Baixa imunidade e ambientes fechados contribuem para a disseminação dos vírus respiratórios
Com a chegada do inverno no próximo dia 20 de junho, as temperaturas tendem a ficar mais baixas e os cuidados com a disseminação de doenças respiratórias, incluindo a Covid-19, devem ser redobrados. Os ambientes ficam mais fechados, com menos circulação de ar, e facilitam a dispersão dos vírus que se propagam pelas gotículas.
Cristiano Caveião, doutor em enfermagem e coordenador da área da saúde do Centro Universitário Internacional Uninter, explica que manter os ambientes ventilados, intensificar as medidas de higienização das mãos e vestir-se adequadamente podem auxiliar neste momento. “É importante também manter uma boa hidratação corporal com a ingestão de líquidos, e uma alimentação balanceada, rica em vitaminas. E claro, além de tudo isso, seguir as medidas preventivas já estabelecidas para o coronavírus” completa.
Sistema imunológico
Caveião explica que o frio também interfere no sistema imunológico. “Quando estamos no período de inverno, o frio faz com que nosso metabolismo diminua em algumas áreas, e uma delas são as vias aéreas. Assim, o metabolismo de defesa dificulta ou atua lentamente nesse processo, o que pode pré-dispor as pessoas a infecções”, comenta.
Nesse período, é comum o aumento das doenças respiratórias, mas o professor ressalta que vivemos em um momento único. “Devido a pandemia, os serviços de saúde já estão no seu limite e sobrecarregados, o que poderá ocasionar a falta de vagas em terapia intensiva para as outras doenças respiratórias”, alerta.
Como diferenciar?
O Ministério da Saúde desenvolveu um material que pode auxiliar a população a identificar os sintomas de cada quadro clínico. Confira:
Os dados atualizados pelo Governo do RN na manhã desta sexta-feira, 19, mostram que a administração estadual abriu até o momento 385 leitos para atendimento de casos de Covid 19. São 192 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 193 leitos clínicos em todo o Estado. Mesmo assim, continua a alta ocupação dos leitos devido ao crescimento do número de casos.
Nos próximos dias, o Hospital João Machado deve ser o maior hospital covid de Natal. Ontem à noite foram abertos no hospital, via Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), 5 leitos de Cuidados Intensivos (UCI) e estão previstos para a próxima semana mais 10 leitos de UTIs, por meio de empresa contratada pelo Governo. Além desses, a unidade já conta com 11 leitos (10 clínicos e 1 estabilização).
Os registros da Sesap confirmam hoje 769 pessoas internadas, sendo 357 em leitos críticos. A superlotação é confirmada pela taxa de ocupação de leitos – 100% em Pau dos Ferros (região Alto Oeste) e Guamaré (região do Mato Grande); 97,7% região Oeste; 98,9% Natal e Grande Natal; 74% no Seridó.
A fila de regulação – pessoas que aguardam internação em leitos exclusivos Covid – reforça a gravidade da situação. Hoje pela manhã, 82 pacientes estavam reguladas para leitos de UTI e semi-uti, sendo 8 com prioridade 1 e 74 com prioridade 2.
Os dados epidemiológicos atestam 16.039 casos confirmados, 24.601 suspeitos, 25.201 descartados, 693 óbitos (3 nas últimas 24 horas) e 109 óbitos em investigação.
Petrônio Spinelli, secretário adjunto da Sesap, reforçou a divulgação dos dados e ações do Governo para o enfrentamento da pandemia. “O momento continua sendo de ampliar parcerias, Governo, municípios, instituições privadas, setor produtivo e a população para reforçar o isolamento social e Pacto pela Vida”. Ele também voltou a argumentar: “O quadro da pandemia hoje tem relação direta com o comportamento social dos últimos 14 ou 15 dias. E o comportamento de hoje refletirá nos próximos 15 dias”, frisou.
LEITOS POR REGIONAIS DE SAÚDE
Para localizar onde estão os leitos disponíveis, acesse o Portal RegulaRN em: bit.ly/RegulaRN.
O portal apresenta todos os leitos do RN, não apenas os leitos estaduais, e é atualizado em tempo real, a cada 5 minutos, portanto os dados podem variar de acordo com a disponibilidade imediata.
Dados atualizados na manhã de 19/06/2020, disponíveis por Unidades Regionais de Saúde Pública (URSAPs):
1° Região – Agreste
Total aberto na pandemia = 11 leitos (7 clínicos e 4 de estabilização)
2° Região – Oeste
Total aberto na pandemia = 120 leitos (50 UTI adulto | 3 UTI ped | 62 clínicos | 5 estabilização)
3° Região – Mato Grande/Salineira
Total aberto na pandemia = 10 leitos (2 UTI | 6 clínicos | 2 estabilização)
4° Região – Seridó
Total aberto na pandemia = 41 (27 UTI | 14 clínicos)
5ª Região – Trairi/Potengi
Total aberto na pandemia = 6 leitos (4 clínicos | 2 estabilização)
6° Região – Alto Oeste
Total aberto na pandemia = 10 leitos (6 UTI | 4 clínicos)
7ª Região – Metropolitana de Natal
Total aberto na pandemia = 181 (104 UTI | 74 clínicos | 3 estabilização)
8ª Região – Vale do Açu
Total aberto na pandemia = 6 leitos (4 clínicos | 2 estabilização)
Total de leitos abertos pelo Governo do Estado: 385 (193 clínicos e estabilização | 192 UTIs)
Estimativa de população infectada em Belo Horizonte subiu para mais de 50 mil pessoas entre os dias 8 e 12 de junho
O Boletim de Acompanhamento nº 06/2020 do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, que traz resultado das amostras de esgoto coletadas nos sistemas de esgotamento sanitário das bacias do Arrudas e do Onça, em Belo Horizonte e Contagem (MG), aponta novo crescimento na detecção do COVID-19 no esgoto. Com resultados das amostras coletadas de 8 a 12 de junho, o boletim aponta que, pela primeira vez, 100% das amostras de esgoto da bacia do Arrudas testaram positivo para a presença do novo coronavírus.
Nessa bacia os percentuais de amostras positivas já haviam aumentado de 71% para 86% nas semanas anteriores do projeto, conduzido pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Na bacia do Onça, por três semanas consecutivas, 100% das amostras resultaram positivas para a presença do novo coronavírus, segundo o boletim.
A estimativa de população infectada também aumentou na mais recente semana de coletas, chegando a 11,7% da população atendida por uma das sub-bacias de esgotamento analisadas, em um dos pontos de coleta. Na semana anterior (de 1º a 5 de junho), dados do mesmo ponto de coleta permitiam estimar que 6,9% da população atendida estaria infectada pelo novo coronavírus, causador do COVID-19.
Esse aumento indica que mais de 50 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, conforme carga viral identificada nas amostras coletadas entre 8 e 12 de junho. Esta população equivale a aproximadamente 2,5% de toda a população interligada aos sistemas de esgotamento e tratamento das bacias do Arrudas e do Onça. Na semana de coleta anterior, estimava-se em mais de 20 mil pessoas infectadas nas regiões pesquisadas.
“Os resultados e as estimativas com base no monitoramento do esgoto indicam tendência de aumento expressivo da população infectada pelo novo coronavírus em Belo Horizonte. Portanto, medidas de prevenção e controle para evitar a disseminação do vírus deveriam ser intensificadas” afirmam os pesquisadores, no boletim.
Sobre o projeto-piloto
O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão.
O trabalho, que terá duração inicial de dez meses, é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG. Com a continuidade dos estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.
Os pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.
Com os dados obtidos, será possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do isolamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência do COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.
Futuramente os resultados preliminares da pesquisa serão divulgados na forma de mapas dinâmicos, que possibilitarão acompanhamento da evolução espacial e temporal da ocorrência do vírus.
Outras ações de comunicação do andamento dos trabalhos também estão em curso. No dia 22 de maio foi realizado o webinar COVID-19: Monitoramento do Esgoto como Ferramenta de Vigilância Epidemiológica. O vídeo com as palestras e as apresentações está disponível no canal da ANA no YouTube.
Sobre os parceiros do projeto-piloto
ANA
Criada pela Lei nº 9.984/2000, a ANA é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a Agência Nacional de Águas emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis/UFMG
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.
IGAM
Criado em 1997, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Integra o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) na esfera federal. Na estadual, faz parte do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA). Entre as responsabilidades do IGAM estão a proteção, gestão e controle dos recursos hídricos; monitoramento da qualidade da água; autorização e acompanhamento de obras que interferem nos cursos d’água; emissão de alertas de tempestades; fiscalização, monitoramento e elaboração de relatórios técnicos.
COPASA
Criada pelo Estado de Minas Gerais, em 1963, com a denominação Companhia Mineira de Água e Esgoto (COMAG), em 1974, com a incorporação do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (DEMAE), teve o nome social alterado para Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).
Com sede em Belo Horizonte, a Companhia é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, controlada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, que tem como objetivo planejar, projetar, executar, ampliar, remodelar, administrar e explorar serviços públicos de abastecimento de água e de esgoto, podendo atuar no Brasil e no exterior.
Atualmente, a COPASA detém a concessão do sistema de abastecimento de água de 641 municípios, sendo que destes, também, detém a concessão do sistema de esgotamento sanitário de 311 municípios mineiros.
SES-MG
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é responsável pela gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Estado. Além disso, uma das metas da SES-MG é apoiar os municípios no processo de planejamento, fortalecimento e gestão do SUS para o desenvolvimento de políticas de saúde focadas no cidadão e em consonância com as especificidades regionais, com transparência e participação social. Para outras informações sobre saúde, acesse: www.saude.mg.gov.br.
