e depois reutilizar o que for possível. Depois é preciso destinar para reciclagem o que for conveniente. Neste caso, é o plástico que se diferencia dos outros resíduos sólidos, pois é totalmente reciclável e com custos menores do que os de outros resíduos.
A conclusão, portanto, é que o plástico é mais solução do que problema se for bem manejado e processado. Apesar de tantas campanhas patrocinadas por interesses escusos, a população já nos vê como solução para vários problemas, além de, naturalmente, proporcionarmos maior segurança alimentar e segurança em setores da saúde.
No Ministério do Meio Ambiente, os resíduos são encarados na sua totalidade. Naquele órgão não há mais aquela mentalidade como em outros tempos, quando pensavam, por indução de alguns setores, que o único vilão a ser combatido e banido era o plástico. Hoje, de fato, o Ministério também nos observa como solução.
Para ser justo, há que se pensar no geral para que tenhamos soluções factíveis e não fazer o bem para um em detrimento de outro. Deve haver um ganho integral e para todas as partes envolvidas. Não é difícil fazer isso porque estamos falando de resíduos que valem dinheiro e se administrarmos bem esses recursos todos ganharemos. Portanto, é um crime jogar dinheiro que pertence ao poder público em aterros sanitários e gastar mais dinheiro ainda com esses locais. Na imensa maioria das cidades, tudo vai para os ‘lixões’ mesmo e, pior, gasta-se dinheiro para enterrar dinheiro e ainda poluir o lençol freático. É uma burrice completa.
Para fugirem das coisas realmente relevantes e que exigem muito investimento, alguns governantes proíbem canudinho e restringem sacolas plásticas. O importante é que a razão sempre vencerá, mesmo algumas mídias noticiando falsamente que estão proibidas sacolas no Rio de Janeiro. O que não é verdade. A realidade é que colocaram algumas regras nas composições dessas sacolas e tudo bem. A notícia como tem sido apresentada é falsa.
A jornalista Leda Nagle escreveu um brilhante texto intitulado ‘Me engana que eu gosto’, no qual analisa bem o problema. Entre outros ótimos argumentos, lembra que a partir de agora, em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, não haverá mais despesas dos supermercados com o consumidor. Depois da compra, para muitas pessoas, a difícil situação de transportar e carregar os produtos para casa será unicamente deles.
Como levá-los para casa será uma dúvida para cada um e não dos supermercadistas. “Até porque”, escreveu ela, “não são eles que vão entrar nos ônibus cheios, nos trens lotados, no metrô entupido, nas barcas sobrecarregadas, levando uma caixa de papelão. Uma mala sem alça. E ainda querem convencer você, pessoa de boa-fé, que estão ajudando na reconstrução do planeta. Não é meigo? Não. Acho cínico. E a parte deles?…”
*Gino Paulucci Jr. é presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
Ambas as empresas de refrigerantes estão tentando aumentar a quantidade de plástico reciclado que usam em garrafas. Eles querem melhorar a infraestrutura de reciclagem e garantir que suas embalagens sejam recicláveis conta Mario de Oliveira.
Mas a Associação da Indústria de Plásticos tem laços com a American Progressive Bag Alliance, que incentiva os estados a tornar proibições de plástico ilegais. A participação na associação poderia manchar as imagens da Coca-Cola e da Pepsi como empresas que trabalham para encontrar soluções para a poluição por plásticos.
De acordo com Mario de Oliveira, a associação adotou posições que “não eram totalmente consistentes com nossos compromissos e metas”, afirmou a Coca-Cola em comunicado na semana passada, observando que se retirou do grupo no início deste ano. A Pepsi disse que se juntou à associação para aprender sobre inovação, pois trabalha para “alcançar uma economia circular para plásticos”.
“Não participamos do trabalho de defesa de políticas da associação ou de suas subsidiárias, e nossos membros serão concluídos no final deste ano”, afirmou a Pepsi.
A Coca-Cola e a Pepsi “fizeram a escolha errada” ao fazer parte da organização de lobby, disse Dianna Cohen, CEO da Plastic Pollution Coalition, organização sem fins lucrativos. A ótica da associação, acrescentou, “é muito ruim”.
Cortar laços com a Plastic Industry Association é um sinal de que “as empresas entendem que não podem dizer publicamente que querem acabar com a poluição do plástico, enquanto apóiam financeiramente uma associação que faz lobby por nossa dependência contínua de plásticos descartáveis”, disse John Hocevar a Mario de Oliveira, diretor da Campanha dos Oceanos do Greenpeace nos EUA. em um comunicado.
A mudança pode ajudar a tranquilizar alguns clientes. Mas, à medida que as pessoas ficam mais preocupadas com os impactos negativos da poluição do plástico no meio ambiente e na saúde animal e humana, empresas como Pepsi e Coca-Cola terão que ir ainda mais longe para encontrar uma solução.
