Em novembro foi estabelecido o Dia Mundial da Diabetes. Porém, essa doença silenciosa precisa ser lembrada e monitorada todos os dias do ano. O Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), estima que o Brasil é o 5º país em incidência da doença no mundo, com quase 17 milhões de portadores da patologia nas idades entre 20 e 79 anos, tornando-se uma questão de saúde pública.
Existem duas formas em que a patologia pode se apresentar: tipo 1 e tipo 2. A tipo 1 geralmente se manifesta na infância ou adolescência e exige o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose no sangue. A tipo 2 está diretamente relacionada a sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.
Existe também o quadro de pré-diabetes, uma alteração do metabolismo que pode evoluir para o tipo 2 e doenças cardíacas. Nesse quadro, os níveis glicêmicos estão mais elevados do que o normal, mas ainda não suficientes para determinar um diagnóstico. Nesse momento, a prevenção é deveras importante, já que é quando ainda se consegue reverter o quadro, seja com a ajuda de medicamentos, seja com alimentação e atividades físicas.
Isso nos leva a um cenário bastante preocupante: a IDF estima ainda que quase metade (46%) dos portadores de diabetes não sabem que têm a doença. Se não controlada, a patologia é perigosa (como tantas outras). A hiperglicemia, causada pela diabetes, pode danificar órgãos, nervos e vasos sanguíneos de forma irreversível. Portanto, é preciso se atentar aos sintomas e fazer exames de sangue sempre que possível, a fim de obter um diagnóstico.
Quando se está com o índice glicêmico alto, os sintomas mais comuns são: sede e fome excessiva, aumento da frequência urinária, bem como infecções frequentes, fadiga, visão turva, diminuição e/ou perda de sensibilidade ou formigamento nos pés ou nas mãos, feridas que demoram muito para cicatrizar e perda de peso sem razão aparente.
A causa do tipo de diabetes tipo 1 é desconhecida, mas sabe-se que a hereditariedade é um fator a ser considerado. Adotar um conjunto de medidas para uma vida mais saudável é uma maneira de prevenir, incluindo praticar atividades físicas, ter alimentação saudável, evitar o consumo de álcool e tabaco. Para diabetes ou para outras patologias, a prevenção ainda é o melhor remédio.
*Fabio Moruzzi CCO da NL Diagnóstica, pioneira em oferecer testes rápidos para a covid-19 e no lançamento da tecnologia cPass no Brasil, capaz de identificar e quantificar anticorpos neutralizantes. – nldiagnostica@nbpress.com.
Sobre a NL Diagnóstica
Fundada em 1985, a NL Diagnóstica atua em soluções diferenciadas na oferta de diagnósticos com segurança, praticidade e qualidade. Com sede em São Paulo, a empresa atua como fabricante e distribuidora de kits diagnósticos para diversas patologias. Pioneira em trazer ao país um novo conceito de testagem para hemoglobina glicada, por meio do A1CNow+; desenvolveu e patenteou o Coproplus, com tecnologia de ponta para o exame parasitológico de fezes; foi uma das primeiras empresas a oferecer, em larga escala, testes rápidos para a covid-19 em 2020 e, também, foi a pioneira no lançamento da tecnologia cPass no Brasil, capaz de identificar e quantificar anticorpos neutralizantes contra a covid-19. Possui certificações da Anvisa, ISO 13485:2013, entre outras.
O hálux valgo, mais conhecido como “joanete” é uma das deformidades mais comuns dos pés
O hálux valgo, mais conhecido como joanete, é uma deformidade que se desenvolve na parte da frente do pé, mais especificamente no osso que liga o dedão do pé (hálux) ao metatarso, a parte do meio dos pés. De uma forma mais simples, o joanete é uma saliência óssea que afeta o dedão do pé, chamado de hálux.
Estima-se que o joanete ocorre em 23% dos adultos entre 18 e 65 anos e em até 36% da população acima dos 65. Portanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é uma doença exclusiva da terceira idade. O joanete pode afetar até 30% das mulheres na fase adulta.
Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates e RPG, o joanete afeta a falange do hálux (dedão do pé) e o metatarso (parte do meio do pé).
“Ocorre um alargamento da articulação que liga o dedão ao metatarso, que fica desalinhada e se desvia em direção aos dedos menores. Em alguns casos, há formação de uma saliência óssea que se torna muito dolorida. Essa saliência é a imagem que as pessoas costumam ter de um joanete”.
Sapatos apertados demais
Embora a origem exata do joanete ainda não seja totalmente compreendida, é muito comum observar o joanete em pessoas, especialmente em mulheres, que usam sapatos muito apertados e altos.
“Atualmente, acredita-se que a deformidade é multifatorial, ou seja, associa-se a fatores genéticos, anatômicos (como pé plano valgo); hipermobilidade articular e encurtamento muscular dos membros inferiores; fatores ambientais como o uso de sapatos inadequados, assim como lesões por traumas repetitivos”, explica Walkíria.
Uma curiosidade é que as praticantes do ballet clássico costumam desenvolver o joanete devido ao uso das sapatilhas apertadas na parte da frente dos pés, somado aos movimentos de ponta durante muitos anos.
Outras causas são as doenças reumatológicas, que causam deformidades nas articulações, como a artrite reumatoide, gota, bem como doenças genéticas que afetam o tecido conjuntivo, como a síndrome de Down e de Marfan, entre outras.
Dor aguda é o primeiro sintoma
Inicialmente, o joanete costuma ser assintomático. A partir da evolução da deformidade, surgem os sintomas como inchaço, vermelhidão e dor no local. Esses sintomas estão associados à bursite, que é a inflamação da bursa. Trata-se de uma bolsa cheia de líquido que protege os tecidos das articulações. Basicamente, a bursa evita o atrito entre ossos e outras estruturas como os tendões.
“A dor causada pelo joanete costuma ser intensa e progressiva, além de impedir que a pessoa caminhe ou calce sapatos. Quando não tratado, o joanete pode evoluir para bolhas, feridas, irritação da pele no local da deformidade e reduzir, drasticamente, a mobilidade do paciente”, diz Walkíria.
Tratamento envolve correção postural
Inicialmente, o tratamento costuma ser conservador com uso de medicamentos, fisioterapia, palmilhas ortopédicas e recomendação de sapatos que não piorem a joanete. Contudo, quando a saliência óssea é muito protuberante, é necessário remover cirurgicamente, com raspagem do osso e outros procedimentos.
Walkíria chama a atenção para o fato de que mesmo que a pessoa precise da cirurgia, os casos de joanete têm muita ligação com o padrão postural e a anatomia do pé. As pessoas que têm o pé plano e o joelho valgo adotam uma postura que aumenta muito o risco de desenvolver o hálux valgo.
O joelho valgo é a condição em que os joelhos ficam desalinhados e voltados para dentro, encostando um no outro. Já o pé plano (popularmente chamado de “pé chato”) é outra condição que leva a pisada para dentro. Isso leva à inclinação do dedão para o lado oposto. Essas duas condições aumentam muito o risco de desenvolver o joanete.
“Portanto, a correção postural é importante para prevenir que a pessoa tenha recorrência do joanete. Além disso, o ideal seria realizar uma correção postural preventiva. Em outras palavras, pessoas com joelhos valgos e pés planos deveriam procurar um fisioterapeuta para corrigir essas condições e evitar, futuramente, o desenvolvimento do hálux valgo”, reforça Walkíria.
Por fim, o trabalho da fisioterapia também envolve exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura dos membros inferiores para reequilibrar esses grupos musculares que participam da marcha.
As doenças respiratórias representam boa parte dos problemas de saúde entre as pessoas. É uma soma entre os fatores genéticos e as alterações ambientais como as mudanças climáticas nos períodos de outono e inverno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 35% da população brasileira possui algum tipo de alergia.
As alergias respiratórias são uma resposta exagerada do sistema imunológico a poeira, alimentos, fungos, ácaros, substâncias químicas ou pólen, provocando a exacerbação de doenças como rinite, asma, sinusite e bronquite. De acordo com a médica pneumologista pediátrica, Raquel Mascarenhas Freitas, após a exposição a alguma dessas substâncias responsáveis em gerar a alergia, o corpo responde com inflamações que irão desencadear sinais ou sintomas.
“Obstrução nasal, coriza, coceira no nariz, vermelhidão ocular, tosse, falta de ar e até manifestações em pele, como manchas, mudanças da textura deixando mais áspera e seca. São sintomas que podem ser confundidos com um quadro de resfriado comum ou gripe. O que diferencia o quadro alérgico é que estas doenças apresentam também sintomas sistêmicos como febre, dores pelo corpo, inflamação da garganta e uma prostração”, explicou a especialista, que também é professora do curso de Medicina da Unex – Centro Universitário de Excelência, em Feira de Santana.
