Dia da Consciência Negra nos convida a pensar sobre os direitos, dificuldades e preconceitos que enfrentam os negros com algum tipo de deficiência
No dia 20 de novembro celebramos o Dia da Consciência Negra no Brasil, uma data que homenageia a resistência e a luta do povo negro contra a escravidão e o racismo. Neste dia, também lembramos das lutas e desafios enfrentados até hoje pelos negros, como as dificuldades de aceitação e inclusão na sociedade. E se além da cor da pele, tiverem algum tipo de deficiência, o preconceito que eles sofrem é ainda maior.
“Ser negro e PcD no Brasil é enfrentar uma dupla discriminação, que se reflete em desigualdades de acesso à educação, saúde, trabalho, cultura e direitos humanos. Segundo o IBGE, dos 45,6 milhões de brasileiros que têm algum tipo de deficiência, 23,8% são negros e 23,6% são pardos. Esses grupos são os que mais sofrem com a pobreza, a violência e a exclusão social”, ressalta o Defensor Público Federal André Naves, que é especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social.
Naves aponta que, para mudar essa realidade, é preciso promover políticas públicas que avancem nas práticas inclusivas e de acessibilidade de negros PcDs em todos os espaços da sociedade: escola, trabalho, cultura, espaços de lazer, entre outros. Algumas dessas políticas são: a reserva de vagas em concursos públicos e no ensino superior; a oferta de bolsas de estudo e financiamento estudantil; a criação de programas de capacitação profissional e geração de renda; a implantação de equipamentos e serviços adaptados às necessidades específicas de cada deficiência; e o fortalecimento de organizações sociais que defendem os direitos dessa população.
“É preciso combater cada vez mais a discriminação, valorizando a diversidade, a cultura afro-brasileira e dando voz a essa imensa parcela da população. Lembrando que 56,1% dos brasileiros são negros, de acordo com o IBGE. O Dia da Consciência Negra nos oferece, portanto, uma grande oportunidade para nos engajarmos na construção de um país mais justo e igualitário para todos”, reforça André Naves.
A história de Maria Alexandra: mulher negra com paralisia cerebral
Exemplo de preconceito em dobro é o vivido por Maria Alexandra Giorgio Natali, de 40 anos, que tem paralisia cerebral – com idade mental de 5 anos. Ela é filha adotiva da jornalista Nydia Giorgio Natali, de 69 anos, ambas moradoras de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP).
Nydia lembra que viu Maria Alexandra pela primeira vez no dia 21 de julho de 1983. “Foi quando aconteceu a primeira greve geral no país durante a ditadura militar. Eu, repórter, passei a noite toda cobrindo a greve. Exausta, fui deitar às 6h da manhã, mas logo em seguida o telefone tocou. Era do posto do INPS (antes do SUS). A coordenadora pedia para eu ir até lá fazer uma reportagem sobre um bebê de seis meses que havia sido abandonado no local. Eu fui e me apaixonei por aquele bebê imediatamente”, conta.
De acordo com Nydia, o preconceito começou logo, em sua própria casa. Sua tia chamava Alexandra de negrinha e não queria que a menina chegasse perto dela. “Foi muito difícil. Minha menina só andou com quase 5 anos. Na época não existia inclusão escolar, mas eu consegui que ela fosse matriculada no pré-primário (hoje pré-escola), com crianças da idade dela. A escola era particular porque nenhuma escola pública aceitava crianças com deficiência. Além disso, havia também o preconceito por ela ser preta. Recordo que dois meninos saíram da escola porque os pais não aceitaram minha filha estudando com eles”, relembra.
Desde os sete anos de idade, Maria Alexandra frequenta uma escola especial filiada à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), a JAM Jacareí. Lá, ela participa até hoje de atividades cotidianas, como plantar e cozinhar, além de jogar capoeira.
“Maria Alexandra nunca aprendeu a ler e escrever, mas vive com caderno e lápis na mão fingindo que escreve. Na realidade, ela nunca sentiu o preconceito diretamente e é feliz. Sempre fiz de tudo para que minha filha não soubesse o que é preconceito de verdade, apesar de lidarmos com isso diariamente”, ressaltou Nydia.
A diversidade e inclusão são temas cada vez mais discutidos nas empresas, pois se tornaram fatores cruciais para o sucesso dos negócios, seja derótulos adesivos ou até mesmo cosméticos.
Afinal, não se trata apenas de uma questão ética, mas também econômica, pois organizações que valorizam a diversidade e a inclusão têm mais chances de crescer e se destacar no mercado. Neste artigo, vamos mostrar a importância de promover a diversidade e a inclusão em sua empresa. Acompanhe a leitura!
O que é Diversidade e Inclusão?
Antes de abordar a importância da diversidade e inclusão nas empresas, é preciso entender o que esses conceitos significam. Diversidade refere-se às diferenças existentes entre as pessoas, como idade, gênero, raça, orientação sexual, habilidades físicas e mentais, entre outras. Já a inclusão consiste em promover um ambiente em que todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas, independentemente de suas diferenças.
Benefícios da Diversidade e Inclusão nas Empresas
As empresas que promovem a diversidade e inclusão têm diversos benefícios. Veja alguns deles:
Atração de Talentos
As organizações que valorizam a diversidade e inclusão têm mais chances de atrair e reter talentos diversos. Isso porque os profissionais que pertencem a grupos minoritários procuram empresas que se preocupam com a diversidade e inclusão.
Inovação
A diversidade e inclusão também podem levar ao aumento da inovação. Isso porque uma diversidade de perspectivas e experiências pode levar a soluções mais criativas que são tão eficazes quanto um transformador de solda, por exemplo.
Melhora do Desempenho
As empresas que promovem a diversidade e a inclusão também podem ter um desempenho melhor do que aquelas que não o fazem. Afinal, a diversidade de perspectivas e habilidades pode levar a tomadas de decisão mais informadas e equilibradas.
Como Promover a Diversidade e Inclusão nas Empresas
Agora que você já entendeu a importância da diversidade e inclusão nas empresas, é hora de saber como promovê-las. Veja algumas dicas:
Crie um Ambiente Inclusivo
Para promover a diversidade e inclusão nas empresas, é importante criar um ambiente que seja inclusivo para todos. Isso pode incluir a criação de políticas que protejam os direitos dos funcionários, a promoção de treinamentos sobre os temas e a valorização da diversidade na contratação.
Valorize a Diversidade na Contratação
Ao contratar novos funcionários, é fundamental valorizar a diversidade. Isso significa considerar candidatos de diferentes raças, sexos, idades e habilidades. Além disso, deve-se tomar cuidado com os vieses inconscientes na seleção dos candidatos.