Combate à poluição por plásticos
A Coca-Cola ( KO ) produziu 3,3 milhões de toneladas de plástico em 2017, divulgada em relatório recente da fundação Ellen MacArthur . A PepsiCo ( PEP ) não divulgou a quantidade de plástico que vende.
Ambas as empresas estão tentando descobrir maneiras de reduzir o uso de plásticos virgens e aumentar a reciclagem. Eles também estão explorando alternativas aos plásticos, como o alumínio, que são mais fáceis de reciclar.
A PepsiCo anunciou recentemente que sua água da marca Aquafina será vendida em latas de alumínio nas redes de fast food e restaurantes dos EUA no próximo ano. A empresa está testando um lançamento mais amplo para as lojas de varejo.
“Lidar com o lixo plástico é uma das minhas principais prioridades e encaro esse desafio pessoalmente”, disse o CEO da PepsiCo Ramon Laguarta a Mario de Oliveira. “Estamos fazendo nossa parte para resolver o problema de frente, reduzindo, reciclando e reinventando nossas embalagens”. A Pepsi comprometeu-se a usar apenas embalagens recicláveis, compostáveis ou biodegradáveis até 2025, e promete fazer novas garrafas de plástico usando 25% de material reciclado.
Além disso, a Coca-Cola lançou no ano passado uma iniciativa World Without Waste, que abrange suas metas de reciclagem , que incluem coletar e reciclar o equivalente a cada garrafa ou pode ser vendida até 2030. A empresa também se comprometeu a fabricar suas garrafas e latas a partir de menos 50% de material reciclado nos próximos 11 anos.
Ainda assim, a adesão a essas metas provavelmente será difícil, principalmente porque a reciclagem está tendo dificuldades .
Organizações como o World Wildlife Fund estão ajudando empresas a tentar alcançá-los.
As empresas também estão explorando estações de recarga que eliminam completamente as embalagens de uso único.
A Pepsi está vendendo um refrigerador de água de alta tecnologia que permite aos clientes encher suas próprias garrafas com água com ou sem sabor, sem gás ou com gás, em temperaturas variadas. A Coca-Cola lançou um produto similar para o Dasani nos campi das faculdades.
Saindo do lobby
Essas iniciativas tornaram problemática a participação no grupo comercial de plásticos, pelo menos do ponto de vista de relações públicas.Mario de Oliveira mostra que a Associação da Indústria de Plásticos não é apenas um grupo de lobby.
Algumas de suas iniciativas, como ajudar na reciclagem, podem se sobrepor às da Coca-Cola e da Pepsi.
“Nossos membros trabalham juntos para alinhar seus esforços para colocar a reciclagem e a sustentabilidade na vanguarda de seus negócios”, disse Patty Long, presidente interino e CEO da Plastics Industry Association, em comunicado.
Segundo Mario de Oliveira, a associação de plásticos diz que ela própria não faz lobby por legislação que proíba o plástico ou mantenha uma posição oficial sobre essas leis. Ele diz que opera separadamente da aliança de bolsas e tem diferentes participações e quotas.
Mas uma página no site da associação é redirecionada para o site da aliança de bolsas, e o email de contato da aliança de bolsas tem o mesmo sufixo que o da associação. Um representante da associação se recusou a compartilhar como os grupos estão conectados.
Os ativistas começaram a pressionar a Coca-Cola, a Pepsi e outras empresas a deixar a associação de plásticos no ano passado conta Mario de Oliveira.
O grupo ativista As You Sow e a Walden Asset Management chamaram a atenção no ano passado para o envolvimento corporativo com a Plastic Industry Association e escreveram cartas aos CEOs da Coca-Cola e PepsiCo, entre outros.
Este ano, o Greenpeace também estabeleceu uma linha entre a Associação da Indústria de Plásticos e as leis de proibição antiplásticas.
A associação de plásticos disse que o Greenpeace é responsável pela retirada das empresas do grupo.
“Estamos cientes de que várias marcas importantes que são membros da associação foram alvo de uma persistente campanha ativista do Greenpeace para pressioná-los a deixar nossa associação”, disse Mario de Oliveira, chamando os esforços de “infelizes”.
O plantio de florestas é uma realidade brasileira. O país possui cerca de 8 milhões de hectares de florestas plantadas e o eucalipto lidera o crescimento do setor, acompanhando os aumentos da produção brasileira de celulose. E é justamente o setor de celulose e papel que demanda o maior crescimento da área plantada, tanto própria como de produtores independentes.
Em seis anos (de 2010 a 2016), a área de plantio de eucalipto no Brasil aumentou 16%, enquanto a de pinus regrediu 12% no mesmo período, gerando déficit em relação à demanda e aumentos recentes de preços. O acréscimo de área plantada brasileira neste período corresponde a mais de 770 mil hectares de de eucalipto, o que representa toda a área plantada de Portugal e da África do Sul.