Segundo Raquel Mascarenhas, o próprio clima, frio e seco, serve como um fator irritante para as vias respiratórias. “Um dos motivos das alergias se agravarem no período frio é porque existe uma maior circulação viral nesta época. Também temos a tendência de ficar em ambientes mais fechados e aglomerados devido ao frio. Em geral, estes locais apresentam uma maior predisposição ao acúmulo de ácaro e poeira. Além disso, o uso de roupas de lã e cobertores que ficam muito tempo guardados também são acumuladores desses alérgenos”, comentou.
Diagnóstico e tratamento
O primeiro passo para uma efetiva análise do quadro é procurar ajuda de um profissional capacitado, ressalta a pneumologista. “O diagnóstico correto é feito através de uma boa anamnese e exames complementares como: prick test ou dosagem de imunoglobulina ‘E’. No caso de asma fazer a realização de uma espirometria. O tratamento é direcionado para cada paciente e consiste em higiene do ambiente, uso de medicamentos antialérgicos, corticóides (sistêmicos tópicos ou inalatórios) e o tratamento com as vacinas”, destacou.
É o que conta o programador, Carlos Soares, que descobriu quando criança a alergia à poeira e a pelo de animais. “Tenho que evitar estes agentes alérgicos, manter o ambiente limpo e ficar longe de animais. O contato causa espirro, tosse, irritação nos olhos e se ficar muito tempo próximo acontece também sangramento nasal”, enfatiza.
Durante o inverno, seus cuidados precisam ser redobrados, afirma. “Tenho asma e tenho que tomar cuidado para não ficar resfriado e favorecer a inflamação do organismo, pois, com isso, diminui as defesas e dificulta o controle da asma. Com relação a alergia, não muda muito, pois já utilizo antialérgicos”, falou.
Raquel Mascarenhas orienta que é necessário evitar varrer a casa e usar pano úmido, assim como não ter em casa itens que acumulam poeira, como tapetes, bichos de pelúcia, etc. Em ambiente muito seco, utilizar um umidificador. Importante ainda, esclarece a pneumologista, realizar a lavagem das roupas de frio antes do uso, trocar com frequência as roupas de cama, evitar locais de aglomeração (preferir ambientes arejados), lavagem das mãos com frequência e o uso de capas antialérgicas em colchão e travesseiro
Artrose, ou osteoartrite, é um tipo de doença degenerativa que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem e dos ossos envolvidos nessa articulação.
Artrose no quadril: quando suspeitar?
Localização da dor: na artrose de quadril, a dor principal normalmente aparece na região próxima da virilha. Com o passar do tempo essa dor pode se espalhar para toda a região próxima do quadril, inclusive a coluna.
Momentos de dor: no início, a dor aparece apenas quando realizamos grandes esforços mas, com a evolução da doença, é comum sentir dor inclusive durante o repouso ou até mesmo enquanto dormimos. Uma outra característica comum é a presença de dor no quadril durante a noite e uma limitação do movimento de alcançar os pés, seja para lavá-los durante o banho seja para amarrar os sapatos.
Dor no início do movimento: nas fases iniciais da artrose de quadril é comum as pessoas se queixarem de dor e dificuldade no início do exercício ou de uma atividade física. Mas à medida que a pessoa começa a fazer o exercício a dor e a limitação de movimento podem melhorar.
Limitação do movimento: Com a evolução da doença e com o aumento da lesão na cartilagem, um osso acaba batendo no outro e essa limitação de mobilidade pode ficar bem pior, dificultando a realização de atividades simples e diárias como andar, subir e descer escadas, ir ao mercado ou à padaria.
A artrose do quadril é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo que ocorre de forma progressiva devido ao avanço da lesão da cartilagem. Com a progressão da artrose ocorre ainda a formação de osteócitos, que são espículas ósseas (os famosos “bicos de papagaio”) que acabam limitando ainda mais a mobilidade e aumentando a dor.
Artrose de quadril: quem tem mais risco?
Quem possui fatores hereditários
Pessoas portadoras de obesidade
Pessoas que possuem Artropatias inflamatórias
Lesões prévias ou doenças no quadril
Pessoas idosas
Artrose de quadril: tratamento
Existem uma série de tratamentos para artrose de quadril que envolve mudança no estilo de vida, perda de peso e adoção de uma rotina de atividade física de baixo impacto, com alongamento e fortalecimento da musculatura do quadril, fisioterapia, uso de medicamentos específicos para quem tem muita dor e a cirurgia. Nessa cirurgia, todo osso que está ruim é trocado por uma articulação artificial, que é a prótese de quadril. É uma cirurgia que, quando bem indicada, devolve a qualidade de vida aos pacientes, tirando a dor e limitação de movimento.
Lembrando que a definição do melhor tratamento para cada caso deve ser feita pelo médico em conjunto com o paciente. Por isso, se você sentir muita dor no quadril, não deixe de procurar um médico ortopedista, de preferência um especialista em quadril.
Crianças com menos de três meses de vida são mais sensíveis às doenças respiratórias, que nesta época do ano encontram ambientes perfeitos para se multiplicarem. Com um sistema imunológico ainda frágil, os bebês precisam do cuidado de toda a família para evitar qualquer contaminação. A maior parte das doenças são causadas por quadros virais, que comprometem o sistema respiratório e trazem sérios problemas para o recém-nascido (RN) e para os pais. Isso quem afirma é o neonatologista e pediatra do Sistema Hapvida, Mailton Fredson, que alerta sobre a gravidade da infecção nestes casos.
“As doenças virais tendem a ser mais intensas e agressivas em crianças nessa fase da vida. E para proteger os bebês, é recomendado que evitem levar as crianças para locais de grande aglomeração. Isso irá evitar consideravelmente as chances delas serem contaminadas”, recomendou o médico.
As altas taxas de contágio estão mais presentes entres os meses de janeiro a junho na Paraíba, cujo clima apresenta variações de temperatura e umidade, favorecendo o surgimento das chamadas doenças sazonais.
De acordo com o Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, amostras analisadas entre janeiro e maio deste ano confirmaram a presença de Influenza A, do tipo H3N2 e Influenza B entre os casos notificados.
Passar por esse período do ano é um verdadeiro desafio para os pais de crianças de até três meses, que precisam evitar a contaminação viral para a criança e entre os membros da família. Segundo o médico Mailton Fredson, os cuidados básicos consistem em deixar os ambientes domésticos com boa circulação de ar e manter a higienização das mãos de todas as pessoas da casa, principalmente, as que manuseiam o bebê diariamente.
Confira outras medidas importantes para evitar o contágio de doenças respiratórias em crianças pequenas:
Evitar o contato com pessoas que não fazem parte do círculo de apoio familiar e, principalmente, as que apresentam sintomas gripais;
Caso a mãe do bebê adoeça, não é necessário interromper o aleitamento. Ao ofertar a mama, é preciso usar máscara e manter a higiene das mãos, usando água e sabão ou álcool 70%;
Manter o distanciamento do bebê em relação aos irmãos maiores, se for o caso, devido às chances de transmissão de doenças em crianças;
Se o bebê for contaminado, atente-se aos sintomas, que podem ser leves ou graves, e procure orientação médica imediatamente.
Nos primeiros quatro meses de 2022, 29 mil mulheres do estado do Rio Grande do Norte realizaram a coleta de exame citopatológico em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses exames servem para a detecção precoce do câncer do colo do útero, uma doença silenciosa e tratável, se for diagnosticada logo no início.
Levar mais mulheres para realizar a detecção precoce do câncer do colo do útero é uma preocupação permanente do Ministério da Saúde. Projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca), aponta que cerca de 16,7 mil mulheres poderão ter câncer do colo do útero até o final de 2022. Nos serviços de Atenção Primária à Saúde do SUS, foram coletados cerca de 6 milhões de exames preventivos – também conhecidos como papanicolau – realizados no ano passado.
Segundo o Ministério da Saúde, atualmente existem mais de 42 mil Unidades Básicas de Saúde com cerca de 1.229 equipes de Atenção Primária atuando em todo o SUS onde as mulheres podem fazer o papanicolau e outros exames. Além disso, há mais de 317 hospitais e centros de assistência habilitados para o tratamento do câncer, que integram a rede SUS.
“É importante lembrarmos que muitas vezes, o câncer do colo do útero não apresenta sintomas em estádios iniciais. Sangramentos, dores, normalmente esses sintomas vão aparecer quando o tumor já está num estádio mais avançado. O exame preventivo, é a melhor forma de se conseguir detectar essas lesões em estágios iniciais e até mesmo quando ainda não são cânceres”, destaca a coordenadora-geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo do Ministério da Saúde, Patricia Izetti.