A decisão exigirá mais cautela dos empregadores que poderão ser responsabilizados caso o empregado seja contaminado.
Com a decretação do estado de calamidade pública no país, em razão da pandemia pelo coronavírus, as relações pessoais e trabalhistas foram diretamente impactadas, e assim passaram a ser editadas diversas medidas provisórias para tentar regular a situação.
Dentre as medidas editadas, destaca-se a MP 927/2020 e 936/2020 que flexibilizaram as relações trabalhistas durante o período de pandemia. Ocorre que em decisão plenária o Supremo Tribunal Federal suspendeu a eficácia dos artigos 29 e 31 da Medida Provisória 927, que se referem aos critérios para definir a COVID-19 como doença ocupacional, que se equipara ao acidente de trabalho.
Tal entendimento acarreta uma série de desdobramentos tanto para os empregados como empregadores. A Dra. Sabrina Rui, advogada empresarial, explica “em razão da decisão caso os empregados, se contaminem, passam a ter acesso imediato a benefícios como auxílio-doença, e ficam amparados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)”.
No entanto, a Dra. chama a atenção para as consequências que tal decisão podem acarretar sobre os empregadores, “que devem mais do que nunca, adotar os procedimentos e medidas que visam preservar a saúde de seus colaboradores”, tais como identificação de riscos, histórico ocupacional, escalas de trabalho, orientação e fiscalização sobre adoção de medidas relacionadas à saúde e segurança, sobretudo a higienização, entrega de equipamentos de proteção individual (EPI’s), dentre outras medidas que se façam necessárias.
Ainda, reforça a Dra. Sabrina que a decisão recente do STF deve ser analisada em conjunto com as normas já existentes no país, atentando-se em especial com revogação da Medida Provisória 905/19 no final do ano passado, que extinguiu o acidente de percurso, ou seja, o acidente ocasionado na ida e volta do trabalhador para a empresa; “Neste caso, se o trabalhador entender que sofreu eventual contaminação pela Covid-19 neste trajeto, dentro do transporte público, por exemplo, tem a seu favor a presunção de nexo causal com as atividades laborais e assim, será considerada a doença como acidente do trabalho” apresenta.
A profissional finaliza, “assim torna-se imprescindível que as empresas adotem protocolos de saúde e informação para com seus colaboradores, afim de minimizar riscos futuros de eventuais demandas trabalhistas e indenizatórias”.
E sua empresa já criou os protocolos para essa nova fase laboral? Nós da SR Advogados Associados estamos preparados para auxiliá-los nestes protocolos.
Serviço: Dra. Sabrina Marcolli Rui
Advogada em direito tributário e imobiliário
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SR Advogados Associados
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(41) 3077-6474
Rua Riachuelo, nº 102 – 20º andar – sala 202, centro – Curitiba.
Por Alcione Belache, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk*
A pandemia do novo coronavírus COVID-19 tem suscitado um grande debate entre os gestores públicos mundiais e os especialistas em saúde e em economia: como promover a adequada segurança sanitária e, ao mesmo tempo, reduzir ao máximo os efeitos negativos da crise econômica colateral nas nações ao redor do globo?
Dentro dessa discussão, há uma questão que paira sobre o setor produtivo mundial: como dinamizar as atividades econômicas com segurança, de modo a manter os negócios operando e as pessoas com emprego e renda, preservando, simultaneamente, a saúde da população?
Após o momento mais crítico da atual pandemia mundial, a fonte solar fotovoltaica será, certamente, uma ferramenta estratégica para o rápido reaquecimento das economias do mundo e, especialmente, do Brasil, país com um dos maiores potenciais solares do planeta. Trata-se da fonte renovável com o maior potencial de geração de empregos e renda no planeta. Para cada novo megawatt (MW) instalado, a solar gera de 25 a 30 novos postos de trabalho, a maioria deles localizados nas regiões em que os sistemas são instalados.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency – IRENA), a fonte solar já é responsável por mais de um terço dos mais de 11 milhões de empregos renováveis do mundo. Outro diferencial é que estes postos de trabalho são ocupados por profissionais qualificados, com formação técnica e superior, além dos rendimentos serem maiores do que a própria média salarial brasileira.
Por estes fatores, o setor solar fotovoltaico é reconhecido como uma potente mola propulsora do desenvolvimento, trazendo mais renda e poder de compra para as famílias brasileiras, além de gerar mais caixa para as empresas com a economia nos custos operacionais. A solar também aumenta a arrecadação dos governos, ajudando a recuperação dos cofres públicos, reduzidos pelas necessárias medidas de combate à COVID-19.
Para aliviar os efeitos da crise econômica decorrente do combate ao coronavírus COVID-19, a ABSOLAR apresentou ao Governo Federal e ao Congresso Nacional a proposta de criação de um programa emergencial para instalar sistemas solares fotovoltaicos em consumidores de baixa renda com tarifa social. Também propôs à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a permissão de doação dos créditos excedentes da geração distribuída às instituições de serviços essenciais que atuam no combate ao novo coronavírus, como hospitais e centros de saúde.
Não há como negar os impactos da pandemia para a economia brasileira e, consequentemente, ao setor fotovoltaico. Distribuidores de equipamentos solares relatam reduções entre 60% e até 90% no faturamento durante os primeiros 30 dias de isolamento, em comparação com janeiro ou fevereiro de 2020. Estes impactos variam conforme a região do País, pois o Brasil possui dimensões continentais e nem todos os lugares são afetados na mesma intensidade.
Por outro lado, também não se pode negar o papel propulsor da fonte solar fotovoltaica, inclusive na história recente do Brasil. Nas crises econômicas de 2015 e 2016, o produto interno bruto (PIB) do País foi de -3,5% ao ano, mas o setor solar fotovoltaico cresceu mais de 300% ao ano, no mesmo período. Agora, mesmo considerando o período de crise aguda na economia brasileira e mundial, o setor solar fotovoltaico deverá crescer, tanto em termos globais quanto no próprio Brasil, apesar de fazê-lo em patamares menores que os previstos inicialmente.
No total acumulado, a solar já trouxe mais de R$ 26,8 bilhões em novos investimentos privados ao País, tendo gerado cerca de 130 mil empregos desde 2012. A fonte acaba de ultrapassar a marca de 5 gigawatts (GW) de potência operacional no Brasil, somadas as usinas de grande porte e os pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos.
Como os dados demonstram, a solar poderá ajudar, e muito, a retomada da economia e dos empregos do País. A exemplo do que já fez pela sociedade brasileira no passado próximo, a energia solar fotovoltaica está preparada para alavancar a recuperação do Brasil, tanto em termos econômicos quanto sociais e ambientais.
*Alcione Belache é CEO da Renovigi
*Rodrigo Sauaia é CEO da ABSOLAR
*Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR
Especialista orienta sobre o que evitar e como preparar um espaço que ajude na concentração e no bem-estar físico e psicológico
De acordo com uma pesquisa da consultoria Betania Tanure Associados (BTA), divulgada recentemente, 43% das empresas do Brasil estão com seus funcionários trabalhando em casa, pelo menos durante a fase da pandemia do Coronavírus. Das 359 empresas entrevistadas, 60% delas adotaram o home office. Uma das principais preocupações dos especialistas é a saúde mental das pessoas devido ao isolamento social. Este mês, a revista científica The Lancet, publicou uma revisão de artigos e estudos sobre os efeitos psicológicos da quarentena durante a epidemia da SARS (Síndrome Respiratória Aguda), em 2002. O levantamento apontou que 29% das pessoas apresentaram estresse pós-traumático (TEPT) e 31% tiveram depressão após o isolamento.
Uma outra pesquisa, também publicada na The Lancet, e realizada na Califórnia (Estados Unidos) com 398 adultos, analisou o comportamento psicossocial das crianças e pais diante de desastres de pandemia. Todos os entrevistados passaram por momento de reclusão e a pesquisa mostra que 30% das crianças apresentaram sintomas de estresse pós-traumático (TEPT) e 25% dos pais também passaram ela mesma situação, resultando no aumento de quadros de depressão. Dentre os principais sentimentos relatados estavam o medo (20%), o nervosismo (18%) e a tristeza (18%).
“Precisamos ter consciência de que somos impactados pelos ambientes que frequentamos, principalmente, por meio dos nossos sentidos. Consequentemente isso vai influenciar no nosso comportamento. Podemos, por exemplo, criar sensações agradáveis por meio da decoração, para que as pessoas da nossa casa sintam-se acolhidas nesses ambientes, bem como usar um aromatizador relacionado com a natureza, pisar na grama e ouvir músicas que te façam sentir mais calmo”, explica Priscilla Bencke, especialista em neurociência aplicada à arquitetura da Qualidade Corporativa.
De acordo com Priscilla, vale inclusive preparar ambientes e situações dentro de casa que proporcionem memórias positivas para a família, apesar de ser um cenário de muita dificuldade. “Há um tempo foi realizada uma pesquisa pelo Happiness Research Institute, da Dinamarca, no qual pediu-se às pessoas para descreverem uma memória feliz. E nas respostas identificou-se padrões em quase todas elas, como 62% terem ligação direta com aspectos multissensoriais e 56% emocionais. Essa fase da quarentena vai ficar marcada na memória das pessoas, mas a decisão sobre como isso vai ser lembrado depende da emoção que cada um de nós vai dar para esses momentos em família. Se conseguirmos oferecer espaços multissensoriais em casa, por exemplo, podemos trabalhar isso de forma estratégia e contribuir com a formação de memórias positivas”, explica.