Promova a Diversidade em Todos os Níveis da Empresa
Para que a diversidade e a inclusão sejam efetivas, é essencial promovê-las em todos os níveis da organização. Isso inclui contratar pessoas de diferentes origens, promover indivíduos de grupos minoritários e criar oportunidades de desenvolvimento para todos os funcionários.
Os Desafios da Implementação da Diversidade e Inclusão nas Empresas
Embora a diversidade e a inclusão sejam importantes para o sucesso das empresas, a implementação desses conceitos pode ser desafiadora. Veja alguns dos desafios mais comuns:
Resistência à Mudança
Muitas empresas têm uma cultura arraigada que pode ser difícil de mudar. Isso pode levar a uma resistência à implementação da diversidade e inclusão, já que muitos funcionários podem ter dificuldades em se adaptar a uma nova forma de pensar.
Falta de Conhecimento e Capacitação
Para implementar esses conceitos com sucesso, é necessário que os funcionários tenham conhecimento e treinamento sobre o assunto. No entanto, muitas vezes falta treinamento e informação, o que pode dificultar a adoção dessas práticas.
Dificuldades em Medir os Resultados
Medir os resultados da implementação da diversidade e inclusão nas empresas pode ser um desafio, já que muitas vezes não há indicadores claros e objetivos para avaliar o impacto dessas práticas.
Como Superar os Desafios da Implementação da Diversidade e Inclusão nas Empresas
Apesar dos desafios, é possível superá-los e implementar com sucesso a diversidade e inclusão nas empresas. Veja algumas dicas:
Comunicação Clara e Aberta
Para superar a resistência à mudança, é importante ter uma comunicação clara e aberta com os funcionários. Explique os benefícios da diversidade e inclusão e como isso pode contribuir para o sucesso de um negócio de peças para ônibus ou até mesmo de artigos esportivos.
Investimento em Treinamento e Capacitação
Para superar a falta de conhecimento e capacitação, é fundamental investir em treinamentos e capacitação sobre diversidade e inclusão para os funcionários. Isso pode incluir palestras, workshops e outras atividades educativas.
Definir Indicadores Objetivos
Para medir os resultados da implementação da diversidade e inclusão nas empresas, é preciso definir indicadores objetivos e claros. Isso pode incluir a proporção de funcionários de grupos minoritários, o índice de satisfação e a redução de denúncias de discriminação.
Conclusão
A diversidade e inclusão são temas cada vez mais importantes nas empresas e é fundamental que as organizações se engajem nessa causa. Afinal, não se trata apenas de uma questão ética, mas também de uma questão econômica, já que organizações que valorizam essas práticas têm mais chances de crescer e se destacar no mercado.
Para promover a diversidade e inclusão nas empresas, é preciso criar um ambiente inclusivo, valorizar a diversidade na contratação e promover a diversidade em todos os níveis da organização. Além disso, lembre-se de oferecer treinamentos sobre esses temas e tenha cuidado com os vieses inconscientes na seleção dos candidatos.
Ao seguir essas dicas, é possível criar um ambiente mais justo, inclusivo e diverso, o que pode levar a um aumento da inovação, desempenho e da atração de talentos. Portanto, é fundamental que as empresas levem essas práticas a sério e promovam ações concretas para promovê-las em seu ambiente de trabalho, seja para vender produtos como toldo articulado ou qualquer outro tipo de serviço.
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Este artigo foi produzido pela equipe do Soluções Industriais
A inclusão é um elemento que tem sido cada vez mais buscado em empresas, em grande parte por ser uma ferramenta fundamental para qualquer empresa ter uma equipe mais diversa e alinhada com posicionamentos modernos.
Muitas empresas de automação industrial estão buscando maneiras de ampliar a questão da diversidade dentro de suas equipes, tornando o ambiente muito mais agradável e inclusivo.
O mundo tem passado por uma série de transformações, e quanto mais informação as pessoas recebem, mais inclusivo os ambientes tendem a se tornar. Elementos como machismo, homofobia e outros preconceitos não têm mais espaço na sociedade atual.
Respeitar o próximo é um elemento essencial para qualquer pessoa, e isso inclui suas escolhas e quem elas realmente são, o que abre espaço para minorias sociais conseguirem se posicionar e conseguir encontrar seu lugar na sociedade.
Para as empresas, esse discurso se tornou ainda mais importante. Tornou-se uma questão de posicionamento ter espaço para um ambiente mais diverso em sua companhia, o que pode alavancar seus negócios.
Muitos gestores procuram por “consultoria empresarial valor” como uma forma de identificar pontos de melhoria em questões de inclusão, tornando a empresa mais diversa e igualitária.
Além disso, os próprios clientes fazem parte dessa diversidade, e quando notam um ambiente inclusivo, sentem-se mais acolhidas e dispostas a negociar com sua empresa.
Apoiar a inclusão no ambiente de trabalho significa que você está dando voz para diferentes experiências de vida e formações, ampliando o diálogo com o público e mesmo a compreensão interna da empresa.
Essas realidades diferentes podem ajudar sua empresa no processo de crescimento, uma vez que cada colaborador terá sua própria bagagem e pontos de vista, que podem ser aplicados ao pensar em soluções para a companhia.
Nesse aspecto, adotar a diversidade em sua empresa se torna um excelente diferencial competitivo, do ponto de vista financeiro, mas não é a única área onde esse elemento se destaca.
Para uma empresa de rastreamento 24 horas que deseja melhorar seu posicionamento no mercado pode buscar uma abordagem mais inclusiva em seu trabalho. Assim, a própria imagem da marca é beneficiada com esse tipo de ação.
Empresas que desejam melhorar sua imagem conseguem um impacto muito mais positivo ao aplicar essas ações, uma vez que o apoio à diversidade é um importante elemento de responsabilidade social para a empresa.
Isso significa que a companhia não se preocupa apenas com números, mas sim com as pessoas que compõem sua equipe e que estarão prontas para atender as necessidades de seus consumidores.
Diversidade e inclusão
Embora sejam conceitos interligados, e cada vez mais presentes no mercado de trabalho, é importante entender cada um deles, uma vez que são, em sua essência, diferentes.
Para conseguir aplicar ambos em sua empresa de rebobinagem de motores, você deve entender todos esses aspectos e perceber quais são as mudanças que precisam ser realizadas para que o ambiente de trabalho seja cada vez melhor.
Dessa maneira, você consegue identificar elementos fundamentais do convívio entre pessoas, melhorando seu clima organizacional e otimizando a maneira como esse tipo de ação é executada.
Diversidade
Uma frase muito comum, que representa o conceito de diversidade é a que diz que todo ser humano é único no mundo, e que existem diferenças e particularidades em cada pessoa.