A coleta de material citopatológico do colo do útero (também conhecido como Papanicolau) é a principal forma de rastreamento e detecção precoce desse tipo de câncer e é indicado para mulheres de 25 a 64 anos a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.
QUADRO: De olho no resultado dos exames (Fonte: MS)
Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, a mulher deverá fazer novamente o exame preventivo daqui um ano. Se já tem um resultado negativo do ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
Lesão de baixo grau: deverá repetir o exame após seis meses;
Lesão de alto grau: o profissional de saúde irá lhe orientar sobre como proceder. Pode ser necessária a realização de exames complementares, como a colposcopia;
Amostra insatisfatória: o exame deverá ser repetido, pois o material pode ter sido insuficiente para gerar um resultado adequado.
Para realizar a coleta de material para o exame citopatológico do colo do útero pelo SUS, a mulher deve ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e agendar a consulta com os profissionais de saúde, que vão avaliar histórico e sintomas. A coleta do material, realizada por um profissional de saúde capacitado, provoca uma pequena descamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula e uma escovinha. As amostras coletadas são colocadas numa lâmina para serem analisadas em laboratório especializado em citopatologia.
Patrícia Izetti explica que, eventualmente, algumas instituições e hospitais de maior complexidade podem ofertar esse exame, mas em contextos muito específicos. “O exame citopatológico do colo do útero, também conhecido como exame preventivo ou Papanicolau, é ofertado nas Unidades Básicas de Saúde e a mulher deve procurar aquela UBS a qual ela está cadastrada e vinculada para que possa fazer o seu exame preventivo”, orienta.
Porta de entrada
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e o primeiro contato que a população tem quando procura atendimento ou uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Por meio da APS, as equipes de saúdepromovem ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Esse serviço é realizado por uma equipe multiprofissional e dirigido à população em cada território definido, sobre os quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
Para mais informações, acesse o site do Ministério da Saúde: gov.br/saude. Ou entre em contato com a Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte, pelos telefones (84) 3232-7432 e 3232-2666.
A gastrite é uma das doenças do sistema digestivo mais comuns. Ela é causada por uma inflamação, uma irritação no estômago. Suas principais causas são consumo de álcool, uso prolongado de alguns anti-inflamatórios, pode ser desenvolvida após algumas cirurgias, estresse, infecção e algumas doenças autoimunes. Os sintomas mais comuns são dor na barriga, indigestão, distensão abdominal, náuseas e vômito. O refluxo, outra doença muito comuns, é caracterizada pelo retorno do conteúdo do estômago, ou seja, o alimento digerido volta com o ácido estomacal e provoca aquela sensação de queimação e azia. Os principais fatores de risco para seu desenvolvimento são: sobrepeso e obesidade, alimentação rica em gordura, consumo excessivo de álcool e tabagismo. Para essas duas doenças, o tratamento é clínico, que engloba medicamentos e mudanças no estilo de vida, na qual a alimentação tem um papel fundamental.
Dieta para gastrite e refluxo: 6 orientações para ajudar no controle
Diminua o consumo de gorduras, como as frituras ou alimentos industrializados. Prefira os alimentos mais naturais e aumente o consumo de fibras porque ajuda a soltar o intestino, já que a constipação pode piorar os sintomas.
Aumente a frequência das refeições e diminua o volume. Faça 5 a 6 refeições ao dia. Ficar muito tempo em jejum ou o excesso de alimentação podem te prejudicar.
Mastigue bem os alimentos, assim você diminui o trabalho que o estômago e todo o sistema têm que fazer para a digestão.
Evite beber líquidos durante as refeições, mas não esqueça de manter-se bem hidratado, bebendo água entre as refeições.
Evite alguns alimentos como: chocolate, álcool, excesso de café, alimentos ácidos frutas (cítricos, produtos à base de tomate) e bebidas gaseificadas, eles são estimulantes gástricos. Evite também os condimentos (pimenta, mostarda, vinagre), alimentos ricos em enxofre (cebola, repolho, brócolis, pimentão) e alimentos e bebidas em temperaturas altas como chás, chimarrão…
Não se deite logo após a refeição, é melhor esperar 2 ou 3 horas para evitar o refluxo.
Além disso tudo, a redução de peso é importante para o tratamento. A prática de exercícios físicos auxilia muito nisso, além de ajudar a reduzir o estresse que também é um fator que contribui para o desenvolvimento dessas doenças.
Mais mulheres têm acesso aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. O número de usuárias cadastradas na Atenção Primária aumentou de 57 milhões, em 2019, para quase 84 milhões em 2021. E alguns dos serviços ofertados nesse nível de atenção são a solicitação de mamografia de rastreamento para detecção precoce do câncer de mama, doença que pode atingir 66 mil mulheres em 2022, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O exame clínico, a identificação dos fatores de risco e dos sinais e sintomas suspeitos são ofertados pela atenção primária como parte inicial da investigação. Já a mamografia de rastreamento, também feita pelo SUS, deverá ser solicitada para todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Mulheres consideradas de alto risco devem ter uma avaliação e indicação de rastreamento individualizadas.
Especialistas apontam que a detecção precoce da doença aumenta as taxas de sucesso do tratamento. O mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de Câncer III, do Inca, destaca que, no aparecimento dos primeiros sinais e sintomas, é preciso buscar um serviço de saúde.
“O câncer de mama não é uma sentença de morte. O câncer de mama tem muito tratamento, os tratamentos são extremamente eficazes e óbvio, o ideal é você diagnosticar precocemente. Então, não pode ter medo de fazer o diagnóstico. Encontrou alguma coisa na sua mama, procure logo o serviço de saúde”, orienta Bello.
A mulher deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e manter o acompanhamento integral com a equipe de saúde da família de referência O profissional fará a consulta direcionada à necessidade de cada mulher, com base na história clínica e no exame clínico das mamas e solicitará os exames necessários para o rastreamento da doença ou diagnóstico, no caso de sinais ou sintomas suspeitos. Foi o caso de Stephanie Pedreira, de 32 anos. A secretária, que trabalha em Brasília, foi diagnosticada com câncer de mama aos 29 anos de idade, o que também acende um alerta para que as jovens adotem a postura de estarem mais atentas ao conhecimento do seu corpo e no reconhecimento de alterações suspeitas para que possam procurar um serviço de saúde o mais cedo possível.
“Eu nunca tive o costume de fazer o autoexame das mamas porque, tanto pela idade quanto pelo fato de que eu não tinha histórico familiar, era aquela coisa meio que ‘não vai chegar até mim, não vai acontecer comigo’. Mas eu costumava ir ao ginecologista uma vez por ano, onde era realizado o exame das mamas. Até que começaram as suspeitas”, conta.
Atualmente, a secretária ainda está em tratamento com hormonioterapia e fazendo acompanhamento pelo SUS a cada seis meses.
“Dou muitas graças a Deus por ter conseguido fazer esse tratamento pelo SUS. Fui muito bem atendida, a oncologista que me acompanha é maravilhosa, a equipe de enfermagem é muito atenciosa. É muita coisa boa, muitas pessoas que você vê que estão ali realmente para cuidar de você, pra te ajudar”, ressalta Stephanie.
Sinais e sintomas (Fonte: Inca)
* Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
* Pele da mama avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja;
* Alterações no mamilo (bico do peito);
* Nódulos nas axilas aumentados;
* Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Porta de entrada
Entre 2020 e 2021, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 196,7 milhões em 4,5 milhões de exames de mamografia para diagnóstico e rastreio da doença. No período, aplicou mais de R$ 5,7 milhões em 6,5 mil reconstruções mamárias. O ministério destinou, ainda, mais de R$ 10,5 milhões em 25,1 mil cirurgias para o tratamento de câncer de mama.
Além desses procedimentos, que fazem parte da Atenção Especializada, a Atenção Primária à Saúde (APS) é responsável pelas ações de prevenção do câncer, pelo reconhecimento das mulheres de alto risco, rastreamento e identificação dos sinais e sintomas sugestivos do câncer, sendo a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, é o primeiro contato que o indivíduo ou família tem quando procura uma Unidade Básica de Saúde (UBS), por exemplo, para prevenir ou tratar algum problema de saúde.
As equipes da APS promovem ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem educação em saúde, promoção, prevenção, , diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Esse serviço é realizado por uma equipe multiprofissional e dirigido à população em cada território definido.
“Na Atenção Primária à Saúde, além de se fazer a solicitação da mamografia de rastreamento como método de detecção precoce do câncer de mama, também se trabalha a questão de sinais e sintomas do câncer de mama junto às mulheres e formas de prevenção primária, como o estímulo à prática de atividade física, a manutenção de um peso saudável, alimentação adequada e saudável rica em alimentos in natura e pobre em ultra processados”, explica a médica e coordenadora geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo, Patrícia Izetti.