Natureza e a iluminação natural
A necessidade de qualquer ser humano é a conexão com a natureza. Pesquisa da Human Spaces comprova que distribuir folhagens e plantas próximas ao espaço de trabalho aumenta em 15% a sensação de bem-estar, 15% a criatividade e 6% a produtividade. A vegetação pode ser criada virtualmente através de imagens, quadros, telas com projeções de imagens ou revestimentos que simulam madeira, pedras e plantas. Além de ser econômico é bem fácil de aplicar no ambiente”, evidencia a arquiteta.
Outro detalhe importante é sobre quem permanece muito tempo em ambientes fechados com ausência de luz natural. Segundo Priscilla Bencke, ficar por longos períodos nesses locais faz com que a pessoa não perceba o passar do dia, desconectando-se do seu relógio biológico. Como resultado pode haver uma dificuldade maior na hora de descansar ou dormir, ocorrendo a temida insônia e que impacta diretamente na produtividade e na saúde. Janelas com vista para a ‘natureza’ ajudam nesse ponto e contribuem, inclusive, para diminuir a frequência cardíaca e reduzir as questões de estresse.
Ergonomia
“Um dos problemas é não se atentar ainda aos limites físicos, como os de postura, e até mesmo psíquicos, transformando o excesso de trabalho em estresse, bem como muitas horas na mesma posição”, alerta a arquiteta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% das dores lombares resultam em problemas mais sérios causando incapacidade funcional e diminuição da produtividade.
Apesar de ser um home office temporário – para muitos – é fundamental alguns cuidados. “O ideal para um ambiente de trabalho home office é escolher cadeiras que possuem pelo menos três funções básicas: regulagens de alturas do assento e do braço, além de encosto com o apoio para a lombar. Caso a pessoa não tenha esse tipo de cadeira em casa ela pode escolher um assento que permita encostar a lombar na cadeira e deixar a coluna reta. E, de preferência, que tenha apoio para os braços”, indica a arquiteta Priscilla Bencke.
Outra dica é para a maioria dos profissionais que trabalha em casa e utiliza o notebook. “Muitas horas de trabalho podem causar desconfortos físicos. Para evitar que esses problemas influenciem na qualidade de vida acrescente um suporte para notebook com mouse e teclado externo. Dessa forma, vai ser possível trabalhar numa postura adequada sem queixas e com mais produtividade. Quem não tem o suporte para notebook pode utilizar temporariamente livros para criar uma altura que deixe o notebook na direção dos olhos, permitindo uma postura correta”, aconselha Priscilla.
Home office x higienização das superfícies contra o Coronavírus
Segundo Caroline Berg, otorrinolaringologista, em decorrência do atual cenário do Coronavírus, alguns cuidados são fundamentais para manter a saúde no espaço de trabalho em casa. “Higienização das mãos, de preferência, com água e sabão. Nas superfícies, use pano embebido em álcool gel, pois ele não evapora tão rápido. Máscara só deve ser usada por quem está doente. E evite colocar a mão no rosto. O uso somente da luva, sem o cuidado das roupas, dos óculos, do cabelo, não adianta em nada”, destaca a médica.
Segundo estudo, publicado pela revista científica “The New England Journal of Medicine”, o novo coronavírus chega a permanecer por longos períodos em superfícies como plástico (até 72 horas); aço inoxidável (48 horas); papelão (24 horas); alumínio e o cobre, como as moedas (cerca de quatro horas); vidro (até quatro dias). A recomendação, portanto, é que de acordo com os estudos que estão sendo feitos, o coronavírus pode ser inativado em um minuto se for feita a higienização correta das superfícies, usando álcool em gel 70% ou 0,5% de água oxigenada, ou ainda água sanitária contendo 0,1% de hipoclorito de sódio. Todos são produtos de limpeza doméstica comuns e podem ser encontrados no supermercado.
Outra orientação do Ministério da Saúde é sobre o cuidado ao andar de elevador. É preciso atenção ao apertar botões, e deve-se entrar uma pessoa de cada vez. Ao fazer aquela saída rápida para ir à farmácia ou supermercado, não ligue o ar condicionado e ande com as janelas abertas. Esta dica vale, inclusive, para as janelas da casa, que devem permanecer abertas o maior tempo possível para ventilar a casa. O órgão do governo recomenda ainda que as pessoas mantenham distância de até um metro (cerca de 3 passos).
Para concluir, Priscilla compartilha maios algumas dicas. “Primeiro de tudo, procure um local reservado na casa que ajude a evitar distrações, inclusive em relação a celulares e redes sociais. Se for possível combine com a família de ser interrompido somente em casos de emergência. Vale até mesmo adotar um visual mais “formal”, como se você estivesse no trabalho, para que todos entendam que você está num momento que exige tranquilidade e concentração. Além disso, invista em espaços de descompressão, como a sala, a cozinha ou outros ambientes compartilhados da casa, para ir durante os intervalos e para que possa interagir com a família.
Priscilla Bencke é arquiteta certificada em Neuroscience for Architecture (EUA), especialista em projetos para Ambientes de Trabalho, consultora internacional de Qualidade em Escritórios pela instituição alemã Mensch&Büro die Akademie, pós-graduanda em Neurociências e comportamento pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS), pós-graduada em Arquitetura de Interiores pela UniRitter Laureate International Universities e graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É responsável pela “Bencke Arquitetura” e “Qualidade Corporativa: Smart Workplaces”, sendo pioneira na aplicação do conceito em projetos de “escritórios inteligentes”. No Brasil, tem realizado cursos e formações de profissionais, sendo a única representante da Mensch&Büro die Akademie na América. Já esteve presente em conferências como Orgatec New Visions of Work, na Alemanha; Worktech, em São Paulo, e a ANFA Conference (Academy of Neuroscience for Architecture), nos EUA, onde recebeu a oportunidade de expor o trabalho realizado no Brasil sobre os grupos que organiza para debater a neuroarquitetura.
Países precisam investir em políticas públicas de proteção de áreas ambientais e contenção do tráfico ilegal de animais silvestres
Em meio a tantas discussões decorrentes da pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), cientistas alertam que a razão para o surgimento desta e de outras doenças infecciosas está, em grande parte, na interferência humana na natureza, de forma desordenada.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 61% dos organismos causadores de doenças em seres humanos são transmitidos a partir de animais. Além da Covid-19, a Aids, a H1N1, a Sars, a Mers e o Ebola são outros exemplos de zoonoses. No Brasil, o caso mais famoso é o vírus da Zika, que causou um surto no país em 2018.
“Há uma forte ligação entre a degradação do meio ambiente e a proliferação de zoonoses. O desmatamento das florestas nativas, para fins de mineração ou transformação em grandes áreas de agricultura e pastagens, provoca profundo impacto na fauna, flora e também nos vírus neles abrigados. A destruição do equilíbrio natural que mantinha a circulação de vírus em baixa intensidade, modifica as interações entre os animais silvestres e seus próprios patógenos e facilita o estabelecimento de pontes epidemiológicas de animais silvestres para animais e para os homens”, explica a pesquisadora Leide Takahashi, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).
De acordo com Takahashi, a sociedade precisa compreender rapidamente os efeitos da degradação ambiental no longo prazo. “A notícia boa é que essa crise nos mostrou, e vem nos mostrando cada vez mais, que a ciência é peça-chave para a prevenção dos nossos maiores problemas”.
A opinião é compartilhada pelo biólogo e cientista Braulio Dias. De acordo com ele – que é membro da RECN e ex-secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica – os países precisam aproveitar as diversas pesquisas que foram e têm sido feitas sobre o assunto para investir em políticas públicas de proteção de áreas ambientais e contenção do tráfico ilegal de animais silvestres.
Um estudo publicado no final do ano passado na revista Science revelou que 5.579 tipos de aves terrestres, mamíferos, anfibios e répteis escamados são comercializados no mundo, o que equivale a 18% de todas as espécies conhecidas. O pangolim, que pode ter sido o vetor de transmissão do coronavírus para humanos, é o mamífero mais traficado do mundo.
Para Dias, é imprescindível que, além de aumentar a fiscalização em áreas de degradação ambiental, como a Amazônia, os países precisam estabelecer regras e normas adicionais para o funcionamento de mercados que vendem carne animal de origem silvestre, evitando a comercialização de produtos sem inspeção sanitária ou de origem ilegal. “Esse é o tipo de argumentação que deve ser feita justamente agora, enquanto os impactos da crise ainda estão vivos na mente das pessoas. O custo da prevenção de pandemias é infinitamente menor do que lidar com seus efeitos”.
Sobre a Rede de Especialistas: A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br
O combate ao coronavírus gera dúvidas sobre os processos corretos de higiene para evitar a sua disseminação. Algumas delas têm sido muito faladas, como lavagem das mãos e limpeza doméstica. Entretanto, os cuidados com as roupas usadas na rua, principalmente em locais de aglomeração como mercados e farmácias, também geram preocupação.
A contaminação do vírus no organismo acontece, efetivamente, pela boca, nariz e olhos e o contato com peças contaminadas pode colocar em risco a saúde das pessoas. Para evitar qualquer possibilidade de transmissão, é necessária a lavagem das roupas usadas na rua ou em área de contágio o quanto antes.