E são vários os motivos que levam o país a se destacar no cenário internacional. O Brasil possui vantagens competitivas significativas para a produção florestal e, portanto, imenso potencial para atração de capital de investidores financeiros nesse setor. Dentre os grandes produtores de commodities agrícolas, o país é, de longe, aquele com maior disponibilidade de áreas agricultáveis para expansão da produção. Dentre vários, fatores, a produtividade agro-florestal brasileira se beneficia da disponibilidade de água e alta incidência de luz solar território nacional.
Além disso, entre os países com maior tradição na produção agropecuária e florestal, o Brasil está entre os que oferece terras produtivas ao menor custo. Ele é líder mundial em produtividade florestal para produção em larga escala e o potencial da terra não para de crescer, graças à velocidade do crescimento do ativo biológico e ao menor prazo para monetização.
Para se ter uma ideia, a produtividade do eucalipto no Brasil é de 35 m³/ha/ano e do pinus é de 30 m³/ha/ano, enquanto em países como o Chile, não passam de 25 e 22 m³/ha/ano, respectivamente. Porém, mesmo com resultados de produtividade acima de outros países, encontramos no Brasil áreas florestas com variações de produtividade de mãos de 40%, para cima e para baixo, em relação à média. As diferenças de produtividade apontam para a existência de grandes oportunidades para a otimização tanto do custo-caixa como no capital empregado na atividade florestal no país.
Mas de nada adianta todo esse potencial, se não olharmos da “porteira para dentro” e não fizermos gerenciamento florestal.
Não se trata um desafio trivial, porém se o gerenciamento florestal é bem aplicado, maximiza os retornos para o investidor, que deve se beneficiar na venda desta produção com lucros.
A indústria tem sido lenta na adoção de tecnologias que podem mudar o patamar do valor do ativo florestal. E o grande desafio do gerenciamento está em aplicar o melhor pacote tecnológico para a área de interesse (otimização da produção), efetividade na gestão de custos (redução de custos), alinhamento da qualidade da produção à indústria e equilíbrio com o meio ambiente, visto que a produção interage com áreas de conservação e outros usos da terra.
A floresta do futuro produz mais, gerenciada de perto e com profissionalismo, custa menos, consome menos recursos naturais e fornece produtos e serviços de maior valor agregado. Ela alia benefícios em curto, médio e longo prazo em setores como Sustentabilidade (certificações; pegada de carbono/créditos de carbono; gestão da água; controle biológico de pragas e energias renováveis), Biotecnologia (introdução de OGMs com maior produtividade; introdução de novos traits como maior teor de lignina, resistência a pragas, doenças e estresse abiótico); Usos da madeira (manejo para uso múltiplo e manejo “energético” e extração de novos compostos para substituição de matérias-primas fósseis) e Gestão (silvicultura de precisão; ferramentas inteligentes de gestão; aplicações limitadas de big data e uso inteligência artificial e inteligência aumentada em diferentes níveis do processo).
Investir em gerenciamento florestal deveria ser a premissa das empresas, mas alguns sinais deixam ainda mais claro que é hora de se fazer esse investimento, como rentabilidade abaixo do esperado, ausência de gestores florestais na equipe, ausência de sistemas de gestão, ausência de plano de longo prazo com acordos comerciais estruturados, produtividade florestal abaixo do esperado.
O investimento pode parecer para muitos um preciosismo, mas feito de maneira profissional, tende a neutralizar as ineficiências no modelo de gestão do investidor. Os resultados de redução de custos operacionais e a melhoria da produtividade se inclinam a ser maiores que o investimento realizado no gerenciamento florestal profissional. Certamente a profissionalização traz ganhos para todo o projeto.
Fases do Gerenciamento
O gerenciamento florestal é estruturado para garantir que o planejamento de longo prazo seja adequadamente posto em prática, portanto, é necessário o desenvolvimento do PLP (Plano de Longo Prazo). Nesta etapa, é necessário lançar mão de diversas ferramentas de otimização espacial, atreladas às demandas anuais de corte e comercialização, buscando o máximo de retorno para o investidor.
Geralmente o PLP é seguido de uma modelagem financeira que visa constituir o plano base de resultados. A partir daí é necessário o desdobramento do PLP em um Plano Orçamentário anual, que não é fácil, pois é necessário implementar redução de custos e melhoria da produtividade. Tendo o plano orçamentário, partimos para o plano operacional e depois para o controle operacional. A capacidade do gestor florestal de analisar, criticar a gerar oportunidades de planos de ação de melhoria é que determina o sucesso do modelo.
Ou seja, para se ter excelência no plantio de floresta é necessário um gerenciamento com estratégia, gestão de processos, sistema de gestão e uso de inteligência aumentada. Só assim o Brasil seguirá na liderança na atividade e conseguirá aproveitar ao máximo e com maior rentabilidade suas vantagens competitivas.