Isso significa que as características de cada indivíduo impactam diretamente em sua identidade, tanto em aspectos físicos quanto em aspectos culturais. Dentre alguns exemplos comuns de elementos de diversidade, é possível citar:
Identidade de gênero;
Idade;
Etnia;
PcD.
Além de uma série de outras peculiaridades que ajudam o indivíduo a se identificar na sociedade e entender o que o torna único. Essas pessoas precisam ser vistas e respeitadas para que o ambiente de sua empresa de transporte rodoviário seja mais justo.
Inclusão
A inclusão, embora esteja diretamente relacionada à diversidade, é um conceito diferente. Incluir significa criar meios para que a pessoa se sinta acolhida dentro de um determinado espaço.
Uma ação de inclusão busca tornar a diversidade algo comum, de forma respeitosa e tentando atingir a todos para uma melhoria significativa no ambiente onde a inclusão está acontecendo.
Uma empresa inclusiva é aquela que oferece condições de desenvolvimento levando em conta a diversidade, sem deixar um grupo de pessoas sobressair a outros de forma pouco funcional.
Enquanto a diversidade busca representar todas as pessoas dentro de um ambiente, a inclusão as une, demonstrando medidas de alteração na realidade da empresa de transformadores para que a mesma possa oferecer uma resposta adequada para a diversidade.
Um ambiente ideal utiliza ambos os conceitos ao mesmo tempo, tornando a empresa muito mais receptiva a todas as pessoas, independentemente de suas origens e escolhas, tornando-se um local adequado para se trabalhar.
Uma empresa que oferece espaço para colaboradores de forma plural, mas retém as oportunidades de desenvolvimento a um único grupo é falha nesse processo de inclusão, o que acaba afastando talentos da empresa.
Por isso, é fundamental que esse tipo de ação seja planejada para buscar melhorias no clima organizacional da sua empresa de câmera de monitoramento, acessando todos os cargos e pessoas.
Como promover a inclusão na sua empresa?
Agora que você conhece um pouco mais sobre a inclusão e a diversidade, é hora de colocar essas ações em prática de forma funcional, garantindo um bom retorno para sua companhia e um ambiente melhor de trabalho.
Essas ações são fundamentais para que sua equipe se sinta à vontade no ambiente de trabalho, mas também são importantes para melhorar a imagem da empresa, mostrando que a diversidade é uma preocupação de fato em suas ações.
Ao adaptar esse tipo de ação para sua realidade, você consegue conquistar um espaço ainda melhor no mercado.
Equidade
A equidade é uma maneira de tratamento que coloca todos os seus profissionais em posição de igualdade, independentemente de qualquer tipo de origem ou elemento que a coloque em um status de minoria.
Quando você oferece uma vaga para um novo cargo, ou para transformar um colaborador em gestor, a equidade deve ser uma preocupação para que a sua empresa de copo personalizado seja realmente inclusiva.
Normalmente, essas mudanças de cargo envolvem remunerações, que devem ser iguais para todos os ocupantes de cada cargo, independente das diferenças que possuem em suas vidas.
Respeito
O respeito no ambiente de trabalho é um dos itens mais importantes para o convívio entre seus colaboradores. Trabalhar em um ambiente respeitoso é fundamental para que todos se sintam à vontade para se abrir.
A empatia é uma das qualidades que mais tem sido procurada por gestores, uma vez que se colocar no lugar do outro é uma ação que pode tornar o clima organizacional muito melhor para toda a equipe.
Políticas de valorização
Não adianta criar um discurso inclusivo se as ações da empresa não estiverem de acordo com esse tema. Por isso, é preciso ação para que você consiga de fato tornar o ambiente mais diverso.
Criar um local livre de preconceitos leva tempo, e é preciso que a empresa se posicione firmemente com relação a esses valores para conseguir um espaço melhor no mercado.
Essas políticas se tornam parte do dia a dia da companhia, garantindo uma estrutura melhor para ações que possam melhorar sua qualidade de vida e a de todos os envolvidos na estrutura de sua companhia.
Treinamentos em equipe
Os treinamentos são a melhor maneira de apresentar conceitos de inclusão e diversidade para sua equipe. Nesse momento em que todos os funcionários estão juntos, é possível criar um sentimento de união.
A educação é o caminho mais assertivo para melhorias na sociedade, e o mesmo se aplica no ambiente corporativo. Por isso, é importante que esses treinamentos busquem normalizar a diversidade.
Quanto mais seus colaboradores conhecerem sobre desrespeito com os colegas e discriminação, menor é a chance de eles de fato agirem dessa maneira, ainda que inconscientemente.
Esse é o meio mais rápido de atingir aqueles que não sofrem com preconceito, para que entendam os resultados desse tipo de ação.
Considerações finais
A inclusão é um dos itens mais importantes de uma sociedade mais justa e que dá liberdade para os profissionais trabalharem com qualidade de vida e respeito a quem eles são.
Por isso, é fundamental que sua companhia se atente a estes elementos para criar um clima organizacional mais amplo e inclusivo em suas atividades, permitindo que sua empresa tome um posicionamento ainda melhor no mercado
Empresas que optam por trabalhar a inclusão acabam se tornando muito mais fortes no nicho em que atuam, muitas vezes conquistando posições de liderança.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
A celebração da posse de Lula no primeiro dia de 2023 foi repleta de indicações simbólicas e orientou uma série de compromissos a serem concretizados pelo futuro governo. A cerimônia de subida da rampa do Planalto, por si só, como cume da transição democrática de poder, foi uma das mais importantes demonstrações de que a institucionalidade brasileira é sólida, segura e estável.
Democracia, como se sabe, é refletida nas políticas públicas instituídas pelos governos de acordo com os desígnios da maioria, respeitando-se as dignidades das minorias, e sempre almejando a concretização e o aprofundamento dos Direitos Humanos. São aqueles decorrentes da Vida em sua plenitude, Liberdade de ser e existir, Igualdade material e substancial de oportunidades, Propriedade (tudo que é próprio do ser humano, trabalho, ideias e bens) e Segurança (Alimentar, Assistencial, Previdenciária e de equalização das desigualdades), ou seja, todos os atributos humanos que constituem as dignidades individuais, coletivas e sociais.
Nesse sentido, o compromisso assumido pelo governo recém-empossado, durante a cerimônia de subida da rampa, foi com a Inclusão Social. As mais importantes mensagens não foram transmitidas somente com palavras, mas também com sons, imagens, artes e emoção!
O Povo Brasileiro, unido, harmônico, diverso e plural subiu a rampa do Planalto.