Lavar roupas em tempos de coronavírus continua da mesma forma. “Não é necessário buscar por nenhum produto específico para a lavagem das peças, nem mudar o processo, como deixá-las de molho, quando se usa a máquina. O sabão em pó ou líquido comum, já usado antes, é suficiente para fazer a higienização”, explica André Karadi, engenheiro químico e analista do negócio de Home Care da BASF.
Se possível e sua máquina incluir essa opção, Karadi recomenda usar o modo mais quente de lavagem e que a secagem também seja feita em altas temperaturas ou quando o sol estiver a pino.
Existem algumas indicações caso a roupa seja lavada à mão. Karadi recomenda que fiquem de molho em uma bacia durante cinco minutos antes do processo seguir normalmente. Se usado sabão em barra, passe o produto nas roupas e deixe agir por um tempo também.
As peças vindas da rua podem ser lavadas junto com outras usadas em casa. No entanto, André alerta que devem ser limpas o quanto antes para evitar que contaminem outras roupas e ambientes. “Ao chegar em casa, é recomendado também tomar banho para eliminar qualquer contaminação do vírus que tenha sido feita pelo contato com a roupa”, aconselha o técnico.
Para manusear essas peças vindas da rua, é importante se proteger usando luvas ou lavar as mãos imediatamente depois do contato. E, para garantir que não haja a contaminação, limpe o cesto que depositou essas roupas antes de serem lavadas.
Fabrício Ormeneze Zanini é diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI). Créditos: Divulgação
*Fabrício Ormeneze Zanini
Num cenário tradicional, diz-se que uma cidade pode ser considerada inteligente quando a gestão do município está voltada para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos, por meio da alta eficácia de serviços, como transporte, comunicação e entrega de recursos, sempre tendo como aliada a tecnologia. Mas, e quando tudo isso é colocado à prova de uma maneira inesperada e com reflexos imprevisíveis? Era possível nossas cidades estarem mais bem preparadas para esse momento de pandemia, quando tantas respostas, em tantos setores, são cobradas? Será que mesmo aquelas consideradas inteligentes se comportaram como o esperado?
A declaração dada pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no dia 20 de abril, à rádio Difusora Pantanal, fazendo referência à organização e informatização do SUS em Curitiba foi enfática: “É um sistema muito organizado, com um sistema de informática muito bem feito.” Na avaliação dele, esses pontos seriam fundamentais na estratégia de ações contra o novo coronavírus.
A fala do ex-ministro traz à tona a discussão de como o desenvolvimento planejado das cidades inteligentes pode colocá-las em vantagem em momentos de graves crises ou pandemias. Com a Covid-19 e a corrida para a adaptação ao novo modelo de vida imposto à sociedade, aquelas que já pensavam em um futuro conectado largaram na frente.
Curitiba foi a primeira capital do Brasil a usar a videoconsulta para atendimento de pessoas com suspeita de Covid-19. O objetivo foi reduzir o fluxo de pacientes nas unidades da rede municipal e tentar assim evitar a transmissão. Para isso, foi necessário um sistema robusto de suporte. Fica claro que, em um momento de pandemia, a luta dos profissionais de saúde deve receber o apoio dos profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
Outras cidades do País, bem posicionadas no ranking Connected Smart Cities, também têm conseguido controlar os índices de transmissão e mortes pelo novo coronavírus até o momento.
A preocupação em manter uma gestão integrada e com soluções rápidas e práticas para o cidadão é essencial, com ou sem pandemia. Aos gestores que pensaram em formas de integrar setores, facilitar o acesso à informação e aproximar a tecnologia do formato de gestão de uma cidade, o caminho para soluções se torna mais ágil e pode-se contar com uma equipe habituada a enfrentar novos desafios no campo da criatividade e inovação. Em contrapartida, aos que esperaram a chegada do problema para planejar soluções, a jornada será ainda mais longa e árdua.
A pandemia nos permitirá traçar novos conceitos de cidades inteligentes. Será preciso repensar como encararemos a mobilidade, a educação, a saúde, o trabalho e as relações sociais. Passada essa grande crise e todos os desdobramentos que ela ainda trará, ficarão o aprendizado e as lições de casa não apenas para governantes, mas também lideranças de todos os setores. É preciso integrar tecnologias como big data, IoT, inteligência artificial e machine learning a áreas essenciais do funcionamento dos municípios, caminhando lado a lado e com esse novo cidadão no centro das atenções. Só então saberemos onde estarão as cidades inteligentes.
*Fabrício Ormeneze Zanini é diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).
Desde o surgimento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, este sem dúvida tem sido um dos assuntos mais comentados no mundo todo, tanto nas redes sociais como nos meios de comunicação em geral. Isso se dá pelo fato da doença está impactando todo o planeta em diversas áreas, trazendo dessa forma, transformações de cunho social, econômico e político.
O mundo mudou. Hoje temos uma nova realidade a qual temos que nos adequar, ao menos por algum um tempo. Antes podíamos ir, vir, e ter uma rotina bem diversificada que se dividia entre trabalhar e sair com amigos, ir a festas, viagens, entre outras coisas mais. Hoje, a frase que mais ouvimos das autoridades da saúde e líderes mundiais é ‘Fique em casa!’. Por causa do Covid-19 fazer as atividades descritas anteriormente não é aconselhado pelos especialistas da área.
Um lado bom de toda essa problemática é que as pessoas passaram a conviver mais em casa com familiares. Pais, passam mais tempos com seus filhos. Cônjuges têm mais oportunidade de se conheceram melhor, de fazerem tarefas diárias juntos. As pessoas puderam ler um livro, ver um filme, ouvir música e até conversarem mais. A pandemia de Covid-19 fez o mundo parar. Contudo, tal parada vem acompanhada de um outro olhar social, mais ligado ao propósito e à ajuda ao próximo.
Por outro lado, devido a quarentena e o isolamento social, a produção de consumo e serviços e produtos também foi afetada e consequentemente reduzida, pelo fato das pessoas precisarem se prevenir do vírus, que sabemos é altamente contagioso e possui uma rápida propagação entre as pessoas.
Empresas precisaram se reinventar já que em meio ao isolamento, fazer compras de uma forma presencial parece uma realidade cada vez mais distante. Buscando evitar a contaminação, as pessoas estão preferindo por fazer compras online, e é óbvio que isso também inclui os itens de farmácia.
Diante desse cenário, a Drogaria São Paulo traz tudo sobre o Coronavirus. Dentre os assuntos estão as orientações do Dr. Drauzio Varella, como se prevenir, últimas notícias e as perguntas mais frequentes sobre a COVID-19.
O Brasil e o mundo lidam nas últimas semanas com a pandemia da COVID-19, causada pelo novo Coronavírus, que, infelizmente, vem fazendo milhares de vítimas em diferentes países, e deve ter consequências negativas, ainda difíceis de mensurar, para quase todos os segmentos econômicos.
O setor do agronegócio que é um dos arrimos da economia do país, também será afetado. Incertezas sobre os níveis de consumo e preços, custos e disponibilidade de insumos (importados da China e cotados em dólares), escassez de contêineres e de capital de giro afetarão as diversas cadeias do agro em medidas diferentes, dependendo das suas características de sazonalidade, modelo de produção, logística e mercado.
Os sintomas da Covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais graves na população mais idosa. Esse fato cria um risco desproporcional na cadeia do agronegócio brasileiro: o conjunto das pessoas acima de 60 anos representa 20% da força de trabalho total do Brasil, mas 34% da força de trabalho do setor agropecuário. Nos sete estados mais importantes para a produção agropecuária (São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraná e Mato Grosso) a participação média da mão-de-obra nessa faixa etária é exatamente o dobro da observada na força de trabalho geral do país. E isso poderá prejudicar a produção com o passar do tempo e a evolução da pandemia.
Em culturas menos mecanizadas ou mais dependentes de trabalhadores safristas, como o café e a laranja, os reflexos do isolamento social já estão sendo sentidos.
Sugestão – População em risco na produção agrícola
[% de trabalhadores rurais com mais de 60 anos por Estado]
O agronegócio brasileiro é bastante dependente da China, não apenas como principal mercado, mas também como principal fornecedor de insumos críticos para a produção, como o defensivo glifosato.
O país asiático também é responsável por 46% da produção global e 33% das exportações de fertilizantes fosfatados. A província de Hubei, cuja capital Wuhan foi epicentro da disseminação da Covid-19, responde por cerca de 15% da produção mundial do insumo. A janela de compras de insumos no Brasil se dá, normalmente, entre maio e agosto e o impacto para as empresas brasileiras dependerá do nível dos estoques locais. No caso da compra de insumos, um real fraco joga contra o produtor.
Outro elo que certamente será impactado, é o de máquinas e equipamentos, que já observa a ruptura da cadeia de abastecimento de insumos de fabricação e sofre com as incertezas no ambiente de investimento e de crédito, além do adiamento de feiras importantes. O mercado terá que desenvolver um novo modelo comercial, pois aproximadamente 70% do faturamento do setor de máquinas agrícolas é realizado durante esses eventos.
Em apenas três dias, de 23 a 25 de março, a Jacto anunciou a redução da produção em suas seis unidades; enquanto a John Deere e a CNH Industrial, dona das marcas Casey e New Holland, comunicaram paralização das operações de suas fábricas no Brasil, por tempo indeterminado.
Na tentativa de aliviar o setor, bancos tentam facilitar a aquisição de máquinas, rever financiamentos de aquisição de equipamentos e ampliar linhas de créditos. Tudo para que o baque no setor seja amenizado.