Onde realizar os exames
No Brasil, há 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento oncológico. Tais estabelecimentos integram a rede SUS e também ofertam exames pré-clínicos gratuitos para o câncer de mama. Confira a listagem de hospitais credenciados no site do Inca ou procure a secretaria de saúde do seu estado para mais informações.
Para que convive ou conviveu com uma pessoa com Doença de Alzheimer, a preocupação é constante, principalmente a relação genética da doença.
Mais do que um distúrbio neurodegenerativo do cérebro, a Doença de Alzheimer é sistêmica com sinais em várias partes do corpo provocados por mecanismos inflamatórios, metabólicos e oxidativos.
As doenças cerebrais envolvem perda dos neurônios e outros danos que afetam o comprometimento cognitivo. As associações genéticas são responsáveis por 50% do risco populacional para a Doença de Alzheimer e em muitos casos a doença aparece em várias gerações de uma mesma família.
A parceira científica do SUPERA – Ginástica para o cérebro, a gerontóloga especialista em cognição e Professora da USP, Thais Bento explica que, nos casos em que a doença aparece em várias gerações de uma mesma família ela é provocada se pelo menos três genes diferentes sofrerem mutação.
Segundo ela a ciência hoje tem consenso de que a Doença de Alzheimer é muito complexa geneticamente.
“Se uma pessoa for diagnosticada com DA, as pessoas com vínculos sanguíneos de primeiro grau, apresentam 3,5 vezes o risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer, comparando-se aos riscos da população geral. Caso sejam gêmeos a porcentagem das taxas de concordância vai aumentar, para gêmeos dizigóticos 35% e para gêmeos monozigóticos 80%”, alertou.
Quando começam os sinais?
Nos casos em que a doença se manifesta em todas as gerações de uma mesma família, os sinais aparecem entre 50 e 60 anos e apresentam um progresso mais rápido em comparação com a forma esporádica da doença, quando os sintomas aparecem em idades mais avançadas.
“Os genes de risco da Doença de Alzheimer apenas modificam o risco da doença ao longo da vida. Nos pacientes que tiveram Doença de Alzheimer precoce cerca de 35 a 60% dos pacientes têm ao menos um familiar de primeiro grau afetado e apresenta uma hereditariedade entre 92 e 100% da genética da doença”
Por tratar-se de uma doença neurodegenerativa e crônica ainda não há uma cura, porém os tratamentos podem retardar e desacelerar o processo neurodegenerativo do quadro clínico permitindo que as pessoas com demência tenham uma maior sobrevida e melhor qualidade de vida. Os tratamentos podem ser farmacológicos e não farmacológicos e se combinados, apresentam melhores respostas à pessoa com demência, no entanto, os medicamentos (que atuam no Sistema Nervoso Central –SNC) possuem muitos efeitos colaterais e devem ser utilizados com cautela e com prescrição e orientação médica.
A ginástica para o cérebro neste contexto
A especialista reforça que há evidências científicas que indicam que atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e promovem a independência neste contexto.
A ginástica para o cérebro é aplicada sobretudo em pessoas que ainda não tem diagnóstico para a doença, mas possuem fatores de risco, como por exemplo, parentes de primeiro grau em estágios moderado ou grave da doença. Nestes casos, segundo a especialista, é indicado uma atenção especial à cognição e aos sinais diferentes que podem denunciar o problema.
“A estimulação das funções cognitivas como atenção, memória, linguagem, orientação e a utilização de estratégias compensatórias são muito úteis para a promoção da qualidade de vida e para manter o indivíduo orientado no tempo e no espaço. Evitando uma maior progressão da doença e mudança de estágios”, lembrou.
Tarefas de estimulação cognitiva podem ser variadas, com a utilização de jogos, desafios mentais, treinos específicos, reflexões, jogos lúdicos, resgate de histórias e uso de materiais que compensam as dificuldades específicas. A estimulação social prioriza o contato social dos pacientes, visando estimular as habilidades de comunicação, convivência e afetividade, promovendo uma maior integração e evitando a apatia e a inatividade do indivíduo.
“Além disso, pode-se realizar atividades de lazer, culturais, celebração de datas importantes e festivas. A estimulação física como, atividades físicas, fisioterapia, exercícios de fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos (acompanhados e orientados por um profissional) podem beneficiar a pessoa nos âmbitos neurológicos, coordenação motora, força muscular e flexibilidade, contribuindo para o aumento da independência, percepção sensorial, além de retardar o declínio funcional das atividades de vida diária”
A combinação de tratamentos farmacológicos e não-farmacológicos, como a prática de ginástica para o cérebro são importantes e devem ser realizados para estabilizar o processo demencial, porém, é necessário respeitar as individualidades, os aspectos socioculturais de cada indivíduos e suas necessidades e ir descobrindo estratégias por meio de auxílio profissional especializado, para aplicar na pessoa com Doença de Alzheimer.
“Por fim, para o diagnóstico e tratamento aconselha-se que a pessoa procure uma equipe interprofissional e multidisciplinar especializada com médico neurologista, neuropsicólogo, gerontólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, dentre outros profissionais da área da saúde”, concluiu a parceira científica do SUPERA – Ginástica para o cérebro e gerontóloga especialista em cognição e Professora da USP, Thais Bento.
O dia 26 de junho marca o Dia Nacional do Diabetes, data que promove a conscientização sobre essa doença perigosa. O diabetes é uma síndrome metabólica provocada pela falta ou incapacidade de produzir insulina, um hormônio que é produzido pelo pâncreas para atuar como responsável pela manutenção dos níveis de açúcar no corpo, ou seja, o metabolismo da glicose.
“O diabetes é uma doença crônica que requer tratamento e um pouco de disciplina alimentar. Mas a pessoa consegue, sim, comer de tudo, fazer atividade física, exercer qualquer profissão que deseja, se estiver, claro, com bom controle, com boa consciência da doença e bom tratamento”, explica Lorena Lima Amato, médica endocrinologista e doutora pela Universidade de São Paulo (USP).
Existem três tipos principais da doença. No tipo 1, há um defeito do sistema imunológico, os anticorpos atacam as células que produzem a insulina e elas são destruídas. No tipo 2, há uma resistência à insulina e deficiência na secreção dela. E existe ainda a chamada diabetes gestacional, quando ocorre a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação.
O segundo tipo acomete cerca de 90% dos diabéticos. “O diabetes tipo 2, que é o mais prevalente, tem sim uma forte carga genética. Mas nós sabemos que, se a pessoa se mantiver eutrófica (que é dentro do peso normal), mantiver uma boa alimentação, atividade física regular, com bastante massa magra, existe uma grande possibilidade dessa doença não aparecer”, considera a médica.
A especialista explica que manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar o surgimento dessa patologia. “Um estilo de vida saudável, não ganhar peso. Isso com certeza vai prevenir o surgimento do diabetes tipo dois”, diz.
Exercícios e diabetes
Para incentivar a prática de atividades físicas, a mudança de comportamento para algo saudável, combater complicações da doença e ainda gerar conscientização e união pela causa, Bruno Helman, ativista e CEO, fundou o Instituto Correndo Pelo Diabetes. Ele foi diagnosticado com diabetes mellitus tipo 1, aos 18 anos, pouco antes de prestar vestibular para Relações Internacionais.
Ele teve depressão pós-diagnóstico e se viu em um cenário desconhecido. “Foi um momento bem traumático da minha jornada, uma vez que, quando eu fui diagnosticado, eu não sabia praticamente nada sobre a condição”. Com o tempo, Bruno foi aprendendo sobre a doença e mudou a rotina para incluir as aplicações de insulina. Ele encontrou na corrida uma paixão.
“O Correndo Pelo Diabetes é fundamental, pois ele me trouxe amigos, me trouxe um senso de pertencimento, um senso de comunidade. A partir dele, eu consegui encontrar a minha missão, o meu propósito, que é ajudar outras pessoas, ajudar outras famílias para que elas também se apropriassem e se empoderassem, para que elas vivessem uma vida saudável, uma vida ativa, uma vida longínqua. Não uma vida apesar do diabetes, mas sim uma vida com diabetes”, conta.