A Infância, a Educação, a Saúde, os Povos Originários, o Trabalho e todos aqueles excluídos ou precariamente incluídos na sociedade brasileira assumiram as rédeas do país. Ao som de Villa-Lobos, o compositor que melhor exprimiu toda a riqueza plural brasileira, a entrega da faixa presidencial foi a marca da pacificação, da união nacional, da construção de estruturas sociais sustentáveis, inclusivas e justas!
Todas as pessoas que – por preconceitos de origem, raça, orientação sexual, crença, diversidade funcional ou outros -, historicamente enfrentam barreiras e obstáculos para sua participação social, foram reconhecidas, em toda sua diversidade, como pessoas igualmente dignas e capazes. Além de todos os demais grupos populares presentes, inclusive integrantes da frente democrática que elegeu o atual governo, como demonstrado na presença do vice, Geraldo Alckmin, e sua esposa, Lú, no desfile em carro aberto, ao lado do presidente Lula e da primeira-dama, Janja.
Sem a redução das desigualdades sociais brasileiras não é possível ter responsabilidade fiscal, na medida em que as tensões, os conflitos e a violência da sociedade afastam os recursos públicos e privados. Para que isso seja feito, é dever do atual governo – compromisso tão bem assumido de acordo com os símbolos da cerimônia de posse -, qualificar os investimentos públicos, tornando-os eficazes, e eliminando privilégios e desperdícios.
A atual equipe econômica já admitiu, segundo relatos da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que a constante revisão dos gastos públicos será a tônica do atual governo. Ao mesmo tempo, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em conjunto com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foram escalados para atrair investimentos e recursos estrangeiros no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
O Povo Brasileiro é o protagonista maior desse governo!
Essa ampla simbologia, que já começou a se materializar em realidade com os primeiros decretos editados, entre os quais pode-se citar o referente à Educação Inclusiva, não está – é sempre válido lembrar -, imune às cobranças. Críticas e fiscalização severa são esperadas de todos que torcem pelo novo governo, já que só assim, pelo exercício da cidadania ativa, o povo, com suas diferentes aptidões, práticas e ideias, será o ator principal na edificação de políticas públicas determinantes de estruturas sociais igualitárias, livres e justas. *André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante.
A educação inclusiva é o melhor caminho para o progresso de uma sociedade
Uma educação verdadeiramente inclusiva é um desafio cotidiano. A inclusão nem sempre demonstra eficiência e eficácia. “A educação inclusiva como conceito político e especificamente pedagógico carece de efetiva aplicação numa democracia que se mostra ainda fragilizada em termos de igualdade de direitos civis”, afirma Arlete Camargo Salimene, assistente social, mestre e doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Em um novo livro educacional, a doutora disserta sobre a educação inclusiva e sua origem, definições, funções e desafios.
O livro intitulado “Algumas Visões, Muitas Ideias” será lançado no dia 30 de março de 2022 e a publicação será feita pela editora Laços. O evento de lançamento será na Livraria Martins Fontes, ,localizada na Av. Paulista, 509, às 18h30. O exemplar faz parte do Projeto Livro em Série, organizado pela IBET Escola de Formação. É uma colaboração entre dez autores e cada um abordará um tema central dentro da educação em cada capítulo, confira os demais temas:
“Educação, família e sociedade” por Helena Blavatsky;
“Educação e saúde” por Vanini Mandaj;
“Educação, sexualidade e gênero” por Júlio César Oliveira;
“Educação e autoconhecimento” por Gislaine Rossi;
“Educação e tecnologia” por Kendi Sakamoto;
“Educação financeira e empreendedorismo” por Leda Yoshida;
“Educação corporativa” por Regina Braghittoni;
“Educação inclusiva” por Arlete Salimene;
“Educação envelhecimento e intergeracionalidade” por Ana Macedo;
“Desafios da educação” por Maria da Penha.
divulgação Arlete Salimene
Serviço: Arlete Salimene
Desenvolvimento de projetos, cursos e consultoria em saúde, reabilitação e envelhecimento humano. Projetos sociais, políticas públicas, família.
Tel. 11 991942745
Facebook: Arlete Salimene
Instagram: Arlete Salimene
Linkedin: Arlete Salimene
Lançamento do livro “Algumas Visões, Muitas Ideias sobre a Educação”
É cada vez mais importante que as empresas reconheçam seu papel e impacto transformador na sociedade e possam ser protagonistas ativos na colaboração por um mundo melhor.
Há algum tempo, as empresas tinham sua responsabilidade social vinculada apenas ao respeito às normas legais. No entanto, atualmente as empresas são obrigadas a fazer mais do que seguir a lei.
No final de 2021, após a pandemia de covid-19, as empresas devem assumir posições ativas para implementar os direitos humanos e desenvolver ações voltadas para a justiça social. As empresas alcançar este papel transformador é prestar atenção à sua comunicação interna e externa.
A comunicação reflete como o ser humano deve expressar seus sentimentos. Quando esta comunicação é abusiva e ignora identidades específicas, ela não reconhece a existência de algumas pessoas ou dá a essas pessoas o direito de viver dentro da corporação.
Uma empresa pode sofrer diversos prejuízos quando não trabalha com esse tipo de comunicação ou não tem conhecimento das questões de diversidade e inclusão.
Além disso, a empresa precisa ter treinamento para os funcionários e políticas transparentes de que práticas discriminatórias são inaceitáveis.
Treinamentos para evitar o assédio, programas que incentivem os colaboradores a serem mais diversificados, por meio de uma política de cotas, e um ambiente inclusivo onde todos se sintam parte da corporação são práticas essenciais. Precisa alcançar a inclusão.
É importante enfatizar que é um desafio para um funcionário abaixo da pirâmide transformar uma organização inteira. Quando falamos sobre política, diversidade e inclusão, isso tem que vir de cima para baixo, com o respaldo do CEO, não de baixo para cima. O funcionário pode implementar atitudes inclusivas, mas não tem o poder de mudar a organização.
Frequentemente, o sinal de abuso depende significativamente do tamanho da empresa. Infelizmente, as empresas brasileiras ainda não perceberam a importância de investir em justiça social, pois hoje o consumidor compra a marca abusiva.
*Mayra Cardozo, mentora de feminismo e inclusãoe especialista em Direitos Humanos.
A educação pode ser definida como algo que sistematicamente promove a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Segundo o autor inglês Peter Mittler, mestre em educação inclusiva e presidente da inclusão internacional, atualmente, o termo “educação inclusiva” tem sido cada vez mais usado no campo da educação para alunos com Necessidades Educacionais Especiais – NEE. O aluno com NEE deve ter acesso à educação e à formação profissional e pessoal, que devem ser adaptadas às suas necessidades específicas, de forma a incluí-lo em todo processo educacional.