Luiz Fellipe Arcalá. Clique na foto para baixá-la em alta resolução.
Luiz Fellipe Arcalá – Diretor executivo da Innovatech Gestão. Formado em Engenharia Florestal UNESP e MBA em Gestão Empresarial pela FGV, possui experiência em gerenciamento de negócios, planejamento e inovação para o setor do agronegócio. Trabalha com inúmeras companhias levando novas formas de gerenciamento, com foco em resultados e amadurecimento de processos de produção.
Nos últimos meses, poucos assuntos foram tão discutidos no Brasil quanto as políticas nacionais referentes ao meio ambiente. Para deixar o tema ainda mais em evidência no país, a cidade de Salvador (BA) acaba de sediar a Semana Latino-Americana e Caribenha sobre Mudança do Clima, realizada entre os dias 19 e 23 de agosto pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em pauta, discussões sobre o aumento do desmatamento e as queimadas na floresta amazônica e, também, a suspensão de doações para o Fundo Amazônia, anunciada recentemente por Alemanha e Noruega.
O encontro na capital baiana foi um dos eventos preparatórios da COP 25, que será realizada no próximo mês de dezembro, em Santiago, no Chile, após o Brasil anunciar, no final de 2018, sua desistência em sediar o evento. O objetivo do COP 25 é debater sobre a implementação do Acordo de Paris, que visa o combate às mudanças climáticas. Para enriquecer a discussão do momento, devemos ir um pouco além das políticas e analisar o cenário de urgência demonstrado pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no dia 08 de agosto. Para o estudo, foram reunidos mais de 100 cientistas de 52 nações que, em uníssono, alertam para a questão da produção de alimentos que deverá saciar uma população projetada, para 2050, de 9,7 bilhões de pessoas, segundo a ONU.
O relatório analisa as relações das mudanças climáticas sob quatro pilares: Redução do desmatamento florestal; Produção sustentável de alimentos, com foco no cultivo das principais commodities agrícolas (soja, milho, trigo) e proteínas (carnes, leite e seus derivados); A necessidade de se investir em reflorestamento para sequestro de carbono; e Adoção aos biocombustíveis. Quando o solo é degradado, por exemplo, ele se torna menos produtivo: a cada elevação de 1 grau na temperatura do planeta haverá a redução de 7,4% na produção do milho, 6% na de trigo, 3,2% na de arroz e 3,1% na de soja. As políticas e medidas de controle, além das escolhas que fazemos no que diz respeito ao consumo e produção podem auxiliar na mitigação desses impactos.
Com base nesses dados é que governantes irão se reunir com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em uma reunião convocada pelo próprio secretário para o dia 23 de setembro, em Nova York, denominada de Cúpula de Ação Climática. A nomenclatura não poderia ser mais acertada, pois traduz o recado que Guterres enviou direto aos governantes: ele pede que as iniciativas apresentadas sejam implementáveis, escaláveis e replicáveis. Atendendo ao chamado de Guterres, o Pacto Global desafiou CEOs de todo planeta a estabeleceram metas ainda mais ambiciosas para suas empresas: que estejam alinhadas ao relatório para que a temperatura da terra não ultrapasse 1,5º C até o ano 2100. Ao longo da minha carreira, enquanto gestor público ou como presidente de uma escola de negócios, reconhecida internacionalmente por suas práticas sustentáveis, acredito no poder das organizações em sensibilizar, influenciar e engajar para o desenvolvimento sustentável nos negócios. Assim como o governo, os empresários também devem assumir a posição de líderes na adoção de iniciativas e práticas inovadoras de sustentabilidade.
A integração do público e do privado para uma gestão mais sustentável é possível. Em Vancouver, no Canadá, temos um bom exemplo: a cidade de 600 mil habitantes tem metas ambiciosas para se tornar mais verde até 2020. Na gestão de resíduos e recicláveis, segundo dados de 2018, a cidade possui a meta de resíduos zero até 2040. Projetando um futuro mais próximo, a comunidade se empenha para chegar a 2020 com redução de 50% dos resíduos produzidos em 2008, quando cerca de 500 mil toneladas acabavam nos lixões da cidade. Desde então, Vancouver já reduziu 27%. A cidade pode ser citada, também, como modelo no planejamento em mobilidade urbana, com a maior frota da América do Norte de carros de aluguel, na modalidade de carros compartilhados, que resulta em 25% dos usuários terem deixado de ter carro próprio, contribuindo para diminuir o trânsito e a poluição. Além disso, a comunidade é incentivada para utilizar modais de transporte alternativos como bicicletas, transporte público e, até mesmo, a tradicional caminhada.