Nascido em 2017, o projeto é uma organização sem fins lucrativos que já impactou mais de 2 mil pessoas, estimulando a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com diabetes e dos seus familiares. O Correndo Pelo Diabetes já percorreu mais de 10 cidades no Brasil e no exterior. Além disso, contabiliza 26 eventos presenciais, entre corridas e distribuição de cestas básicas durante a pandemia. Hoje, Bruno tem 27 anos e chegou a ganhar o troféu de atleta do ano na categoria destaque pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
“Não existe tratamento específico para a varíola, mas é uma doença de baixa letalidade”
Imagem: iStock
O Ministério da Saúde já confirmou o terceiro caso de varíola dos macacos no Brasil neste domingo (12). O paciente é um homem de 51 anos, que após viagem a Portugal, apresentou sintomas e segue isolado em Porto Alegre (RS).
As outras duas pessoas estão em isolamento no estado de São Paulo, possuem histórico de viagem para Espanha e Portugal e, tiveram a confirmação da doença na última semana; quarta-feira (08), o primeiro, e sábado (11), o segundo caso confirmado. O país monitora ainda mais 10 casos suspeitos nos estados de Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e em Rondônia.
A varíola é uma zoonose viral, ou seja, uma doença infecciosa que passa dos animais e afeta os humanos. A variola dos macacos é causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae e é transmitida por meio do contato com pessoas infectadas, seja pelo beijo, abraço, sexo, massagens, toques ou secreções respiratórias.
“É uma doença que vem nos preocupando nos últimos dias e seu o vírus é bem semelhante a outra varíola”, ressalta o clínico geral e endocrinologista, Lino Sieiro Netto. “Não existe tratamento específico, mas é uma doença de baixa letalidade e que exige atenção e cuidado com as lesões na pele, além do conjunto de sintomas que o paciente apresenta”.
Lino Sieiro, que também é coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário de Excelência (Unex), unidade de ensino da Rede UniFTC em Feira de Santana, completa dizendo que o quadro pode se desenvolver de forma mais grave naquelas pessoas com enfraquecimento do sistema imunológico. “Causado por doenças como lúpus, leucemia, HIV/AIDS, pacientes transplantados, além de idosos e crianças. O importante é evitar o contato próximo com as pessoas infectadas, higienizar as mãos e usar álcool gel”, informou.
Mais de mil casos da doença já foram comunicados por 29 países, fora da África, a Organização Mundial de Saúde (OMS). Todos estão sendo investigados e ainda nenhum óbito, até o momento.
Sintomas
As pessoas infectadas com a doença apresentam, inicialmente, sintomas similares aos de uma gripe e da antiga varíola, um pouco mais leves, relata o médico. “Os pacientes apresentam os sintomas de 5 a 7 dias após o início da contaminação, mas dificilmente, com esta nova modalidade da varíola, precisam de internação”, completa o clínico geral.
Podem apresentar quadro de febre, calafrios, aumento dos gânglios, principalmente no pescoço, cansaço, dor de cabeça, dores musculares, mal-estar e dores abdominais intensas. Depois de dois ou três dias aparecem marcas vermelhas e bolhas características da varíola na boca, face ou em todo o corpo.
Tratamento
A varíola não tem cura e o tratamento só reduz as dores do paciente; não mata o vírus ou impede o surgimento de “bolinhas” com pus na pele. A maneira mais eficiente de prevenir é com a vacinação, mas a vacina contra a varíola não faz parte do calendário do Ministério da Saúde, já que foi erradicada pela OMS no mundo desde os anos 80, através da realização de amplas campanhas de vacinação no mundo inteiro.
O vírus pode sobreviver por até 24 horas em objetos que tiveram contato com uma pessoa infectada.
Keillha Israely – Assistente Social Casa Durval Paiva – CRESS/RN 3592
O diagnóstico de um câncer não é nada fácil, pois, ainda hoje, carrega conotações e significados negativos, é como se fosse uma sentença de morte. No momento do acolhimento social, consegue-se apreender o medo e a angústia das famílias. Pois, após o fechamento do diagnóstico, os pacientes são encaminhados para a Casa de Apoio Durval Paiva, onde são acolhidos crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas.
No primeiro contato, é de extrema relevância, uma escuta qualificada, pois, muitas vezes, até o silêncio do paciente e seu acompanhante fala muita coisa. A partir desse acolhimento e atendimento social, inicia-se o acompanhamento social, durante todo o processo de tratamento.
No cadastro do paciente, busca-se conhecer e compreender aspectos centrais da família, a saber: perfil socioeconômico, renda, composição familiar, condições de moradia, o que sabem sobre o diagnóstico e o tratamento. Trata-se de uma sondagem inicial, fundamental para um acompanhamento não só do serviço social, mas também de toda equipe multidisciplinar. Pois, esse é um trabalho realizado a muitas mãos.
Ao longo do tratamento, paciente e acompanhante ficam hospedados na casa de apoio e realizam diversos atendimentos sociais, como encaminhamentos, orientações sobre direitos do paciente e da família, benefícios sociais, além de articulação com a rede socioassistencial, fundamental para a viabilização dos seus direitos.
Os atendimentos sociais são estendidos às famílias, pois, na maioria das vezes, o tratamento contra o câncer é apenas um dos mais variados problemas enfrentados. É preciso lidar com as mais diversas expressões da questão social: violência, negligência, rompimento dos vínculos familiares, privação de direitos básicos como alimentos, moradia digna, dentre outras. O que evidencia o desafio cotidiano em lutar por garantia de direitos.
Nesse sentido, para lidar com as mais diversas situações e desafios cotidianos, é necessário o suporte de toda uma equipe, para acolher e atender pacientes e familiares. Cada um, dentro de sua especialidade, vai contribuir para um atendimento humanizado e digno, o que exige de cada um, dedicação e comprometimento ético.
Depois da Covid-19, um outro vírus passa a dominar os noticiários: é a varíola do macaco, que, segundo a Organização Mundial da Saúde, já tem 257 casos confirmados no mundo. Aqui no Brasil, são dois casos em investigação e que acendem um alerta em relação à prevenção e às formas de transmissão.
A médica infectologista do Sistema Hapvida, Silvia Fonseca, explica que apesar de ser da mesma família do vírus da varíola comum, a varíola do macaco é mais branda. “Esta doença causa febre, dor no corpo e aparecimento de gânglios e lesões, como se fossem pequenas bexigas, que surgem no rosto e se espalham para as mãos e plantas dos pés”, diz.
De acordo com ela, o período sintomático pode durar de uma a duas semanas. Depois disso, as feridas costumam desaparecer, sem deixar sequelas. “A não ser lesões na pele, que ao fazerem casquinha, deixam a pele descorada, do mesmo jeito que acontecia com a varíola e com a catapora”, afirma.
A infectologista conta que a varíola do macaco recebeu este nome porque o vírus foi isolado pela primeira vez entre esses mamíferos. Mas, atualmente, a doença é mais comum entre os roedores, principalmente em países do continente africano.
Confirmações em vários continentes
De acordo com a OMS, o que chama a atenção é que começaram a surgir casos em outras áreas do mundo, como Europa e EUA, de pessoas que não viajaram para locais de risco. Aqui no Brasil, por exemplo, há dois casos em investigação pelo Ministério da Saúde.
Sobre isso, Sílvia Fonseca atesta que o vírus não passa facilmente entre as pessoas. “A transmissão é por contato direto ou indireto (superfícies contaminadas) e não há motivos para pânico, porque o contágio está bastante restrito e tem baixa taxa de mortalidade”, frisa.
A médica enfatiza ainda que outro ponto relevante é que há um protocolo definido a ser seguido em caso de transmissão. “Existe vacina e remédio para a doença. Por enquanto, eles não estão disponíveis, mas existem. Então, é uma situação mais tranquila do que vivenciamos com a Covid-19”, conclui.
Vale ressaltar ainda que a forma de prevenção à doença é semelhante aos cuidados em relação ao coronavírus: distanciamento, uso de máscaras faciais, lavagem constante das mãos e, em casos suspeitos, o isolamento do paciente.
No Brasil, a taxa de prevalência é próxima a 15 casos por 100.000 habitante[i]
Uma doença que atinge entre 2 milhões e 2,5 milhões de pessoas no mundo[ii], causando dor, fadiga, perda cognitiva e limitações físicas[iii] e cujos primeiros sintomas podem passar despercebidos[iv] deve ser amplamente falada e conhecida pela sociedade. Por isso, é importante se falar de Esclerose Múltipla e trazer esse debate para as todas as esferas da sociedade. A comunidade global de pessoas afetadas pela doença promove ações de conscientização o ano todo com intuito de trazer uma mensagem positiva para pacientes, amigos e familiares, estimulando-os a partilhar histórias, sensibilizar o público e conscientizar os demais sobre este impactante problema neurológico.