De acordo com João Batista Martins, psicólogo e professor da UNESP, a inclusão, seja em espaço escolar ou não, “visa compreender e concretizar a aceitação da diferença humana, respeitando a diversidade cultural e social”. Dessa forma, a escola inclusiva deve ser um espaço onde o aluno é respeitado e estimulado a aprender conforme suas capacidades.
As Classes Hospitalar e Domiciliar estão inseridas na modalidade de Educação Especial, por atender crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais, que apresentam limitações específicas de saúde em decorrência do tratamento médico. Por isso, na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva as Classes Hospitalar e Domiciliar são espaços onde a escolarização visa respeitar as limitações impostas pelo câncer e, consequentemente, o tratamento em curso, além de proporcionar a continuidade dos estudos. Tem como objetivo também contribuir significativamente para a melhora do quadro geral do aluno/paciente por meio das atividades extracurriculares que compõem a rotina da classe.
Atualmente, as Classes Hospitalar e Domiciliar da instituição, deparam-se com um importante desafio: em paralelo ao tratamento oncológico, alguns alunos são portadores de NEE. O que exige das professoras um olhar mais sensível, onde possam reinventar suas práticas e venham a buscar estratégias de aprendizagem que alcancem o nível de compreensão do aluno dentro das suas singularidades, pois precisam proporcionar aos alunos/pacientes portadores de NEE, uma intervenção pedagógica bem planejada, adaptada e flexibilizada, com estratégias e estímulos de aprendizagem adequados.
Assim sendo, vale salientar que os espaços educacionais, formados pelas Classes Hospitalar e Domiciliar, têm um papel relevante a desempenhar na formação e desenvolvimento da criança e adolescente hospitalizado, no sentido de minimizar as diferenças e proporcionar aos alunos a inclusão no sistema educacional e, posteriormente, social.
Curso “Olhar Inclusivo”, que conta com a participação da Mercur, terá cinco encontros com a proposta de sensibilizar o olhar dos participantes para a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência
Pessoas que desejam aprender sobre a área de acessibilidade e inclusão vão ter a chance de aprender com pessoas com deficiência e profissionais experientes no curso Olhar Inclusivo. Com cinco encontros realizados entre os dias 27 de agosto e 24 de setembro, ele tem como objetivo sensibilizar e disseminar conhecimentos e práticas na área. A Terapeuta Ocupacional da Mercur Cristina Fank irá ministrar uma das aulas compartilhando as experiências e acúmulos da organização na cocriação dos Facilitadores de Atividades de Vida Diária e seus benefícios para a rotina dos usuários.
Os encontros vão acontecer online por meio da plataforma ZOOM, das 18h às 20h, nos dias 27 de agosto, 3, 10, 17 e 24 de setembro. Caso o participante não possa participar de alguma das aulas, será disponibilizado o acesso a gravação.
Os inscritos no curso receberão em casa um kit sensorial montado para trabalhar as diferentes percepções do olhar e do sentir, abordando diferentes tipos de deficiência. Para participar, é preciso comprar um ingresso com investimento de R$ 405,00 para estudantes e R$450,00 para os demais pelo Sympla.
Curso Olhar Inclusivo
Quando: 27 de agosto, 3, 10, 17 e 24 de setembro
Horário: das 18h às 20h
Onde: plataforma ZOOM
Investimento: R$ 405,00 para estudantes e R$450,00 para os demais
Beto Pereira, vice-presidente da ONCB e consultor em acessibilidade e inclusão na Laramara
Laramara comemora data importante para pessoas com deficiência
Uma conquista recente para os direitos das pessoas com deficiência no Brasil foi a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão (Lei no 13.146/15), também conhecida como LBI. O marco, promulgado em julho de 2015, comemora cinco anos nesta segunda-feira (6/7). A lei assegura e promove – em condições de igualdade – o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais à pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
A LBI foi conquistada a partir de uma história de muitos anos em prol dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Quando foi promulgada, 15 anos tinham se passado desde a apresentação do 1º texto do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2000, pelo Deputado Paulo Paim.
Com a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência de 2006, ratificada pelo Brasil em 2008, verificou-se que a redação do Estatuto deveria estar ajustada às mudanças trazidas pela Convenção. E isso foi feito culminando com o texto da LBI, produzido por um grupo liderado pela deputada Mara Gabrilli (relatora na Câmara dos Deputados) e equipe, que ficou em consulta pública e passou por audiências públicas. O texto foi aprovado em 2015 na Câmara e no Senado (relatoria do senador Romário) e em janeiro de 2016, a Lei entrou em vigor.
A LBI surge dentro do contexto da máxima “Nada sobre nós, sem nós”, lema utilizado pela primeira vez em 1984 na África do Sul e que depois serviu de tema do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência de 2004 (estabelecido pela ONU). Esse lema mostra a importância das pessoas com deficiência como protagonistas dessa história.
Grande destaque
Beto Pereira, vice-presidente da ONCB (Organização Nacional Cegos do Brasil) e consultor em acessibilidade e inclusão na Laramara, reforça que o protagonismo da pessoa com deficiência nessa discussão foi o diferencial no processo de criação da lei. “A LBI foi discutida em todo o Brasil e ela aprimora, enquanto instrumento jurídico, os direitos já assegurados na Convenção sobre Direito das Pessoas com Deficiência”, explica o consultor. “É mais do que uma lei para chamar de nossa, mas uma lei da qual nós participamos, ajudamos e contribuímos para sua construção e isso faz toda a diferença”.
“É importante destacar que a LBI definitivamente move a pessoa com deficiência da esfera unicamente da saúde, levando para uma avaliação mais ampla e plena do indivíduo, da deficiência que ele possui e no meio que ele atua, com barreiras e processos sociais e culturais”, diz Pereira. “Mesmo a lei necessitando de regulamentação, ela representa um avanço perceptível no nosso dia a dia enquanto pessoa com deficiência”.
Próximos passos
Apesar da grande conquista da aprovação da LBI, é preciso acompanhar de perto a regulamentação da lei. “Precisamos fazer um trabalho educativo junto à sociedade para a mudança de paradigma em prol da inclusão”, afirma Cecília Oka, coordenadora do Programa do Jovem e do Adulto e Membro da Gestão Técnica da Laramara. Além disso, Cecília reforça que um passo importante da luta pela inclusão social é “dar continuidade e fomento à participação das pessoas com deficiência e suas famílias pela defesa dos direitos”. “Acompanhamento, monitoramento e fiscalização da legislação são fundamentais”, diz a coordenadora.