Um ponto de atenção nesse momento é a logística, desde a porteira da fazenda até o cliente final, possivelmente, do outro lado do mundo. Nas últimas semanas, trabalhadores portuários ameaçaram paralisar atividades, com receio de contágio, enquanto caminhoneiros reclamaram da dificuldade de trabalho, com o fechamento dos locais para alimentação nas estradas.
De acordo com o levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o isolamento social, necessário para controlar a pandemia, tem interferido diretamente na exportação de frutas, já que uma parte das remessas eram feitas nos porões de aviões de passageiros e eles quase não têm decolado. Além disso, mais de 11 mil contêineres refrigerados que seriam usados para o transporte das frutas estão parados no porto de Shenzhen, na China. Mas são casos isolados; de um modo geral os embarques para as exportações têm acontecido com relativa normalidade e o governo brasileiro tem estado atento aos pleitos do setor.
O balanço da CNA mostra também que o fechamento de bares e restaurantes já afetam o mercado interno também, com queda de consumo e aumento das sobras e descartes nas centrais de abastecimento.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta que a maior parte das grandes economias do mundo sofrerá uma forte desaceleração econômica, em especial a China e os países exportadores de commodities que dependem do comércio com aquele país. Ainda é cedo para medir o efeito das medidas de alívio econômico que vêm sendo adotadas pelos governos ao redor do mundo, mas um alento para o agronegócio é que o setor não costuma sofrer com a mesma intensidade: mesmo nas crises, as pessoas precisam comer.
É verdade que alguns frigoríficos, por exemplo, já deram o sinal amarelo, com a paralisação das atividades de nove unidades de duas importantes empresas no setor, a JBS e a Minerva. O setor açucareiro também será pressionado, sobretudo em razão da forte queda dos preços do petróleo, que derruba os preços do etanol e, por consequência, da matéria-prima.
Em compensação, produtos como o café e o milho estão com preços até melhores na comparação com o ano passado. A soja, no mês de março bateu seu recorde histórico de volume mensal de embarques e chegou a ser negociada a mais de R$ 100/saca, em Paranaguá. O valor é mais de 20% superior ao preço no mesmo período em 2019, embora seja preciso observar que boa parte da diferença se deve à depreciação da nossa moeda frente ao dólar americano.
Em momentos de grande incerteza, como o que vivemos, é preciso habilidade para atuar simultaneamente em dois horizontes: o imediato e o de longo prazo. No curto prazo, o desafio dos produtores é priorizar a liquidez, reduzir custos e capital de giro, evitar descasamento de moedas e racionalizar investimentos.
No horizonte mais longo, a demanda por produtos agrícolas continuará sua trajetória de crescimento e o Brasil continuará sendo o país com maior competitividade e potencial de produção do mundo. O desafio é capturar as tendências de consumo, tecnologia e gestão e trabalhar os fundamentos do negócio, no presente, para estar ainda mais forte no futuro.
Robinson Cannaval Jr – Sócio fundador e diretor do Grupo Innovatech, Diretor executivo da Innovatech Consultoria, Formado em Engenharia Florestal pela ESALQ/USP, com especialização em Gestão estratégica de Negócios pela Unicamp e MBAs em Finanças e Valuation pela FGV.
Anthony Andrade – Especialista em estratégia e desenvolvimento negócios no setor agroflorestal. Consultor associado da Innovatech Consultoria. Formado em Direito pela Universidade Mackenzie e LL.M em mercado de capitais pelo Insper.
One hundred reais bill with disposable medical mask. Concept of the coronavirus epidemic in Brazil. Impact of the coronavirus pandemic on the Brazilian economy
(Crédito: Divulgação)
Não é de hoje que o Brasil sofre nas mão dos governantes brasileiros. Desde a época do império a nossa nação sofre com as mais intempéries decisões e esquemas de corrupção. Ano após ano, nós vemos as mesmas notícias na TV e nos veículos de comunicação, sempre desmascarando fraudes, rachadinhas e desvios de verbas.
Na area da saude nao e diferente, os 26 estados e mais o Distrito Federal sempre sofrem, seja com o Sistema Único de saúde (SUS), que é muito ruim ou com as mamatas que correm soltas. Atualmente, vivemos uma pandemia alarmante e muito assustadora, pois as unidades de Pronto atendimento e leitos estão muito defasados, vale lembrar que sem o Covid 19 já era muito ruim, e agora está pior ainda.
Como nada muda, podemos ver um caso que pode exemplificar tudo isso, que é sobre Wilson Lima, Governador do Amazonas, que pagou R$ 2,9 milhões a uma loja de vinhos por 28 ventiladores pulmonares para tratar de infectados pelo coronavírus. A pergunta sobre tudo isso é, Qual é a loja de vinhos vendem insumos para saúde?
Uma lei muito importante foi aprovada nas últimas semanas, pois para o combate ao coronavírus é necessário agilidade, e o congresso aprovou lei que dispensa as licitações nas compras. Entretanto, isso é a porta para a corrupção, como vimos acima no governo do Amazonas, que comprou equipamentos na loja de vinhos por 316% acima do praticado por cada equipamento.
De acordo com o Instituto Ética Saúde (IES), estima-se que pelo menos R$ 14,5 bilhões investidos na saúde são desperdiçados anualmente no Brasil. E a ocorrência de fraudes, corrupção e má gestão custam 2,3% de todo o orçamento destinado ao setor.
Além disso, no momento, o Governo está totalmente perdido, por inúmeros problemas de má gestão e com medo de sofrer impeachment. Agora para se ter uma ideia, o tema mais debatido não é o coronavírus e como será tratado, mas, sim, o depoimento de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e a aproximação de Bolsonaro com o centrão, que conta com Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto, velhos lobos da política.
No meio da corrupção e o jogo da velha política está o povo. Na verdade as classes C, D e E, estão lá no fundo das prioridades, na verdade essas pessoas estão morrendo nas filas dos hospitais e sem direito a um enterro digno.
Mas não se esqueça, logo vem as eleições e essas pessoas são agraciadas nos programas políticos, falam que fizeram isso e aquilo, porém esses são os mesmo que compram respiradores e insumos em lojas de vinho, e eles vão pedir o seu voto, mas não se esqueça!! Governantes matam mais que coronavírus!!!
Rodolfo Milone, Jornalista, 29 anos, com expertise na área da saúde, tecnologia, viagem, política e educação. Tem mais de quatro anos de experiência no segmento e em assessoria de imprensa. Já atuou em frente de diversas empresas conceituadas no mercado, como Johnson, Pfizer, Plugin Bot, Criteo, Pró- Saúde e entre outras.
Em meio à pandemia causada pela Covid-19, muitas adaptações estão sendo necessárias para respeitar o decreto de quarentena e assegurar a saúde dos trabalhadores. As empresas precisam mudar a rotina e aprender a lidar com a situação para não sair no prejuízo.
“Uma organização que cuida dos seus profissionais promove um ambiente de trabalho mais saudável para todos, desde as menores atitudes para evitar a contaminação”, conta Madalena Feliciano, gestora de carreira e CEO da Outliers Careers e IPCoaching.
Reforçar a higienização no local de trabalho, conscientizar os colaboradores, oferecer os materiais necessários (como máscaras e álcool em gel) para prevenir a propagação do vírus e cuidar da saúde emocional dos colaboradores e de suas famílias, são atitudes que podem ajudar a garantir a saúde de todos.
Já para os serviços que podem ser realizados em casa, o ideal é respeitar a quarentena. A decisão pode tomar um tempo para adaptação, explicando a nova rotina e provendo materiais de trabalho a quem não os têm em casa, por exemplo.
“Existem muitas ferramentas online para realizar reuniões, marcar tarefas e compartilhar os dados entre todos os funcionários, como se realmente estivessem no mesmo local”, afirma a especialista.
Com colaboração e disciplina nessa nova fase, a empresa que escolhe manter seus colaboradores de forma saudável sairá no lucro, independente da crise.
A pandemia do Covid-19 está mudando o mundo e deve remodelar a sociedade de forma duradoura. A educação, que tem respondido de maneira peculiar às restrições impostas pelo distanciamento social, não passará ilesa a esse processo e deve intensificar, em um futuro próximo, um uso mais sofisticado e flexível da tecnologia. A análise do Fórum Econômico Mundial sobre os possíveis impactos da pandemia na educação, revela uma mudança imediata: milhões de pessoas no planeta estão sendo educadas graças à brecha digital que trouxe novas abordagens pedagógicas via uso de tecnologias. Implementada como alternativa às salas de aula fechadas, essa via tecnológica conferiu inovação educacional a um setor que sempre resistiu aos ventos da mudança; sempre investiu em um modelo de aulas expositivas. A outra face dessa moeda – sobretudo em um contexto nacional –, é a possibilidade do aumento do gap digital, ou seja, a desigualdade socioeconômica pode ser exacerbada, tornando o acesso educacional de qualidade mais distante no Brasil. Por isso, é fundamental a atuação do poder público e de organizações da sociedade civil no combate a essa distorção.