A EM é uma doença autoimune crônica do sistema nervoso central (SNC) que danifica as células do cérebro e da medula espinhal3. Os sintomas incluem fadiga extrema, depressão, fraqueza muscular, dor nas articulações e disfunção intestinal e da bexiga[v]. A condição, na maioria dos casos, provoca surtos que ao longo dos anos levam a piora da incapacidade, com impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes desde o aparecimento dos primeiros sintomas[vi].
Diante dessa situação, é preciso aumentar a conscientização, a informação e a vigilância para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar. “A conscientização global sobre Esclerose Múltipla é de suma importância para mobilizarmos a sociedade, a classe médica e sobretudo os gestores de saúde, públicos ou privados, sobre a importância de diagnosticar em tempo oportuno, dispor de tratamentos inovadores e modificadores da doença e reabilitar as pessoas com EM que, na maioria das vezes são jovens, na fase produtiva da vida. E o envolvimento de pacientes, familiares, cuidadores e das associações de pacientes em Consultas Públicas, valida a atuação da sociedade na construção do cenário mais adequado, nos faz participarmos ativamente da construção de melhores políticas públicas em saúde para garantia de acesso integral aos serviços.”, afirma Sumaya Caldas Afif, Gerente de Relações Governamentais e Advocacy da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM).
A Esclerose Múltipla é uma doença que vai incapacitando o indivíduo. “Estudos de história natural mostram que cerca de 80% das pessoas com EM enfrentam dificuldade para deambular, e estima-se que 15 anos após o diagnóstico, 40% necessitem de auxílio para caminhar e 25% necessitem de cadeira de rodas. Além das limitações físicas, os efeitos da EM têm impacto significativo na saúde mental dos pacientes, com maior prevalência de comorbidades como depressão, ansiedade, disfunção cognitiva e sexual”, afirma Dr. Gutemberg Augusto Cruz dos Santos, Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto IDOMED. “Tratamento precoce e impactante são fundamentais. Cada paciente precisa de um tratamento individual, então com mais opções disponíveis, poderemos proporcionar terapias direcionadas que possam reduzir os surtos, assim minimizando o acúmulo da incapacidade, possibilitando uma melhor qualidade de vida a eles”, completa Dr. Gutemberg.
Consulta Pública
Com intuito de subsidiar o processo de tomada de decisão sobre a incorporação de mais tratamentos para Esclerose Múltipla, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), agência reguladora do mercado de planos privados de saúde, abriu, em 1° de junho, a consulta pública n° 97 para ouvir a opinião da sociedade civil sobre a inclusão de terapia para o tratamento de pacientes com Esclerose Múltipla. A participação de especialistas, pacientes e da população em geral até o dia 20/06/2022 contribuirá para a decisão do órgão. Se quiser participar e acompanhar, confira mais informações no site da ANS.
[i] Callegaro, D., et al. “The prevalence of multiple sclerosis in the city of São Paulo, Brazil, 1997.” Acta Neurologica Scandinavica 104.4 (2001): 208-213.
[ii] Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Esclerose Múltipla. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt/arquivos/2022/portal_portaria-conjunta-no-1-pcdt_esclerose-multipla.pdf. Acesso em maio de 2022
[iii] Zwibel HL. Contribution of Impaired Mobility and General Symptoms to the Burden of Multiple Sclerosis. 2010;26(2009):1043–57.
[iv] Thompson AJ, Banwell BL, Barkhof F, Carroll WM, Coetzee T, Comi G, et al. Diagnosis of multiple sclerosis: 2017 revisions of the McDonald criteria. Lancet Neurol [Internet]. 2018 Feb;17(2):162–73. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1474442217304702
[v] Ben-zacharia AB. Therapeutics for Multiple Sclerosis Symptoms. 2018;(March 2011).
[vi] Press D. Health-related quality of life assessment in people with multiple sclerosis and their family caregivers . A multicenter study in Catalonia ( Southern Europe ). 2009;311–21.
Em média, 50% do nosso corpo é composto por vários tipos de tecidos, como os músculos, fáscias, ligamentos, tendões, gorduras, vasos linfáticos, nervos e pele. Quando algum câncer acomete estes locais, eles são conhecidos como cânceres de partes moles ou tecidos moles, que são o destaque do mês de junho, integrando as atividades da Campanha do Diagnóstico Precoce 2021. Dentro dela, a Casa Durval Paiva está realizando um trabalho intensivo de divulgação de sinais e sintomas dos cânceres que mais acometem crianças e adolescentes.
Estas neoplasias podem ser divididas em tumores benignos, tumores benignos agressivos (intermediário) e tumores malignos (sarcomas). Eles atingem tanto crianças, quanto adultos e podem surgir em qualquer parte do organismo.
Em alguns casos, os sintomas não se manifestam nos estágios iniciais e variam de acordo com a parte em que se desenvolve. Podem apresentar crescimento de nódulo ou caroço, em qualquer parte do corpo, dor abdominal (que se torna crescente com o tempo), sangue nas fezes ou vômito e fezes escuras ou negras (podendo ter um sangramento interno).
É imprescindível estar atento aos sinais e sintomas, em caso de suspeita, procure um médico. As chances de cura do câncer infantojuvenil são de até 80%, se for diagnosticado precocemente. Acompanhe as redes sociais da Casa Durval Paiva e conheça todos os sintomas e ações, que estão sendo realizadas pela instituição.
Dia 26 de maio é Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma doença oftalmológica que gera perda do campo visual e pode levar à cegueira. A condição, que provoca uma lesão no nervo óptico, atinge cerca de 64 milhões de pessoas entre 40 e 80 anos em todo o mundo – quase um milhão somente no Brasil. Atualmente é uma das principais causas de cegueira, ficando atrás somente da catarata. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número global pode passar dos 110 milhões até 2040.
É importante lembrar que, como muitas outras especialidades na saúde, a oftalmologia deve estar na lista de consultas periódicas para qualquer idade. O glaucoma é uma doença que ainda não tem cura, sendo o diagnóstico e o tratamento precoce essenciais para o paciente.
Apesar de qualquer pessoa poder ser diagnosticada com glaucoma, estudos mostram que esta condição é mais comum em alguns recortes populacionais: em geral, pessoas pretas ou que sejam parentes de portadores de glaucoma, idosos, portadores de alta miopia, diabéticos e usuários crônicos de colírios com corticoides têm mais propensão à doença.
Os sinais mais frequentes de glaucoma ocular são as manchas escuras no campo visual periférico: inicialmente, a visão da pessoa fica restrita ao centro do olhar e prejudicada nas laterais, como se ela estivesse olhando por um túnel – essas manchas são chamadas escotomas. Progressivas, à medida que a doença vai aumentando, essas manchas também crescem de tamanho, deteriorando ainda mais a visão. Outros sintomas frequentes e adjacentes à condição são olhos avermelhados e lacrimejantes, maior sensibilidade à luz, dor nos olhos e na cabeça.
O grande risco do glaucoma são seus sintomas iniciais, silenciosos e imperceptíveis. Normalmente, quando o paciente desenvolve os sintomas, o glaucoma já está avançado, com cerca de 50% das células ganglionares já atrofiadas. O diagnóstico final é feito por meio de exames e os mais comuns são a campimetria e a tomografia de coerência óptica. O tratamento, definido caso a caso, tem como objetivo reduzir ou estabilizar a pressão intraocular. Na maioria das vezes, ele é bem simples e envolve a aplicação de colírios, melhorando expressivamente a qualidade de vida do paciente. Em casos mais avançados, o especialista responsável pode recomendar a aplicação de laser ou cirurgia.
O segredo é manter os cuidados de prevenção dos olhos: além de visitar periodicamente seu oftalmologista, não usar colírios sem prescrição médica. Depende de cada um cuidar da própria saúde e não deixar de lado o cuidado com os olhos. Há muitas belezas na vida para perdermos a chance de vê-las.
* Pedro Duraes é médico oftalmologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.
A tireoide é uma glândula de 12 a 20g , localizada no pescoço, anterior à traqueia. É responsável pela produção de hormônios que regulam vários sistemas do nosso corpo, desde o humor, o peso, a frequência cardíaca, a memória, o trânsito intestinal, além de participar da regulação dos ciclos menstruais e na fertilidade.
Quando a tireoide está alterada, ela pode tanto liberar uma quantidade insuficiente de hormônios (Hipotireoidismo) quanto produzi-los em excesso (Hipertireoidismo). Uma terceira condição que também é comum é o nódulo tireoideano.
O hipotireoidismo é a doença mais prevalente da tireoide, sendo que 18 milhões de brasileiros , ou 8,5% da população sofre com ele. O indivíduo pode apresentar diminuição da memória, cansaço excessivo, aumento de peso, ressecamento da pele , queda de cabelos, dores musculares e articulares , sonolência, constipação , aumento dos níveis de colesterol no sangue, depressão, entre outros sintomas.