É tempo de solidariedade:
A crise trouxe uma baixa considerável de doações para Laramara. Para ajudar, não é preciso sair de casa e basta acessar o site: www.laramara.org.br/doe. Doar é mais do que uma boa ação, é uma forma de demonstrar afeto mesmo que a distância para aqueles que precisam.
Sobre a Laramara
A Laramara é uma das mais atuantes instituições especializadas em deficiência visual e um centro de referência na América Latina no desenvolvimento e na pesquisa na área da deficiência visual. Fundada em 1991, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas.
As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Atividades de Vida Autônoma, Braille, Soroban, Desenvolvimento da Eficiência Visual (Baixa Visão) e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs.
Laramara trouxe para o Brasil a fabricação da máquina braille e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens e adultos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996 realizando atendimento para essa população.
Depois de anos trabalhando em salas de aula, não foi surpresa para mim a constatação, por meio de pesquisa, de que uma das grandes barreiras enfrentadas no processo inclusivo de crianças com necessidades educativas especiais, era oriunda das próprias famílias. Pais simplesmente não aceitavam a condição dos filhos e não passavam informações para a escola. Eram frequentes os casos em que os pais omitiam questões sobre a saúde dos filhos. Eles conheciam as escolas no período de matrículas (sem as crianças), faziam muitas indagações acerca dos processos pedagógicos, mas apenas no primeiro dia de aula que a professora conhecia a criança e se deparava com a deficiência aparente. Casos evidentes, como a síndrome de Down, hidrocefalia ou até deficiência visual eram ignorados pelos pais no contato anterior com a escola.
Devido a observações realizadas acerca do comportamento e do baixo rendimento, quando a escola realizava a primeira reunião com os pais, trazendo relatos e solicitando auxílio de um pediatra, é que alguns casos eram desvendados: autismo, síndromes comportamentais, entre outros. Havia ainda relatos de que, mesmo diante dos dados levantados pela escola, os pais se posicionavam contra buscar ajuda pediátrica e diziam que seu filho era “normal”, que a escola anterior nunca disse o contrário. Quando, na verdade, a busca dessas famílias por novas escolas é dada justamente pelo fato de não aceitarem o posicionamento da escola anterior e de laudos já realizados por especialistas.
Ainda hoje recebo relatos de que, infelizmente, os dados da pesquisa, feita há mais de uma década, ainda são atuais e reais. Ainda que apresentemos progresso nas leis e que elas assegurem maior acessibilidade aos lugares sociais e às escolas, há muito ainda para avançar. Não bastam mudanças arquitetônicas: rampas com largura mínima de 80 cm, área de circulação nas salas permitindo rotação de 360 graus, lousas instaladas a uma distância de 90 cm do chão, elevadores. As mudanças precisam ser internas, de concepção, de paradigma, de reeducação, de convivência, de aceitação, de respeito.
É insuficiente oferecer capacitação somente aos gestores, professores e funcionários. Toda comunidade escolar deve ser preparada para essa realidade, inclusive alunos e seus familiares, com ou sem deficiência. A escola só é inclusiva quando todos caminham na mesma direção, respeitando e convivendo com as diferenças, dando o apoio e suporte necessários para que a comunidade escolar possa ter acesso às informações necessárias e contribua com essa caminhada.
Com base no que traz a Constituição Federal de 1988 e o estatuto da Criança e do Adolescente, o discurso entre escola e família precisa ser aberto e transparente. A indicação da escola deve ser sempre a busca pelo pediatra, e é esse profissional que fará a indicação para demais especialistas como neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros. Lembrando que somos educadores, não podemos opinar no achismo: “acho que é autista porque não brinca com outras crianças”. Deixemos os laudos para os profissionais da saúde. Podemos reunir dados que facilitarão o laudo, mas não podemos fazê-lo.
As escolas precisam se posicionar baseadas nas leis, sendo seu dever assegurar que qualquer diagnóstico seja realizado da forma mais precoce possível, a fim de que a criança tenha a assistência necessária para desenvolver habilidades e ter sua aprendizagem respeitada. Família e escola precisam estar de mãos dadas.
*Ceres Costa Rosa é professora, pedagoga, especialista em Metodologia de Ensino e em Gestão Escolar, mestre em Organizações e Desenvolvimento – Sustentabilidade Social , com ênfase em Inclusão Escolar e coordenadora pedagógica regional do Sistema Positivo de Ensino.
Percentual de profissionais negros desempregados continua bem acima da taxa de brancos
Falar sobre negros no mercado de trabalho ainda é uma questão de mudança de hábito. Estimular um mecanismo de inclusão necessita de planejamento e mudança de cultura em todas as áreas de uma empresa, principalmente quando a temática é inclusão e desenvolvimento de profissionais negros.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) no Brasil, 11 milhões de brasileiros ainda se encontram desempregados, sendo que a maior concentração se dá entre jovens, mulheres, negros e pardos. O percentual de profissionais desempregados que se declaram brancos (9,5%) permaneceu significativamente abaixo da taxa de desocupação dos autodeclarados pretos (14,5%) e pardos (14,0%) no segundo trimestre. Isso mostra que apesar dos sinais de recuperação no mercado de trabalho, os negros ainda encontram dificuldade para se inserir no ambiente profissional.
A empresa de crédito e cobrança se destaca por ter 21% dos seus profissionais contratados serem negros e pardos. Além disso, a empresa busca inclusão de forma geral, os profissionais concorrem igualmente independentemente da cor de pele, idade e gênero.
Mais da metade da população brasileira é composta por negros, quanto se trata de preconceito racial, o mercado de trabalho ainda é excludente, um problema sério que fecha as portas para grandes talentos. Paloma Bernardo 22 anos, é uma das brasileiras que já sofreu racismo durante uma entrevista de emprego. “Fui fazer uma entrevista para o cargo de recepcionista em uma empresa, ao chegar na recepção, fui informada que não contratavam negros ou pardos, fiquei sem reação, chocada com a naturalidade com que a informação foi passada, e fui embora”, lamenta ela.
Atualmente trabalhando como Assistente de Supervisão do grupo KSL associados, Paloma percebeu a importância de trabalhar em uma empresa que busque a inclusão de profissionais negros. “Eu acredito que a KSL faz inclusão de pessoas no conceito geral, independente do seu tom de pele ou gênero. Somos um grupo no qual trabalhamos juntos sem discriminação”, completa Paloma.
Promover um ambiente de trabalho diverso e inclusivo é sinônimo de crescimento. Romário Silva 24 anos é um dos exemplos, o funcionário começou na empresa como operador de telemarketing, e atualmente foi promovido a supervisor de atendimento. “Na empresa vejo diversas personalidades, raças, cores, tamanhos e sexualidades diferentes. Isso nitidamente demostra a inclusão do ser humano na KSL”.