Assim como Vancouver, se olharmos com atenção, podemos notar vários exemplos de boas e inovadoras práticas em sustentabilidade ao redor do mundo: Zurique (Suíça), Singapura (República de Singapura), Estocolmo (Suécia) e Viena (Áustria). Desta forma, o apelo do secretário-geral da ONU para que governantes apresentem soluções concretas nas próximas Cúpulas, é algo que só será possível com uma comunhão de interesses entre o público e privado. Não há mais tempo, o momento clama por proposições de planos concretos e realistas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Neste momento, uma educação voltada para que líderes sejam agentes de transformação é indispensável. Reforço que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) terão resultados mais alcançáveis se fizerem parte de uma ação clara e objetiva nas escolas de negócios e das universidades de todo planeta. Dessa maneira conseguiremos articular, engajar e formar líderes globalmente responsáveis, comprometidos com as ambiciosas metas para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Esses líderes possuem o conhecimento para enriquecer os debates e auxiliar governantes e comunidades a traçarem objetivos estratégicos pautados em soluções implementáveis.
*Norman de Paula Arruda Filho é Presidente do ISAE Escola de Negócios e Coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP).
Degradação do solo representa perda econômica correspondente a cerca de 10% do produto interno bruto global de um ano
Locais com terra fértil em condições de plantio devem se tornar mais escassos. Esse é um dos cenários apontados no relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado recentemente. Segundo o estudo, a erosão provocada pelo manejo incorreto do solo foi responsável por uma perda de 23% na produtividade da superfície terrestre em todo o mundo. Os impactos também são observados na economia: a degradação por meio das atividades humanas representa perda de cerca de 10% do produto interno bruto global anual.
Atualmente, cerca de 33% do solo e 75% da água doce do planeta são destinados à produção agrícola ou à pecuária. A tendência é de que essa área seja ainda maior nos próximos anos, considerando o aumento da produção de alimentos em 300% desde 1970. Para reduzir a erosão e assegurar o fornecimento de comida para os próximos anos, o relatório aponta como principal solução as estratégias de manejo sustentável da terra.
O estudo da ONU defende que, em média, os benefícios financeiros da conservação do solo são 10 vezes superiores aos custos para a restauração da área. “Os ganhos em curto prazo decorrentes do manejo insustentável da terra muitas vezes se transformam em perdas a longo prazo, fazendo com que o manejo para evitar a degradação do solo seja uma estratégia benéfica e econômica”, relata o gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, André Ferretti.
Plantio Direto
Um exemplo de alternativa para o manejo sustentável do solo é o plantio direto. Essa técnica é realizada sem o preparo convencional da aração e da gradagem, deixando o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais, com a finalidade de proteger a terra do impacto direto das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões hídricas e eólica. Na modalidade, o semeio e a adubação devem ocorrer em uma única operação.
Manejo integrado de pragas
Outra opção é o manejo integrado de pragas. Essa técnica tem o objetivo de reduzir a população de pragas, com mínima interferência no meio ambiente. O procedimento é feito preferencialmente sem o uso de pesticidas químicos, permitindo que predadores naturais permaneçam na plantação, agindo no combate das pragas de forma natural e favorecendo o equilíbrio do ecossistema. Outra alternativa é a introdução de barreiras físicas, que dificultem a locomoção de insetos na plantação.
Calagem
A acidificação do solo é um processo que pode ocorrer devido ao excesso de irrigação, uso contínuo de fertilizantes ou ainda pela erosão superficial, afetando a produtividade do solo. A aplicação de calcário nas terras agricultáveis é uma forma de viabilizar seu uso, por corrigir a acidez, fertilizar o solo, além de aumentar o estoque de matéria orgânica. A técnica é aliada à sustentabilidade por promover a reutilização de terras, tornando desnecessário o desmatamento de novas áreas para atender a demanda crescente de alimentos.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
Carta aberta ao Presidente da República, assinada por dezenas de organizações, manifesta profunda indignação com a falaciosa e gravíssima declaração proferida na manhã da última quarta-feira (21), em que o chefe do Executivo Federal insinua sem quaisquer provas que organizações não governamentais poderiam ser responsáveis pelas queimadas em curso na Amazônia como forma de denunciar o governo em âmbito internacional. Vale também conferir a nota pública produzida pela Abong sobre o mesmo tema.
AMAZÔNIA AGONIZANDO e cadê a grande mídia? Uma sucessão de incêndios em florestas e reservas por todo o estado de Rondônia tem causado mortes, perdas e mudanças na rotina da população. Com queimadas se estendendo por vários dias, a fumaça mergulhou até a capital, Porto Velho, em uma nuvem interminável, enquanto um rastro de cinzas e animais mortos é deixado pelo fogo que continua a se alastrar e a gestão do estado permanece inerte.
Em momento algum este artigo quer achar culpados, mas chamar a atenção para um importante debate: qual o Brasil que queremos para a atual e a futura geração? Será que a ganância de alguns que querem lucrar a qualquer custo, desmatando e promovendo queimadas para ampliar suas áreas para o agronegócio, pode ser maior do que a necessidade de respirar um bom ar, ter uma boa água para beber e consumir alimentos saudáveis? São perguntas que não podem nos calar.