Inspirado pelo relatório Three ways the coronavirus pandemic could reshape education, conduzido pelo Fórum Econômico Mundial – e como mestre em Educação pela Universidade de Stanford – eu me desafiei a pensar sobre qual será o possível legado dessa pandemia de coronavírus para a educação. Sob a constatação do maior uso da tecnologia, acredito que veremos, no mundo sem Covid-19, um maior número de escolas adotando do Ensino Híbrido. Para conceituar melhor, essa modalidade integra as melhores práticas educacionais off-line e online; em inglês, inclusive, é reconhecido pelo termo blended learning – em livre tradução, misturar o processo de aprender. Nessa metodologia, há momentos em que o aluno estuda sozinho, aproveitando ferramentas online; em outros, a aprendizagem acontece de forma presencial, valorizando a interação entre alunos e com o professor. Por inserir essas ferramentas digitais no processo de aprendizagem do estudante, esta estratégia tem se mostrado mais coerente com o estado da arte da educação. Os alunos deste século, os nativos digitais, estão imersos no mundo virtual – embora nem sempre com as competências e conhecimentos necessários para identificar seus riscos e suas oportunidades. É neste espaço digital que está a própria linguagem, a forma de expressão, as interações e, principalmente, as próprias fontes de informação. Neste sentido, o Ensino Híbrido traz para a sala de aula a realidade desta nova geração.
No livro Blended – usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação, os autores Michael B. Horn e Heather Staker abordam o Ensino Híbrido como a modalidade que mescla um ensino presencial com o virtual dentro e fora da escola; ambos acreditam que essa é uma das tendências mais importantes da educação de século XXI. Os autores defendem que não por acaso esse programa de educação formal tem se disseminado em redes de ensino ao redor do mundo: ele oferece aos alunos acesso a um aprendizado mais interessante, eficiente e personalizado; torna-se, ainda, a base de um sistema educacional centrado no aluno. Na perspectiva desse processo eficiente e personalizado de aprender, o Ensino Híbrido funciona como um motor que alimenta a inovação e aquisição de conhecimento dentro e fora da escola.
***NÃO USAR EXCLUSIVO EMPREENDEDOR SOCIAL*** RIO DE JANEIRO, RJ – 15 AGOSTO: Alunos usam a plataforma Geekie para melhorar seus estudos, e escolas publicas e particulares, no Realengo, no Rio de Janeiro, em 28 de julho de 2014. (Foto: Na Lata) – Geekie One Divulgação
Por que acredito que o Ensino Híbrido será um legado? Nesse momento que vivemos – no qual o presencial foi substituído pelo virtual –, ferramentas online como Hangouts Meet e Zoom têm servido a um momento síncrono e propiciado a facilidade na integração e troca maior entre alunos e professores; uma forma de vencer limitações impostas pelo contexto. Vimos escolas se adaptando, em uma verdadeira gincana, para minimizar o impacto do distanciamento social no processo de aprendizagem e no ano letivo dos estudantes. Esse fato deixou evidente que estabelecimentos de ensino conectados com soluções tecnológicas – com intencionalidade pedagógica, como defendemos na Geekie – têm mais capacidade de adaptação e também de adotar a mesma linguagem dos estudantes. A tecnologia, que assumiu esse papel importante mesmo em escolas mais tradicionais, poderá (e provavelmente irá) manter essa relevância na educação dentro da sala de aula.
Portanto, nesse exercício de enxergar o impacto da pandemia na educação no Brasil, acredito que deve haver a diminuição das aulas mais tradicionais e expositivas – elas devem ser substituídas por aquelas que trazem o estudante para o centro do processo de ensino; que são mais ativas; que falam a linguagem do estudante. Esse caminho só é contemplado pela maior presença da tecnologia com a intencionalidade pedagógica nas mãos dos professores, nas rotinas dos estudantes, no acompanhamento das famílias e no planejamento pedagógico e estratégico da gestão escolar. Na Geekie – empresa que se tornou uma referência em educação com apoio da tecnologia e inovação – o Ensino Híbrido é uma das bases de nossa proposta pedagógica. Isso porque, no momento em que o estudante está fora da escola, ele também conta com o apoio da tecnologia para manter o processo de aprendizado, ou seja, para dar continuidade a uma forma de assimilar – e se apoderar – de conteúdos que foram passados na sala de aula.
O aprendizado propiciado pelo Ensino Híbrido é mais personalizado, mais dinâmico. E, o mais importante, confere a pais e professores a possibilidade de acompanhar o processo de aprendizado e engajamento do aluno. A partir dessas evidências, os educadores conseguem fazer intervenções mais rápidas. Na Geekie, temos trabalhado diariamente com escolas para não deixar que ninguém fique para trás; impedir que exista o gap no aprendizado causado pelas aulas expositivas sequenciadas, que ignoram se o aluno atingiu ou não o objetivo de aprendizagem da aula anterior. Interessante notar que o contexto das aulas online – que levou a sala de aula para dentro de casa, forçaram as famílias a acompanharem mais de perto o processo de educação das crianças e adolescentes –, gerou uma aproximação maior. Os pais, hoje, podem assistir aulas dos professores, sabem o nível de engajamento dos filhos. Essa também é uma grande mudança! E é pouco provável que os pais, no futuro, abram mão de ter essa proximidade.
Sobre a experiência como um todo, posso dizer também que a pandemia está impulsionando o surgimento de uma nova geração de aprendizes, formada por pais, filhos e professores. Esse educador – que teve que se desafiar a usar a tecnologia e se adaptar a novas formas de ensinar – não vai abrir mão dessa conquista; esses pais e filhos, que se aproximaram via educação, também não. Que esse seja, então, mais um legado dessa pandemia. Que todos possamos partilhar da concepção de que somente a educação pode nos tornar pessoas melhores. Que essa seja a grande reflexão desse Dia Mundial da Educação.
| Claudio Sassaki é mestre em Educação pela Stanford University; graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) e cofundador da Geekie, empresa referência em educação com apoio de tecnologia no Brasil e no mundo.
Francisco Simi é cirurgião vascular Samantha Ciuffa/ Divulgação
Doença é gatilho para outras comorbidades, como arteriosclerose, diabetes e obesidade
Embora pertença a uma família de vírus conhecida pela ciência desde a década de 60, o novo coronavírus traz, ainda, muitas perguntas para serem respondidas, principalmente sobre os métodos eficazes de tratamento. O que se sabe, até agora, é que há grupos de riscos, especialmente pessoas com problemas cardiovasculares, que são, normalmente, aquelas com idade acima dos 60 anos.
Pesquisas recentes do Colégio Americano de Cardiologia revelam que 40% dos pacientes dos hospitalizados com resultado positivo para essa infecção por coronavírus apresentavam alguma patologia cardiovascular ou cerebrovascular prévia. Além disso, 6,7% deles manifestaram arritmia e 7,2%, uma lesão no miocárdio. De acordo com o cirurgião vascular Francisco Simi, a cardiopatia é uma doença comprometedora para o paciente.
“O sistema imológico do cardiopata é bastante sensível e é comum apresentar quadros constantes de inflamações crônicas, o que pode agravar o adoecimento. A predisposição deles para qualquer doença é muito alta, principalmente em casos clínicos virais. Por isso, pessoas com problemas cardiovasculares precisam, neste momento, praticar o isolamento social”, orienta.
Simi lembra também que a cardiopatia acarreta outras comorbidades, como a arteriosclerose, diabetes e obesidade. As secreções constantes desses pacientes também potencializam a porta de entrada para o coronavírus. “Em cardiopatas, as secreções da orofaringe são mais presentes e pode levar o vírus com mais rapidez para os pulmões. É nesse órgão que o vírus vai atuar prejudicando a respiração”, explica Simi.
CUIDADOS CONSTANTES
Os cuidados que os cardiopatas devem ter são os mesmos necessários para evitar a contaminação. Porém, devem ser redobrados. “Isolamento social é o principal. A higiene das mãos várias vezes ao dia e o uso de máscaras também são cuidados importantes. As máscaras caseiras são uma opção para quem não dispõe de outras e a lavagem adequada delas, com água e sabão, deve ser feita sempre”, orienta o médico.
IMUNIDADE
Com a quarentena, muitas pessoas estão isoladas dentro de casa, deixando inclusive de tomar sol. A vitamina D é um importante nutriente que age no equilíbrio do corpo, como na absorção do cálcio e fósforo, fortificando os ossos, músculos e, inclusive, os dentes.
“O sol é uma das fontes mais simples para absorvermos essa vitamina. Ela ajuda bastante na imunidade, por isso, mesmo na quarentena, é importante expor o corpo aos raios solares, de forma moderada. Uma caminhada pelo quintal ou sentar-se na sacada por alguns minutos, evitando as horas mais quentes do dia, contribui muito para que o nosso corpo produza esse nutriente”, reforça Simi. A vitamina D também está presente, em maior concentração, nos peixes de água salgada, carne vermelha, ovos, manteiga e leite.
Para reduzir a velocidade e a taxa de disseminação do novo coronavírus, são recomendadas ações que envolvem mudanças de hábitos simples. Entre elas, manter um afastamento de, no mínimo, dois metros de outras pessoas no supermercado, farmácia ou durante atividades necessárias fora do domicílio – atividades que não infringem a quarentena sugerida pelos especialistas. Mas você sabe por que essa distância em específico?
De acordo com a infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Juliana Oliveira, a orientação é baseada na densidade e na capacidade de alcance das gotículas expelidas por uma pessoa com sintomas respiratórios ao falar, ao tossir ou espirrar. “Quando falamos, tossimos ou espirramos, expelimos gotículas que podem conter e levar o vírus a outras pessoas”, explica. “No caso da tosse ou do espirro especificamente, essas gotículas podem atingir distâncias maiores do que as gotículas eliminadas na fala. Por isso, a exigência dos dois metros. Essa é uma distância segura para que não haja contato com essas gotículas, sejam elas expelidas da forma que for”, reforça.
