Cinema: Lazer ou cultura?
O cinema, popularmente referido como “A Sétima Arte”, é um dos diversos modos de expressão para a sociedade contemporânea, utilizando-se da linguagem do audiovisual para produzir obras que trazem instrução e reflexão, sem, no entanto, deixar o entretenimento de lado.
Isso ocorre desde os princípios desta arte, quando os produtores e diretores cinematográficos já consideravam a mesma como uma poderosa ferramenta de reflexão. O espectador pode usá-lo de maneira informal ou em uma sala de aula, para ensinar algo com instalação de painéis elétricos, por exemplo.
De qualquer forma, surgem as questões: cinema é lazer ou cultura? Ou uma mistura de ambos? Neste texto, trazemos esta reflexão a partir de diferentes pontos de vista.
O cinema como instrumento cultural e educativo
Todo filme, em maior ou menor grau, funciona como um retrato cultural de seu tempo. Filmes contemporâneos podem fazer recortes específicos sobre a época em que foram feitos, bem como os “filmes de época” podem exemplificar como a sociedade atual enxerga a sociedade de um determinado período.
Com isso, pode-se desenvolver uma série de conhecimentos e reflexões sobre o tema abordado nas obras, podendo servir como um conteúdo adicional ao que é aplicado em sala de aula. Por exemplo: filmes ambientados na Segunda Guerra Mundial podem trazer um ponto de vista extra a uma aula sobre este período da História, evidenciando detalhes que eventualmente um texto didático pode ter deixado de lado ou não ter aprofundado tanto.
No aspecto social, obras do cinema com alguma temática envolvendo local e época podem ser retratos para gerações futuras. Como exemplo, podemos citar os filmes ambientados nos Estados Unidos nas décadas de 1950/1960/1970 (obras como Grease e Embalos de Sábado à Noite, por exemplo), por retratar a juventude e sua cultura num período específico.
Assim, qualquer estudo eventual sobre o período citado (desde à moda da época até o comportamento e a cultura) é enriquecido ao se assistir filmes relacionados ao tema. Ainda, pode-se dizer que o conteúdo pode ser absorvido muito mais fácil do que num texto acadêmico, dependendo de quem o consome, facilitando o processo de entendimento.
O cinema como instrumento de lazer
Os filmes são tão fundamentais para a sociedade quanto uma calça de brim uniforme para a padronização dos setores. E eles podem, sim, ser produzidos e consumidos meramente como um item de entretenimento.
Ainda usando os exemplos acima, é possível assistir Embalos de Sábado à Noite para conhecer mais sobre a cultura norte-americana dos anos 70, bem como é possível assistir o mesmo filme como um mero passatempo; tudo isso depende apenas da intenção de quem assiste ou do contexto em que isso ocorre.
Mas, é algo que depende também de quem produz: um cineasta pode produzir uma obra pensando em provocar uma reflexão e trazer algum conhecimento para o seu público, como pode simplesmente criar algo para o entretenimento puro e simples de quem assiste; embora, na maior parte dos casos, ambos acabam ocorrendo.
Um exemplo são os longas indicados e/ou premiados pela Academia do Oscar, que muitas vezes costumam trazer alguma temática que de alguma forma se encaixa na sociedade atual: ao assistir a um filme como Parasita, de 2019, tem-se uma grande reflexão sobre o capitalismo na contemporaneidade, em que se tem um produto de entretenimento que, ao ganhar fama após ser premiado, passa a ser consumido como objeto de curiosidade por um público que não está necessariamente preocupado com a reflexão trazida.
Por outro lado, obras que foram aparentemente feitas puramente para o entretenimento, como a franquia Velozes e Furiosos, que tem em seus roteiros carros tunados e planos que têm como finalidade chegar a um cofre digital, também podem trazer algum conteúdo de fato: embora os longas sejam focados meramente nos carros e na ação, muitos podem funcionar como retratos fiéis de seu tempo, bem como gerar reflexões sobre temas diversos como a busca por adrenalina na ilegalidade ou ação da polícia na sociedade, entre outros.
Em resumo, o cinema pode ser tratado como uma forma de arte que engloba cultura e lazer simultaneamente, tendo essa versatilidade: pode servir como um conteúdo mais fácil de assimilar em sala de aula, ou ainda de forma complementar; como também pode servir como um ótimo passatempo para quem busca meramente o entretenimento, sem estar necessariamente preocupado com reflexões, retratos culturais ou críticas a temas contemporâneos.
Precisamos apenas perceber que eles vão além do óbvio e geram, também, empregos como os de um instalador de montagem de painel elétrico, figurinistas, maquiadores e tantos outros. Não podemos sucatear a cultura como ocorreu nos últimos quatro anos.
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Este artigo foi escrito por Éder Pessôa, criador de conteúdo do Soluções Industriais