Sabemos que a inércia no processo de gestão nos estados da federação ainda é alarmante. Muitos cargos políticos em comissão, sem a avaliação do critério técnico para a escolha, o que dificulta os processos de gestão. É lamentável que não tenhamos um bom plano de contingência para períodos de seca em determinadas regiões onde as queimadas são ocasionadas por incêndio criminoso com objetivo de abrir lavouras para pastagem e cultivo posterior de soja.
Lamenta-se que o Estado brasileiro esteja na inércia, e não deixemos nos olvidar se este cenário ainda continuará nos próximos anos. Deveria haver uma ação cooperada entre os estados e a União no combate a essa grave crise ambiental, deixando de lado as siglas partidárias e os interesses para caminharmos em direção a uma solução. É disso que queremos falar. O Brasil que queremos deverá cuidar do meio ambiente, proibir o uso dos recursos naturais que estão se escasseando, combater a fome e a miséria, promover a educação de qualidade (das séries iniciais até o ensino superior), incluir debates na educação sobre sustentabilidade e finitude de recursos naturais, além de ensinar a prática de uma boa gestão, que busca a cooperação local, regional e internacional.
O que temos que fazer agora? Travar uma batalha de combate ao desperdício, resolver os problemas gerados pelas queimadas e melhorar o diálogo entre as pessoas e o meio ambiente, ou seja, promover uma ruptura e instaurar uma ética multidimensional.
Autores:
Augusto Lima da Silveira – Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental na modalidade EAD do Centro Universitário Internacional Uninter.
Rodrigo Berté – Diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter. É pós-doutor em Educação e Ciências Ambientais.
Inúmeras são as consequências advindas da ação do homem, sejam elas no campo da ciência, tecnologia, urbanismo ou na natureza. Ondas de calor intensa, chuvas carregadas, ar seco e chuvas volumosas, podem ser exemplos resultantes da intervenção humana na natureza.
Tais ações, podem influenciar drasticamente na variação das temperaturas, como a queima de combustíveis, que resulta na maior emissão de monóxido de carbono, e consequentemente impacta e contribui para o aumento da velocidade do aquecimento global, ou pelo desmatamento, diminuindo assim, a oxigenação do ar e o sequestro do gás carbônico da atmosfera, realizado pelas plantas.
Com isso, a atuação humana proporciona alterações no ecossistema e, que por consequência, afetam a vida de toda a população. Situações como a que vivemos neste momento, em que o inverno apresenta temperaturas semelhantes às do verão, ocasionam uma aceleração no ciclo de diferentes espécies, influenciando a quantidade de indivíduos de um ecossistema.
Por exemplo, insetos em geral se reproduzem em climas mais quentes e, portanto, diminuem a quantidade de indivíduos no inverno. Com esta linearidade de temperatura elevada acima dos padrões médios, o número de insetos mantêm-se aumentado ao longo de todo o ano trazendo doenças que não são comuns de acontecerem com tanta incidência nas épocas mais frias do ano.
Nesse contexto, as alterações climáticas podem provocar transformações em diversos ecossistemas do nosso planeta, como em florestas tropicais, geleiras dos polos e os recifes de corais, resultando em mais de 50% de destruição de espécies conhecidas por nós. Sem mencionar os danos que podem impactar diretamente a vida da espécie humana e como consequência, seus hábitos alimentares e até mesmo na economia.
Diante desse cenário, uma medida relativamente eficaz, poderia ser a substituição de árvores exóticas por outras de espécie nativas, com a finalidade de manter o equilíbrio do ecossistema local. Sem mencionar as dicas e orientações que já são conhecidas por todos, como a diminuição da emissão de gás carbônico, por meio da utilização de transportes alternativos, por exemplo, ou a diminuição do uso indevido de água.
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Coordenador dos cursos de Ciências Biológicas e de Biomedicina do Centro Universitário Módulo. Possui Doutorado em Tecnologia Nuclear – Aplicado à Saúde Humana pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/USP (2006). Mestrado em Tecnologia Nuclear – Aplicado à Saúde Humana pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/USP (2002) e graduação em Biomedicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (1998).