Sobre a KSL
Com mais de 20 anos no mercado, a KSL Associados atua no segmento de crédito e cobrança, contribuindo para o desenvolvimento de um do setores que mais cresceu nos últimos anos. Inicialmente atuando exclusivamente na área de cobrança, especialmente amigável, a empresa cresceu e se desenvolveu atuando assim, em todos os pontos de contato com o cliente.
Há 41 anos instituição já inseriu mais de 12 mil jovens no mundo do trabalho; meta é dobrar atendimento na próxima década
A figura do Aprendiz Legal tem o objetivo de contribuir para a formação de jovens que saibam fazer novas leituras de mundo, tomar decisões e intervir de forma positiva na sociedade. É dessa forma que a GMS Brasil contribui, efetivamente, há 41 anos para a inserção de mais de 12 mil jovens no mundo do trabalho através de empresas conveniadas, tornando-se referência para outras entidades do Brasil. A meta é dobrar o número de atendimentos na próxima década, totalizando a marca de 24 mil jovens.
Para Natal José Francisco, presidente da Instituição, a contratação de aprendizes demonstra a responsabilidade social da empresa, uma vez que possibilita a capacitação e ocupação de jovens que talvez não tivessem outra opção para entrar no mundo do trabalho de maneira formal.
O primeiro emprego é importante para oferecer aos jovens a chance de iniciar sua carreira, podendo escolher empresas da área de seu interesse, ou ainda descobrir seus talentos e passar a dar um norte para a vida profissional.
“Para a sociedade, a oportunidade para jovens no mundo formal de trabalho significa menos pessoas em risco social ou sujeitas à marginalização, contribuindo para a diminuição de índices de criminalidade, especialmente em áreas menos assistidas. A contratação de adolescentes e jovens por meio do Programa Jovem Aprendiz também contribui para a redução da exploração do trabalho infantil”, pondera.
A lei oferece garantias para ambos os lados, tanto para o jovem interessado em iniciar sua vida profissional, quanto para a empresa que irá contratá-lo oferecendo formação técnica, profissional e uma remuneração mensal.
“Em contrapartida, o jovem se compromete com a empresa podendo se desenvolver como um profissional responsável que cumpre com suas tarefas tanto no curso profissionalizante que é oferecido, quanto nas atividades diárias na empresa”, explica o presidente.
“No Jovem Aprendiz não é preciso ter experiência na área de atuação da empresa, pois o programa serve exatamente para ensinar o adolescente ou jovem a ter uma qualificação profissional. Através do que será ensinado na teoria e na prática, esse jovem começará a desenvolver seus talentos, colaborando com a empresa e aprendendo noções que farão muita diferença em seu futuro”, complementa Natal José Francisco.
“A responsabilidade social conta no quadro da empresa e a faz se destacar em seu segmento, essa é uma das vantagens que o empresário encontra por contratar aprendizes. E não é só isso, empresas que contratam jovens conseguem melhorar a renda de famílias, colaborando com a justiça social do país”, elucida.
Lei
Em vigor desde 2000 e ampliada por decreto federal em 2005, a Lei do Jovem Aprendiz possibilita a inserção no mercado de trabalho de adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos de idade e que estejam frequentando a escola.
O programa é baseado na Lei da Aprendizagem, criada para possibilitar o acesso de jovens ao primeiro emprego, por meio de treinamento técnico, teórico e prático das atividades desenvolvidas em uma empresa. Esse treinamento é dado em cursos, que podem ajudar os participantes do programa a definir a futura carreira ou capacitá-los para a inserção no mercado de trabalho de forma mais rápida após o tempo como aprendizes, o que pode durar até dois anos em uma mesma empresa. Aliado a isso, o jovem aprendiz tem direito às garantias trabalhistas definidas em lei.
Sobre a Guarda Mirim de Suzano / GMS Brasil
Desde 1978, a Guarda Mirim de Suzano/ GMS Brasil contribui com o desenvolvimento de adolescentes, através do fortalecimento da convivência e do vínculo familiar, resultando na inserção, reinserção ou permanência desses jovens no sistema educacional, além de contribuir para o desenvolvimento de potencialidades e da autonomia, trabalhando com questões atuais relacionadas à juventude para despertar o interesse pela participação ativa na sociedade.
A qualificação e inserção social dos jovens no mercado de trabalho é o principal foco de atuação da entidade que é reconhecida por conduta de disciplina e histórico de formação, conceituados. Ao contratarem os alunos da Guarda Mirim, as empresas parceiras cumprem obrigações trabalhistas no que diz respeito aos jovens aprendizes.
Números
Segundo o presidente da entidade, ao longo dos 41 anos a Guarda Mirim já atuou em parceria com mais de 250 empresas, que inseriram mais de 12 mil jovens ao mercado de trabalho. A expectativa agora, é que quantidade de jovens atendidos dobre nos próximos 10 anos.
Projetos
Projeto Voto Consciente visa apresentar aos adolescentes que participam do Curso de Formação Básica da instituição a importância das eleições, da democracia e do voto como exercício da cidadania. Simulando as eleições municipais, fazendo com que todos reflitam sobre as propostas para trazer melhorias para Suzano. Durante o programa, os jovens montam partidos, criam e debatem propostas de governo, lançam candidatura, organizam campanhas eleitorais, de acordo com o Código Eleitoral e votam.
Projeto Empresa Virtual: Oferece aos aspirantes a oportunidade de conhecer e vivenciar o cotidiano corporativo com foco na sustentabilidade e comunicação por meio de atividades práticas.
Os adolescentes criam e gerenciam uma empresa fictícia, tendo ideia de seu funcionamento, rotinas e estrutura. Para tanto, funcionários são contratados e demitidos, e em finalização os jovens montam na instituição toda a rotina do que foi desenvolvido no trabalho escrito. A apresentação final é aberta ao público que se torna o maior avaliador de todo o processo.
Festa da Primavera: Evento anual, aberto ao público, promove com o apoio de guardas mirins e ex-guardas mirins, várias atrações, entre elas, show de talentos, barracas de alimentação, bingo beneficente, desfile de miss e mister. Toda a verba arrecadada tem como destino a realização dos Projetos Faça Uma Criança Sorrir e Natal Solidário. Ambos projetos oferecem as crianças da comunidade um dia especial em celebração as datas festivas dos projetos.