Apesar da segurança dessa medida, é importante destacar que as mesmas gotículas podem decantar em alguma superfície e prosseguir oferecendo risco de contaminação. “Nestes casos, o vírus não apenas permanece vivo”, diz Juliana. “Nessa situação, ele se mantém capaz de contaminar por um período muito maior do que se estivesse em suspensão no ar”, completa.
Para evitar contato com o microrganismo, a higienização do ambiente e pessoal deve ser redobrada e priorizada. “O vírus é sensível ao álcool 70%, água e sabão e aos desinfetantes de uso rotineiro em nossas casas. Portanto, essas devem ser as bases dos produtos escolhidos na hora da higienização. Priorizando a lavagem das mãos com água e sabão e preparações alcoólicas em gel, assim como o uso de desinfetantes no ambiente”, enfatiza a médica.
Confira outras ações que ajudam a prevenir a contaminação e proliferação da doença, além, claro, de lavar as mãos sempre que possível:
Ao tossir ou espirrar, não cubra a boca ou nariz com a mão. A recomendação é usar um lenço, que deve ser imediatamente descartado após o uso, ou realizar essas ações com o antebraço ou cotovelo.
Nada de compartilhar objetos pessoais, como celular, copos, talheres e, até mesmo, notebooks.
Evite aglomerações.
Beijos, abraços e apertos de mão, por enquanto, devem ser substituídos por saudações sem contato físico.
HOSPITAL EDMUNDO VASCONCELOS
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Hospital Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.000 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 – Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o primeiro lugar no Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar na categoria Saúde – Hospitais, conquistado por três anos consecutivos, 2017, 2018 e 2019.
A regra aplicada aos contratos em geral é a da obrigatoriedade, ou seja, uma vez firmado pelas partes, o contrato não poderá ser modificado, a não ser que haja concordância de todos os seus signatários quanto à mudança do que foi ajustado. Essa regra, no entanto, comporta exceção que se dá justamente naqueles casos em que se verifica a ocorrência de algo inusitado, completamente surpreendente e que, por conta disso, faz com que o cumprimento do contrato acabe por não ser possível ou então gere a uma das partes um sacrifício desproporcional. Trata-se da denominada onerosidade excessiva.
Nos contratos de fornecimento, que podem ser de produtos ou serviços, haverá onerosidade excessiva quando o negócio jurídico não puder ser concretizado ou, podendo, venha gerar a uma das partes um sacrifício desproporcional e imprevisto.
Tal hipótese é facilmente verificada no caso da pandemia do COVID-19, pois poderá ocorrer de o vendedor ter dificuldades ou simplesmente estar impossibilitado de cumprir sua obrigação de fornecimento, ou, ainda, o comprador ficar impossibilitado de cumprir sua obrigação nas condições ajustadas, diante da paralização de suas atividades. Nessas situações absolutamente inesperadas (teoria da imprevisão) diante de um típico caso de força maior, não restará outra alternativa senão a repactuação do ajustado entre as partes ou a resolução do contrato, sem que incida eventual multa contratual. Nessa segunda hipótese deve-se avaliar os custos já incorridos pelas partes na esperada concretização do negócio. Se acaso não houver acordo, um terceiro (Poder Judiciário ou Procedimento Arbitral) é quem irá decidir sobre o necessário reequilíbrio contratual.
Autor: Marcelo M. Bertoldi é advogado e atua nas áreas do Direito Societário, Fusões, Aquisições, Direito Contratual e Contencioso, Arbitragem e Governança Corporativa. É sócio do escritório Marins Bertoldi Advogados.
Alexander Barroso, advogado criminalista e eleitoralista e CEO do escritório Alexander Barroso & Advogados
Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, procurador regional da república e ex-procurador regional eleitoral de São Paulo
A pandemia do novo coronavírus trouxe desafios para os governos de todo o mundo, no sentido de cuidados com a saúde coletiva e adoção de medidas de proteção social, diante da restrição da atividade econômica. No Brasil, a necessidade de prover um mínimo vital para os expressivos contingentes da população, por meio do oferecimento de alimentos, serviços ou recursos, apresenta-se imperiosa, até para evitar a convulsão social.
Ocorre que o novo coronavírus nos atinge em pleno ano eleitoral, no qual há restrições para a administração pública, com o objetivo de evitar o uso político-eleitoreiro dos recursos e cargos públicos. Estas restrições estão na Lei das Inelegibilidades, que prevê a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) para os casos de abuso de poder político, econômico e no uso dos meios de comunicação social. Estão também na Lei das Eleições, ao trazer as condutas vedadas aos agentes públicos durante as campanhas eleitorais.
Como conciliar o atendimento de necessidades urgentes da população diante da imensa crise epidemiológica, com as restrições necessárias para evitar que a máquina pública se transforme em cabo eleitoral de partidos e candidatos?
Há notícia de municípios que estão distribuindo cestas básicas quase que indiscriminadamente! A própria lei traz respostas. A Lei das Eleições, ao proibir a distribuição gratuita de bens nos anos eleitorais, excepciona programas previstos em lei e já em execução orçamentária no ano anterior, bem como situações de calamidade pública e estado de emergência. Ainda que já tenha havido a decretação de estado de emergência, no âmbito federal, entendemos que tal se exige em todos os níveis da federação, previamente, a qualquer distribuição de bens.
Deve existir controle legislativo da situação de emergência, evitando que uma decisão dessa gravidade seja feita por ato exclusivo do Poder Executivo. Ocorre que, mesmo em situação de calamidade ou emergência, a distribuição de bens não pode ser feita sem critérios de transparência e padronização, ao sabor de preferências eleitorais. Se isso acontecesse, a conduta seria ilícita, a despeito da gravidade da crise. Tampouco pode ocorrer qualquer tipo de proselitismo político junto aos bens gratuitos distribuídos, pois quanto a isso há uma autônoma conduta vedada, presente no artigo 73, IV, da Lei 9.504/97.
Outras vedações têm como termo inicial 4 de julho, três meses antes das eleições. É o caso das transferências voluntárias de recursos entre a união e os estados e os estados e municípios, a não ser que relativas a contratos preexistentes e em execução orçamentária. Há ressalva de situações de emergência e de calamidade pública, que devem ser decretadas antes das transferências.
Relevante é a questão da publicidade institucional, nos três meses que antecedem o pleito, vedada nas circunscrições em disputa mesmo sem o proselitismo político. A vedação inclui campanhas informativas. A exceção relativa a situações de grave e urgente necessidade pública demanda o prévio reconhecimento pela Justiça Eleitoral. Por fim, a Lei das Eleições veda a contratação de servidores nos três meses antes do pleito e até a posse dos eleitos. Uma das exceções é a contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com a prévia e expressa autorização do chefe do poder executivo.
Nossa conclusão é a de que as leis eleitorais não oferecem embaraço para a necessária atuação do poder público nesta inédita situação de crise, desde que haja a adoção de critérios de padronização e transparência, e não se busque aproveitar o momento para o indevido proselitismo político eleitoral. Se isto ocorrer, haverá abuso de poder e condutas vedadas. A fiscalização das instâncias de controle, como o Poder Legislativo, a Justiça Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral, bem como dos cidadãos, longe de oferecer empecilhos, proporciona a garantia de que os destinatários dos recursos serão efetivamente aqueles que deles mais necessitam.
Especialista orienta sobre o que evitar e como preparar um espaço que ajude na concentração e no bem-estar físico e psicológico
De acordo com uma pesquisa da consultoria Betania Tanure Associados (BTA), divulgada recentemente, 43% das empresas do Brasil estão com seus funcionários trabalhando em casa, pelo menos durante a fase da pandemia do Coronavírus. Das 359 empresas entrevistadas, 60% delas adotaram o home office. Uma das principais preocupações dos especialistas é a saúde mental das pessoas devido ao isolamento social. Este mês, a revista científica The Lancet, publicou uma revisão de artigos e estudos sobre os efeitos psicológicos da quarentena durante a epidemia da SARS (Síndrome Respiratória Aguda), em 2002. O levantamento apontou que 29% das pessoas apresentaram estresse pós-traumático (TEPT) e 31% tiveram depressão após o isolamento.
Uma outra pesquisa, também publicada na The Lancet, e realizada na Califórnia (Estados Unidos) com 398 adultos, analisou o comportamento psicossocial das crianças e pais diante de desastres de pandemia. Todos os entrevistados passaram por momento de reclusão e a pesquisa mostra que 30% das crianças apresentaram sintomas de estresse pós-traumático (TEPT) e 25% dos pais também passaram ela mesma situação, resultando no aumento de quadros de depressão. Dentre os principais sentimentos relatados estavam o medo (20%), o nervosismo (18%) e a tristeza (18%).
“Precisamos ter consciência de que somos impactados pelos ambientes que frequentamos, principalmente, por meio dos nossos sentidos. Consequentemente isso vai influenciar no nosso comportamento. Podemos, por exemplo, criar sensações agradáveis por meio da decoração, para que as pessoas da nossa casa sintam-se acolhidas nesses ambientes, bem como usar um aromatizador relacionado com a natureza, pisar na grama e ouvir músicas que te façam sentir mais calmo”, explica Priscilla Bencke, especialista em neurociência aplicada à arquitetura da Qualidade Corporativa.