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Sobre o Centro Universitário Módulo – Fundado em 1988, o Centro Universitário Módulo é a maior e mais tradicional instituição de ensino superior do Litoral Norte de São Paulo. Mantém 18 cursos de graduação, além de cursos de pós-graduação presenciais, a distância e de extensão. Os campi Centro e Martim de Sá reúnem mais de 4 mil alunos. Integra o grupo Cruzeiro do Sul Educacional, formado também pela Universidade Cruzeiro do Sul e Universidade Cidade de São Paulo (São Paulo/SP), Universidade de Franca (Franca/SP), Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Itu e Salto/SP), Faculdade São Sebastião – FASS (São Sebastião/SP), Faculdade Cesuca (Cachoeirinha – RS), Centro Universitário FSG (Bento Gonçalves e Caxias do Sul – RS) e Centro Universitário de João Pessoa – Unipê (João Pessoa – PB); um grupo de ensino superior de atuação nacional que reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados. Visite: www.modulo.edu.br
Todas as atividades humanas são responsáveis por modificar o meio ambiente, gerar resíduos e causar impactos. Com odesenvolvimento industrial e a inserção de materiais sintéticos, o problema do descarte aumenta vertiginosamente por meio dos diversos processos produtivos. À medida que caminhamos para uma realidade tecnológica, criamos por outro lado, problemas que ainda não somos capazes de resolver.
Extrair recursos naturais, utilizá-los como matérias-primas, produzir bens de consumo e ofertar serviços são as atividades humanas necessárias para que as nossas demandas diárias como alimentação, abrigo e transporte sejam atendidas. Pensemos, por exemplo, em nossos inseparáveis smartphones. Para chegarem até as nossas mãos, demandaram muitos processos físicos e químicos transformando o minério e o petróleo, disponíveis na natureza, nesse equipamento multitarefas. É muito raro que alguém se pergunte em quais condições essas transformações ocorreram, fortalecendo o senso comum de que os nossos bens já “nasceram” nas prateleirasdas lojas e supermercados. Quando não temos a real consciência de quais foram as condições produtivas que geraram os nossos bens, favorecemos o consumismo e dificultamos ainda mais a solução para o problema dos resíduos.
Retomando o exemplo do smartphone, o principal processo produtivo para a fabricação dos componentes é a mineração, uma das atividades potencialmente poluidoras de acordo com a Resolução n. 001 de 23 de janeiro de 1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece as diretrizes para as avaliações de impactos ambientais. Portanto, quando você segura um aparelho desses em suas mãos deve ter a consciência de que ele produziu rejeitos de mineração estocados nas mais variadas condições no Brasil e no mundo. Outra questão importante, e que na maioria das vezes nem refletimos a respeito, refere-se às condições nas quais os trabalhadores estão submetidos para fabricar componentes que darão origem aos equipamentos que compramos. Apesar da legislação relativa a segurança dos trabalhadores ter se desenvolvido muito, a realidade é que ainda há muitas pessoas expostas a componentes químicos tóxicos, afetando a saúde e a qualidade de vida. A situação é ainda mais dramática quando consideramos que trabalhar nestas condições é a única forma de prover uma vida digna para a família.
Infelizmente quando compramos um produto, compramos também degradação ambiental, contaminação de trabalhadores, diminuição da qualidade de vida. Pensar na questão ambiental envolve esses e muitos outros aspectos, que estão ocultos quando apenas compramos bens e serviços sem pensar no que está envolvido. Neste contexto está o nosso poder transformador, ou seja, apartir da busca por informações sobre os produtos e os serviços, cobrar das empresas quais ações elas desenvolvem para minimizar osimpactos que causam. É preciso entender que os recursos naturais também são nossos e somente quando assumirmos as nossasresponsabilidades como os donos, grande parte dos danos ambientais da atualidade serão minimizados.
Todo esse contexto que discutimos até aqui ficou bastante evidente em razão do rompimento da barragem de rejeitos na cidade de Brumadinho (MG). Danos ambientais, sociais e econômicos dessa natureza devem nos levar a profundas reflexões sobre a nossa atual forma de vida, ou o que de fato necessitamos para ter uma vida feliz e saudável. Precisamos pagar com vidas a nossa compra do equipamento da moda? De quem é a responsabilidade quando há contaminação ambiental, em recursos que pertencem a toda a humanidade? Estamos dispostos a beber uma água contaminada, respirar um ar poluído e ter alimentos impregnados com substâncias cancerígenas em nome de um pseudodesenvolvimento, insistentemente difundido como a única alternativa por grandes corporações que visam somente a lucratividade?
O poder de transformação está em nossas escolhas de consumo, sejamos então consumidores críticos, fiscalizando a conduta de empreendimentos poluidores e usando uma ferramenta importante na diminuição dos crimes ambientais: não consumir de empresas que não estejam engajadas com as questões ambientais. Não há mais como admitir que em nome de lucros imediatos, os cuidados como meio ambiente, com aspectos sociais e de saúde sejam negligenciados.
Autores:
Augusto Lima da Silveira – Coordenador do Curso Superior Tecnologia em Saneamento Ambiental na modalidade EAD do Centro Universitário Internacional Uninter
Rodrigo Berté – Diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter. É Pós-Doutor em Educação e Ciências Ambientais.