Projeto Faça Uma Criança Sorrir: Visa desenvolver o espírito de solidariedade e o trabalho em equipe na busca de maior integração com a comunidade. Com os donativos arrecadados pela Festa da Primavera, os jovens participantes do curso de Formação Básica, organizam uma festa, preparam atividades recreativas para oferecer aos participantes, embalam os brinquedos, distribuindo-os para as crianças da comunidade previamente cadastradas por eles mesmos. O projeto se encerra com uma grande festa na instituição.
Projeto Natal Solidário, em clima de confraternização de final de ano, este projeto é dedicado às crianças da comunidade, que são previamente cadastradas pelos próprios adolescentes do Curso de Formação Básica e tem a finalidade de oferecer um dia especial com brincadeiras, atividades recreativas e entrega de brinquedos com a participação ilustre do Papai Noel.
Eventos e atividades desenvolvidas em parceria com a prefeitura
Campanha Boa Visão: Participação efetiva dos adolescentes, oferecendo auxilio a prefeitura e fundo social, que proporciona o contato direto com a comunidade de melhor idade (idosos). Atividades: Atendimento ao público, preenchimento de ficha e apoio a organização do evento;
Campanha do agasalho: Projeto oferecido pela prefeitura de Suzano, por meio do fundo social, os adolescentes auxiliam no desenvolvimento da campanha. O projeto tem como objetivo a aproximação com a realidade local na comunidade, os adolescentes participam de toda campanha desde a panfletagem de divulgação para arrecadação das peças até o cadastro das famílias que são beneficiadas com as peças doadas;
Conferência Municipal de Assistência Social: A participação dos adolescentes acontece de forma efetiva durante a organização do evento, no credenciamento dos convidados e participantes, em salas temáticas, nas rodas de discussão elaborando moções e na plenária com direito a voz e voto. Nas duas últimas edições, tivemos jovens da Guarda Mirim de Suzano representando o município na condição de delegado, na Conferência Estadual de Assistência Social.
Há muitos mitos em torno de pessoas autistas e um deles é de que elas não podem entrar no mercado de trabalho. Pelo contrário, é possível. Quem tem TEA pode conseguir se firmar num emprego de maneira independente. É importante ressaltar sobre a existência de graus de autismo. Aqueles que são mais funcionais e com menos prejuízo cognitivos irão conseguir se sair melhor.
Para que um autista possa se desenvolver bem, é muito importante a detecção precoce. Quanto mais cedo o autismo for diagnosticado e havendo uma intervenção, melhor será o prognóstico e processo de inclusão social futura. Desde cedo, a família deve trabalhar a autonomia da criança e ver as habilidades e interesse dela e focar nisso.
O quadro autístico é extremamente elástico. Por exemplo, a pessoa pode se transformar num médico excepcional, mas por outro lado pode nunca deixar de ser dependente dos seus pais.
No seriado The Good Doctor, estrelado por Freddie Highmore, vemos a história do personagem Shaun Murphy, um médico residente com caso de TEA leve. A série mostra as suas dificuldades de comunicação e para se socializar dentro do ambiente de trabalho. No entanto, realiza de maneira brilhante o seu trabalho.
Para que o autista se saia bem na carreira, depende muito do interesse dele por determinado assunto. Podemos ter pessoas com TEA que se interessem por música, jogos ou informática. Depende de cada caso. Porém, quando eles realmente focam conseguem sair-se muito bem no mercado de trabalho.
Para as empresas é uma vantagem ter um profissional autista, pois são bem focados, honestos (tem dificuldade em mentir), perfeccionista, atenção aos detalhes, são organizados, aderem com facilidade a rotinas e cronogramas.
Uma característica comum do autismo são as restrições ao expressar emoções, ao entender linguagem de duplo sentido, além expressões faciais e mudanças de tom da voz. Mas como eles não tem preocupações sociais, eles não se preocupam em competir com os outros, não se preocupam também em ter sucesso daquilo que ele faz. Ele quer que dê certo o que se propôs a fazer.
Ele quer terminar o processo sem se preocupar se vai ser elogiado, se vai ser promovido, se ele vai ser excessivamente acarinhado por todos ou bem ou mal aceito. O indivíduo com autismo não se preocupa com esse tipo de coisa, ele só quer fazer aquilo que ele gosta. Portanto, as empresas que tiverem autistas de grau leve só tem a ganhar.
(*) psicopedagoga, uma das fundadoras do Instituto NeuroSaber e co-autoria, com Clay Brites, do livro MENTES ÚNICAS.
Luciana Brites é especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação Ispe – Cae São Paulo. Além disso, é coordenadora do Núcleo Abenepi em Londrina.
Clay e Luciana Brites são fundadores do Instituto NeuroSaber (www.neurosaber.com.br). A inciativa tem como objetivo compartilhar conhecimentos sobre aprendizagem, desenvolvimento e comportamento da infância e adolescência.
Quando falamos de inclusão, muitas vezes, pensamos em inserir uma pessoa com características vistas como fora do padrão num contexto de mercado de trabalho de maneira a promover direitos iguais aos demais trabalhadores, seja no âmbito empresarial, industrial ou até mesmo em campos como magistério e outras profissões onde há a possibilidade de atuação autônoma. Todavia, antes de darmos continuidade, precisamos destacar o significado literal da palavra inclusão.
No dicionário inclusão quer dizer “Integração absoluta de pessoas que possuem necessidades especiais ou específicas numa sociedade: políticas de inclusão; inserção, incluir em algum contexto (…).”. Devemos destacar que a visão social que temos de inclusão é um tanto injusta desde a infância quando falamos em campos acadêmicos, pois em nosso país, incluir alguém em algum lugar significa nada mais do que inserir o indivíduo num contexto onde ele possa ser visto como “normal”, ou seja, recebendo as mesmas condições que qualquer outra pessoa no mesmo contexto.
A verdadeira inclusão está em entender os problemas, dificuldades e a as dores do indivíduo, disponibilizando recursos de acordo com suas necessidades.
Para incluir um indivíduo no mercado de trabalho, não podemos simplesmente jogá-lo num ambiente que não oferece os recursos necessários ao mesmo. Isso seria uma segregação ao invés de uma política inclusiva, algo equivalente a uma medida paliativa para cumprir a obrigatoriedade de colocar no quadro de funcionários pessoas que atendam critérios de necessidades especiais. Essa análise nos leva a perceber que ainda há um longo caminho a percorrer para que as tais políticas se tornem eficazes e condizentes com significado literal do termo.
* Ellen Moraes Senra
Psicóloga e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental
CRP 05/42764
Psicóloga atuando na área clínica através da abordagem cognitivo comportamental. Formada pelo Centro Universitário Celso Lisboa. Com curso de formação em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC ) no Instituto Brasileiro De Hipnose, Educação e Psicologia (IBH). Atendimento individual a crianças, adolescentes e adultos