Pode ocorrer em qualquer idade. Algumas crianças podem nascer com hipotireoidismo, que pode ser detectado no teste do pezinho que deve ser feito entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê. Já o hipertireoidismo pode causar emagrecimento, palpitação , intestino solto, agitação, insônia, etc. Uma terceira doença também comum seria o nódulo da tireoide. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida, porém apenas 5% são malignos.
Os problemas da tireoide não dependem de idade ou de sexo, podem acometer qualquer perfil de indivíduo, porém alguns grupos apresentam mais suscetibilidade como os idosos, indivíduos com histórico familiar e em mulheres.
O especialista mais indicado para avaliação dessas doenças é o endocrinologista . Na maioria dos casos, há vários sintomas simultâneos. Há a necessidade de ficar atento à presença de caroços, nódulos ou aumento do volume cervical.
O diagnóstico é feito através da dosagem no sangue dos hormônios tireoideanos, e quando o médico percebe alguma anormalidade na palpação da glândula tireoide, é necessário solicitar a ultrassonografia da tireoide, e dependendo do resultado , a punção do nódulo tireoideano, que é um exame de baixo custo e risco para o paciente.
O tratamento do hipotireoidismo é feito pela reposição do hormônio tiroxina que a glândula deixou de fabricar. Deve ser tomado durante toda a vida, e os resultados são muito bons.
No hipertireoidismo, o tratamento pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia, dependendo da causa e características da doença. E os nódulos , em caso de malignidade, , o tratamento é cirúrgico, e dependendo do caso, há a necessidade de complementação com iodo radioativo.
É importante citar que a demora no diagnóstico e tratamento pode ocasionar complicações , como aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas , insuficiência cardíaca, anemia, aumento do colesterol e raramente o coma .
Fonte: Jaqueline Pais, endocrinologista e Coordenadora da Clínica do Hospital Icaraí
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o glaucoma afeta cerca de 1 milhão de brasileiros e é a principal causa de cegueira irreversível do mundo
Dados da Academia Americana de Oftalmologia indicam que os casos de glaucoma irão saltar de 76 milhões em 2020 para 111.8 milhões até 2040
A pergunta mais frequente quando uma pessoa recebe o diagnóstico do glaucoma é se irá perder a visão. A preocupação com a cegueira, nesses casos, faz todo o sentido. Isso porque o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo.
A boa notícia é que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir, drasticamente, a chance de a pessoa ficar cega. Em países desenvolvidos, por exemplo, apenas 5% dos pacientes evoluem para a perda total da visão.
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em Glaucoma, o diagnóstico não significa, necessariamente, que a pessoa vai perder a visão por completo. “Por outro lado, a visão perdida não pode ser recuperada. Isso porque as lesões que levam ao glaucoma ocorrem no nervo óptico. Como as células nervosas não se regeneram, a perda visual é definitiva”.
Risco estimado e risco real
Alguns estudos apontam que em países desenvolvidos, o risco de perder a visão nos pacientes que foram diagnosticados de forma precoce é de cerca de 5%.
“Naturalmente, mesmo em países desenvolvidos, a pessoa pode perder a visão quando o diagnóstico ocorre em uma fase avançada da doença. Além desse aspecto, a perda visual pode ser agravada por outras doenças oculares, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) ou ainda pela retinopatia diabética, alerta Dra. Maria Beatriz.
Na verdade, o que precisa ser considerado quando se fala em cegueira, é o quanto avançado está o glaucoma. Ou seja, quando mais demorados são o diagnóstico e o tratamento, maior será a probabilidade de a pessoa apresentar a perda definitiva da visão.
“Outro fator de risco é o tipo de glaucoma que a pessoa tem. Um glaucoma de ângulo fechado agudo, sem tratamento, pode evoluir muito rápido para a cegueira. Os casos congênitos também têm um prognóstico menos otimista em relação à perda visual”, explica a oftalmologista.
Visão de túnel
A oftalmologista aponta que há diferentes tipos de cegueira, dependendo da causa. “O glaucoma afeta a visão periférica, aquela que nos permite enxergar as imagens laterais. Essa perda visual é chamada de “visão de túnel”. A pessoa consegue ver as imagens centrais e nas laterais a imagem escurece”, conta Dra. Maria Beatriz.
Caso a doença evolua devido à falta de tratamento, essa perda da visão periférica se agrava. Como resultado, ocorre o fechamento do campo visual progressivamente, como se a pessoa estivesse olhando para um túnel escuro.
A partir do diagnóstico do glaucoma, o acompanhamento do glaucoma é para o resto da vida, já que se trata de uma doença crônica e progressiva. O principal objetivo é impedir que a doença progrida para a cegueira.
“Felizmente, a maioria dos casos de glaucoma pode ser controlada por meio de medicamentos (colírios), bem como por cirurgias a laser e novas tecnologias, como o implante de stents. O tratamento do glaucoma é feito para controlar a pressão intraocular (PIO), principal causa das lesões no nervo óptico”, comenta a especialista.
É possível prevenir o glaucoma?
A prevenção do glaucoma é realizada, principalmente, por meio de consultas periódicas com um oftalmologista, principalmente depois dos 40 anos. Isso porque a idade é um dos principais fatores de risco.
Algumas doenças podem aumentar o risco de desenvolver esse problema, como a apneia do sono, doenças cardiovasculares, diabetes etc. O álcool e o cigarro também devem ser evitados. É importante lembrar que existe o glaucoma secundário, que pode ocorrer por traumas na região ocular, uso indevido de colírios e certas doenças oculares.
Descoberta de genes relacionados ao Alzheimer ajudam a entender a doença
Laíza Felix – ICe/UFRN
Estudo identifica 75 genes que estão ligados a risco aumentado para o desenvolvimento da doença
“Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido”. Esta famosa frase da cientista polonesa Marie Curie ilustra bem a jornada dos pesquisadores que enveredaram pelo estudo da doença de Alzheimer. Informações do portal Alzheimer ‘s Association – principal organização mundial de saúde voluntária para combate, suporte e pesquisa sobre a doença – estimam que 44 milhões de pessoas sofram com demência no mundo, sendo um milhão delas no Brasil. O sintoma mais comum é a perda de memória, mas a doença afeta desde a resolução de problemas e execução de tarefas que antes eram fáceis, até mudanças de humor, confusão para identificar pessoas, lugares, eventos e até mesmo imagens. Ou seja, é como se a mente fosse se apagando.
Uma pesquisa desenvolvida pelo consórcio European DNA bank for deciphering the missing heritability of Alzheimer’s disease (EADB), estabelecido em 2016, culminou com a importante descoberta de genes associados à doença de Alzheimer, relatada no artigo New insights into the genetic etiology of Alzheimer’s disease and related dementias(“Novas descobertas sobre a etiologia genética da doença de Alzheimer e demências relacionadas”, em tradução livre), publicado na revista científica britânica Nature Genetics em abril deste ano. O estudo identificou 75 genes que estão ligados a um risco aumentado para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, 33 dos quais já eram conhecidos. A pesquisa envolveu cerca de 20 países, mais de 120 instituições – entre centros de pesquisa, hospitais e universidades – e 386 pesquisadores. Entre eles, o professor Marcos Costa, do Instituto do Cérebro da UFRN, único brasileiro a contribuir com o trabalho.
Graduado em Medicina e doutor em Fisiologia, ambos pela UFRJ, Marcos é professor adjunto da UFRN desde 2009 e integra o Instituto do Cérebro, onde chefia o laboratório de Neurobiologia Celular. Há três anos trabalha como professor visitante no Instituto Pasteur de Lille, na França, onde é o único brasileiro a integrar o estudo supracitado, no qual é co-autor. Este não é o primeiro trabalho que ele assina com o grupo: já foram cinco artigos, dos quais em três ele figura como pesquisador principal.
Este é o maior estudo de risco genético para a doença até hoje, e analisou os genomas de milhares de pessoas com diagnóstico clínico de Alzheimer e comparou com genes de indivíduos cognitivamente saudáveis. Os genomas foram fornecidos por clínicas em mais de 15 países membros da União Europeia, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Islândia, Nigéria, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos. Utilizando estes genes, os pesquisadores criaram um “score de risco genético” que poderá contribuir no futuro para identificar indivíduos com maior susceptibilidade de desenvolver a doença.
Gráfico de manhattan mostra variantes genéticas e genes associados à Alzheimer (Bellenguez et al)
“A doença de Alzheimer é a principal causa de demência e tem um grande impacto na sociedade. A descoberta de genes associados com o aumento do risco de desenvolver a doença é um primeiro passo no sentido de entendermos a fisiopatologia da doença. O meu trabalho principal é estudar os processos biológicos regulados por estes genes em células neuronais e gliais humanas geradas a partir de células-tronco pluripotentes (iPSC), com o objetivo de elucidar os mecanismos patológicos da doença de Alzheimer e desenvolver novas abordagens terapêuticas”, detalha Costa.