Segundo pesquisa da Abrager, parte da população acredita que os resíduos privados provocam proliferação de animais, entupimento de bueiros e enchentes
O acúmulo de lixo produzido pelos estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços de São Paulo é apontado por cerca de 80% da população como um dos principais problemas de saúde pública e um grande causador de focos de doenças. O dado é fruto de uma pesquisa encomendada em julho pela Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Resíduos (Abrager) à Opinion Box, companhia especializada em pesquisas de mercado, e direcionada para os moradores de todas as regiões da cidade de São Paulo.
Na visão dos paulistanos, o lixo gerado pelas empresas exposto nas calçadas sem armazenamento adequado e sem tratamento, pode escorrer para bueiros ou ser manipulado e contaminado antes da coleta, além de contribuir para a proliferação de roedores e baratas, considerada pelos especialistas como um dos piores cenários de saúde pública urbana.
Segundo o estudo, que contou com o apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo e da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), a proliferação de doenças e animais foi apontada por 36% dos entrevistados sobre os possíveis problemas causados pelo acúmulo do lixo nas ruas. E 21% dos paulistanos disseram que a ausência de tratamento dos resíduos privados provoca entupimento de bueiros e enchentes. Apenas 1,33% indicou que o descarte irregular deixa a cidade suja e feia.
“As empresas precisam armazenar todo o resíduo gerado em equipamentos adequados dentro do próprio estabelecimento e contratar um serviço privado que faça a gestão correta do material”, comenta o diretor-executivo da Abrager, Julio Mirage. “Conforme estabelece a legislação municipal, todos as companhias e estabelecimentos comerciais, que produzam mais de 200 litros de lixo por dia, devem obrigatoriamente contratar uma empresa responsável para a execução dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final”, lembra.
Cadastro obrigatório para empresas que geram lixo
Uma das soluções apresentadas pelas Prefeitura de São Paulo para equacionar essa questão é o cadastro eletrônico de geradores de resíduos. Trata-se de uma plataforma de monitoramento e controle da gestão do lixo produzido pelas empresas instaladas na capital paulista.
Até a data de 9 de setembro, todos os proprietários de estabelecimentos comerciais, como restaurantes, padarias, indústria e condomínios não residenciais, incluindo shopping centeres, entre outros, e que tenham CNPJs inscritos no município de São Paulo, devem se cadastrar no site https://www.ctre.com.br/login, para que sejam enquadrados ou não como grandes geradores de lixo.
É o que determina a Resolução 134/2019 da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), publicada no Diário Oficial no último dia 11 de julho. Por ser feito de maneira online, o cadastro permite o acompanhamento quase que em tempo real de todas as etapas da cadeia de resíduos sólidos no município, incluindo a geração, o armazenamento, o transporte e o tratamento e disposição final.
O cadastro é feito dentro de um sistema autodeclaratório e integra as iniciativas do poder público de facilitar o controle e o cumprimento da Lei 13.478, de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 58.701, de 2019, que trata do lixo gerado nos estabelecimentos comerciais.
O cadastro é obrigatório para todas as empresas de São Paulo, independente do volume diário de lixo gerado. O próprio sistema faz o enquadramento automático nas categorias de geradores de resíduos, conforme informações prestadas no momento do cadastro.
“A coleta domiciliar comum atende 100% do município. Somente em 2018, foram recolhidos aproximadamente 3,7 milhões de toneladas de resíduos. À medida que o cadastro de estabelecimentos comerciais vai crescendo, conseguimos aperfeiçoar ainda mais esse trabalho”, comenta Edson Tomaz de Lima Filho, presidente da Amlurb.
Sobre a pesquisa
Os dados da pesquisa foram levantados por meio de um questionário online com 11 perguntas de resposta única, coletados entre 3 e 9 julho de 2019. Ao todo, foram recebidas 300 respostas, de moradores de todas as regiões da cidade de São Paulo. O objetivo da análise foi medir a percepção do paulistano em relação à gestão dos resíduos gerados por estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços na cidade de São Paulo.
Sobre a Abrager
Fundada em 2017, a Associação Brasileira de Empresas de Gerenciamento de Resíduos (Abrager) é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que congrega empresas de toda a cadeia de gestão de resíduos sólidos do setor privados, incluindo transporte, reciclagem, logística reversa, gerenciamento e tecnologia de tratamento de resíduos sólidos. Com atuação em todo o território nacional, a entidade coordena, representa e defende os interesses de seus associados quanto ao desenvolvimento do setor e do mercado de gestão de resíduos sólidos privados, promovendo e divulgando as boas práticas e o correto manejo de resíduos no Brasil.
Sobre a campanha “Lixo é da sua conta”
A campanha “Lixo é da sua conta” é uma plataforma multimídia de conteúdos educativos com o objetivo de orientar os estabelecimentos comerciais e transportadores instalados na cidade de São Paulo sobre como fazer a gestão correta dos resíduos, dentro dos requisitos da lei. Para mais informações, acesse http://www.lixodasuaconta.com.br/.