Embora a descoberta seja animadora, seus usos ainda não são imediatos. “É óbvio que a gente quer que isso chegue nas clínicas e possa auxiliar o médico no diagnóstico diferencial da doença de Alzheimer, na identificação de seleção de grupos de risco e nas decisões terapêuticas. Existe uma série de possibilidades que podemos vislumbrar, mas devemos ter cautela para não promover uma corrida em busca de testes genômicos miraculosos que poderiam definir a chance de desenvolver Alzheimer. Esse ainda não é o caso. Nesse primeiro momento, o uso de testes genéticos ainda deve ser restrito para selecionar pacientes em ensaios clínicos com o objetivo de testar novos medicamentos, o que já é um enorme avanço”, explica o professor.
Além disso, Costa destaca que o aumento das chances em relação à população em geral é da ordem de cinco a dez por cento, em alguns casos chegando a 20% – números considerados significativos mas não determinantes. Ou seja, ainda que uma alteração genética seja identificada, isso não significa que o indivíduo irá desenvolver a doença de Alzheimer.
“No futuro, quando a gente souber exatamente o que cada um desses genes está afetando, vamos poder escolher o tratamento do paciente de acordo com as alterações genéticas identificadas nesse indivíduo. De fato, a genética sugere que a doença de Alzheimer seja altamente heterogênea, com diferentes alterações patológicas podendo provocar o mesmo desfecho clínico (perdas cognitivas). E, para cada uma dessas diferentes alterações patológicas, vão existir tratamentos mais eficazes e específicos. Mas, para chegarmos a este ponto, precisamos avançar mais no entendimento do papel biológico dos genes de risco e como eles contribuem para a doença”, alerta o docente.
Marcos Costa, professor do ICe/UFRN e pesquisador do Instituto Pasteur – Foto: Arquivo pessoal
Costa classifica os tratamentos disponíveis atualmente como limitados, pois embora considerados específicos para a doença, acabam não sendo satisfatórios. “Na verdade, são tratamentos que envolvem sistemas de neurotransmissores muito amplos no cérebro e causam uma série de efeitos colaterais. Além disso, os benefícios em termos de ganho cognitivo são muito limitados. Isso acontece em parte porque, quando o paciente chega ao estágio de demência, normalmente já existe uma alteração – perda neuronal, perda de sinapses – que é muito grande no cérebro”, explica.
O estudo genético então é estratégico na antecipação necessária para permitir que as pessoas propensas ao desenvolvimento da doença de Alzheimer sejam diagnosticadas nos estágios mais iniciais. Para Costa, identificar e entender os genes é importante porque vai ser possível compreender o que acontece antes de chegar à demência e, a partir disso, pensar em terapias profiláticas ou, ao menos, que comecem a ser usadas assim que os primeiros sinais de alterações cognitivas aparecerem.
Assim, a expectativa é que, a médio e longo prazo, seja possível não só selecionar, através da genética, os tratamentos mais adequados mas também, num segundo momento, detectar variantes genéticas nos descendentes e – dependendo do risco que esse gene confere e qual o processo biológico que ele estiver afetando – pensar numa terapia profilática para esses indivíduos.
Se em termos de prática clínica a aplicação desses resultados pode demorar, para o progresso da compreensão da doença de Alzheimer eles representam um grande avanço. “É sempre difícil avaliar objetivamente a importância do nosso trabalho. No entanto, acho que se pode dizer que este é um grande ponto de virada na compreensão da arquitetura genética da doença de Alzheimer. Devido à importância deste componente genético, este trabalho terá inevitavelmente um impacto importante sobre toda a comunidade científica que trabalha com esta doença”, prevê o professor Jean-Charles Lambert, diretor de pesquisa do Instituto Pasteur de Lille e um dos autores principais do estudo, além de coordenador da pesquisa.
Jean-Charles Lambert, coordenador da pesquisa – Foto: Arquivo pessoal
Ele explica que o componente genético das formas comuns da doença de Alzheimer é muito alto, especialmente para uma doença associada ao envelhecimento. Entender esse componente genético é um dos principais desafios dos pesquisadores da doença de Alzheimer. “Em nosso estudo, validamos 33 fatores de risco genéticos da doença já conhecidos e detectamos 42 novas regiões de interesse. Assim, dobramos nosso conhecimento da genética das formas comuns de Alzheimer”, contabiliza Lambert. “Em geral, a imagem que uso para explicar o interesse da genética é esta: temos que ir a um poste que representa o que sabemos sobre a expressão clínica da doença, mas para chegar lá temos que avançar no escuro porque a luz não é forte o suficiente para nos mostrar o caminho a seguir, ou seja, os processos fisiopatológicos. A genética torna possível acender pequenas luzes em todos os lugares para iluminar o caminho certo a seguir”, ilustra.
É a primeira vez que o professor Lambert trabalha com um brasileiro e a parceria está afinada. “Marcos se juntou à minha equipe há três anos após um processo seletivo muito competitivo. Não sei se é uma característica brasileira ou simplesmente suas próprias qualidades, mas é realmente muito prazeroso trabalhar com ele. Além disso, ele é muito criativo, o que é necessário para poder fazer pesquisas de alto nível. Desde sua chegada, também tivemos dois brasileiros que ingressaram no laboratório e também são pessoas muito competentes. Estou, portanto, muito feliz com a conexão brasileira que acaba de ser estabelecida e tenho certeza de que vamos fortalecer nossos laços com o Brasil no futuro”, comenta o professor Lambert.
Infelizmente, o baixo investimento e os cortes orçamentários em Ciência, Tecnologia e Educação ao longo dos últimos anos impossibilita que o Brasil seja representado em estudos como esse de forma institucional, e não com apenas um cientista. “De maneira geral, os grandes estudos de associação genética são limitados ao estudo de populações europeias e norte-americanas. Praticamente não temos dados genéticos representativos dos brasileiros, demais latino-americanos, africanos e asiáticos, o que limita a identificação de possíveis variantes genéticas em populações específicas. A verdade é que nós estamos muito atrás e, certamente, se houvesse investimento financeiro suficiente em grupos de pesquisa no Brasil, para coletar dados clínicos de pacientes de forma sistemática e realizar o sequenciamento genômico, isso seria uma adição extremamente importante para o consórcio e, consequentemente, para o avanço da pesquisa sobre a doença de Alzheimer” analisa o professor Marcos Costa. LEIA NO PORTAL UFRN
Doenças localizadas no sistema venoso, sejam elas nas veias, artérias ou linfáticos são tratados pela especialidade de cirurgia vascular, angiologia e endovascular. A mais comum, e bastante conhecida pela população, é a insuficiência venosa crônica, com manifestações variadas, desde vasinhos e varizes a sintomas mais graves, como inchaço e dor nas pernas, alterações da pele, úlcera venosas, dentre outras. São algumas dessas doenças que serão abordadas no Encontro de Angiologia e Cirurgia Vascular – RN & PB que acontece nos dias 13 e 14 de maio (sexta e sábado), no Serhs Natal Grand Hotel, promovido pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular- Regional Rio Grande do Norte (SBACV/RN) e Paraíba (SBACV/PB).
Reunindo médicos renomados da especialidade, o Encontro traz, na programação, palestras que proporcionam troca de conhecimento e atualização de técnicas para melhor diagnosticar e tratar o paciente.
Temas como: Laser transdérmico – quando utilizar isolado ou associado; Anatomia cirúrgica do pé diabético: quais os pontos importantes a serem preservados; Propriedades e características dos diferentes materiais utilizados nas úlceras venosas; Cirurgia carotídea aberta: quando indico e quais os atuais resultados; Ultrassom Doppler no diagnóstico e acompanhamento pós-tratamento das varizes pélvicas;Inteligência artificial: fatores preditivos para amputações maiores e morte na DAOP; Oxigenioterapia: indicações e resultados nas doenças vasculares; Síndrome pós-trombótica: como tratamos; dentre outros, estão entre os assuntos do evento.
A SBACV-RN lembra à população da importância de manter os exames em dia e realizar check-up vascular, necessário para detectar fatores de risco e alterações iniciais que podem aumentar as chances de desenvolver doenças vasculares. Varizes, pé diabético, trombose, úlcera venosa, insuficiência venosa crônica, obstrução das artérias carótidas (risco de AVC), dilatação anormal das artérias (aneurisma), estão entre as principais doenças a serem observadas por meio do check-up vascular.