De acordo com Priscilla, vale inclusive preparar ambientes e situações dentro de casa que proporcionem memórias positivas para a família, apesar de ser um cenário de muita dificuldade. “Há um tempo foi realizada uma pesquisa pelo Happiness Research Institute, da Dinamarca, no qual pediu-se às pessoas para descreverem uma memória feliz. E nas respostas identificou-se padrões em quase todas elas, como 62% terem ligação direta com aspectos multissensoriais e 56% emocionais. Essa fase da quarentena vai ficar marcada na memória das pessoas, mas a decisão sobre como isso vai ser lembrado depende da emoção que cada um de nós vai dar para esses momentos em família. Se conseguirmos oferecer espaços multissensoriais em casa, por exemplo, podemos trabalhar isso de forma estratégia e contribuir com a formação de memórias positivas”, explica.
Natureza e a iluminação natural
A necessidade de qualquer ser humano é a conexão com a natureza. Pesquisa da Human Spaces comprova que distribuir folhagens e plantas próximas ao espaço de trabalho aumenta em 15% a sensação de bem-estar, 15% a criatividade e 6% a produtividade. A vegetação pode ser criada virtualmente através de imagens, quadros, telas com projeções de imagens ou revestimentos que simulam madeira, pedras e plantas. Além de ser econômico é bem fácil de aplicar no ambiente”, evidencia a arquiteta.
Outro detalhe importante é sobre quem permanece muito tempo em ambientes fechados com ausência de luz natural. Segundo Priscilla Bencke, ficar por longos períodos nesses locais faz com que a pessoa não perceba o passar do dia, desconectando-se do seu relógio biológico. Como resultado pode haver uma dificuldade maior na hora de descansar ou dormir, ocorrendo a temida insônia e que impacta diretamente na produtividade e na saúde. Janelas com vista para a ‘natureza’ ajudam nesse ponto e contribuem, inclusive, para diminuir a frequência cardíaca e reduzir as questões de estresse.
Ergonomia
“Um dos problemas é não se atentar ainda aos limites físicos, como os de postura, e até mesmo psíquicos, transformando o excesso de trabalho em estresse, bem como muitas horas na mesma posição”, alerta a arquiteta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% das dores lombares resultam em problemas mais sérios causando incapacidade funcional e diminuição da produtividade.
Apesar de ser um home office temporário – para muitos – é fundamental alguns cuidados. “O ideal para um ambiente de trabalho home office é escolher cadeiras que possuem pelo menos três funções básicas: regulagens de alturas do assento e do braço, além de encosto com o apoio para a lombar. Caso a pessoa não tenha esse tipo de cadeira em casa ela pode escolher um assento que permita encostar a lombar na cadeira e deixar a coluna reta. E, de preferência, que tenha apoio para os braços”, indica a arquiteta Priscilla Bencke.
Outra dica é para a maioria dos profissionais que trabalha em casa e utiliza o notebook. “Muitas horas de trabalho podem causar desconfortos físicos. Para evitar que esses problemas influenciem na qualidade de vida acrescente um suporte para notebook com mouse e teclado externo. Dessa forma, vai ser possível trabalhar numa postura adequada sem queixas e com mais produtividade. Quem não tem o suporte para notebook pode utilizar temporariamente livros para criar uma altura que deixe o notebook na direção dos olhos, permitindo uma postura correta”, aconselha Priscilla.
Home office x higienização das superfícies contra o Coronavírus
Segundo Caroline Berg, otorrinolaringologista, em decorrência do atual cenário do Coronavírus, alguns cuidados são fundamentais para manter a saúde no espaço de trabalho em casa. “Higienização das mãos, de preferência, com água e sabão. Nas superfícies, use pano embebido em álcool gel, pois ele não evapora tão rápido. Máscara só deve ser usada por quem está doente. E evite colocar a mão no rosto. O uso somente da luva, sem o cuidado das roupas, dos óculos, do cabelo, não adianta em nada”, destaca a médica.
Segundo estudo, publicado pela revista científica “The New England Journal of Medicine”, o novo coronavírus chega a permanecer por longos períodos em superfícies como plástico (até 72 horas); aço inoxidável (48 horas); papelão (24 horas); alumínio e o cobre, como as moedas (cerca de quatro horas); vidro (até quatro dias). A recomendação, portanto, é que de acordo com os estudos que estão sendo feitos, o coronavírus pode ser inativado em um minuto se for feita a higienização correta das superfícies, usando álcool em gel 70% ou 0,5% de água oxigenada, ou ainda água sanitária contendo 0,1% de hipoclorito de sódio. Todos são produtos de limpeza doméstica comuns e podem ser encontrados no supermercado.
Outra orientação do Ministério da Saúde é sobre o cuidado ao andar de elevador. É preciso atenção ao apertar botões, e deve-se entrar uma pessoa de cada vez. Ao fazer aquela saída rápida para ir à farmácia ou supermercado, não ligue o ar condicionado e ande com as janelas abertas. Esta dica vale, inclusive, para as janelas da casa, que devem permanecer abertas o maior tempo possível para ventilar a casa. O órgão do governo recomenda ainda que as pessoas mantenham distância de até um metro (cerca de 3 passos).
Para concluir, Priscilla compartilha maios algumas dicas. “Primeiro de tudo, procure um local reservado na casa que ajude a evitar distrações, inclusive em relação a celulares e redes sociais. Se for possível combine com a família de ser interrompido somente em casos de emergência. Vale até mesmo adotar um visual mais “formal”, como se você estivesse no trabalho, para que todos entendam que você está num momento que exige tranquilidade e concentração. Além disso, invista em espaços de descompressão, como a sala, a cozinha ou outros ambientes compartilhados da casa, para ir durante os intervalos e para que possa interagir com a família.
Priscilla Bencke é arquiteta certificada em Neuroscience for Architecture (EUA), especialista em projetos para Ambientes de Trabalho, consultora internacional de Qualidade em Escritórios pela instituição alemã Mensch&Büro die Akademie, pós-graduanda em Neurociências e comportamento pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS), pós-graduada em Arquitetura de Interiores pela UniRitter Laureate International Universities e graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É responsável pela “Bencke Arquitetura” e “Qualidade Corporativa: Smart Workplaces”, sendo pioneira na aplicação do conceito em projetos de “escritórios inteligentes”. No Brasil, tem realizado cursos e formações de profissionais, sendo a única representante da Mensch&Büro die Akademie na América. Já esteve presente em conferências como Orgatec New Visions of Work, na Alemanha; Worktech, em São Paulo, e a ANFA Conference (Academy of Neuroscience for Architecture), nos EUA, onde recebeu a oportunidade de expor o trabalho realizado no Brasil sobre os grupos que organiza para debater a neuroarquitetura.
Beautiful pregnant belly on a grey background Gestante Divulgação
Após anúncio do Ministério da Saúde especialista esclarece as principais dúvidas
Com o avanço da pandemia o Ministério da Saúde incluiu gestantes e puérperas no grupo de risco para o coronavírus. Até então apenas as gestações de alto risco eram consideradas preocupantes para o desenvolvimento da doença.
Segundo Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, as grávidas estão mais vulneráveis a infecções. “Alguns vírus que já se alastraram anteriormente, como o zika vírus e H1N1, tinham importante implicação para grávidas e seus bebês”, explica.
De acordo com o Ministério da Saúde, mesmo não tendo um estudo concluído sobre o caso, as pesquisas já apontam que na infecção causada pelo novo coronavírus os riscos são semelhantes pelos mesmos motivos fisiológicos do vírus H1N1.
Sem a previsão do término da pandemia, muitas mulheres estão enxergando no congelamento de óvulos uma saída para planejar uma gravidez no futuro. “Nas últimas semanas registramos um aumento de 30% na procura pelo procedimento”, afirma Prado, que é doutor pela Imperial College London e responsável médico da Clínica Neo Vita.
A maioria das mulheres que procurou o procedimento, estava com medo de que algumas teorias ainda não confirmadas, pudessem ser verdadeiras. “Elas temem que o vírus possa causar infertilidade caso sejam infectadas. Porém a Organização Mundial de Saúde já avisou que ainda não há nenhuma evidência científica que comprove essa possibilidade”, esclarece.
O profissional explica algumas das principais dúvidas sobre o tema:
Por que as gestantes fazem parte do grupo de risco? Durante a gravidez a mulher tem todo o seu corpo voltado para a formação dessa nova vida, o que acaba interferindo em todo o sistema imunológico e ficam mais vulneráveis à doença.
Quais os riscos para o bebê? Segundo a Sociedade Europeia de Reprodução (ESHRE) e a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) no mundo existem casos de grávidas com o coronavírus que deram à luz sem efeitos negativos neonatais e bebês saudáveis. No final de março, cientistas chineses relataram que embora raro, é possível que gestantes com o vírus infectem seus bebês. Por isso o reforço de isolamento durante a gestação é ainda mais importante.
De acordo com a associação inglesa Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, de Londres, recém-nascidos e mães não devem ser separados após o parto e a amamentação pode acontecer normalmente mesmo em caso de contaminação pela covid-19. Ainda não há comprovação de como o vírus é transmitido para o bebê.
As mães permanecem no grupo de risco mesmo após o parto? Sim. No período de 45 após o parto o organismo continua vulnerável aos efeitos do coronavírus. Por isso é fundamental restringir as visitas para proteção tanto da mãe como do bebê.
O que a grávida deve fazer se apresentar sintomas? Caso apresente qualquer sintoma suspeito a gestante deve entrar em contato com seu obstetra para que o mesmo avalie e oriente se é ou não indicado a ida até o hospital.
Como fica os casos para quem estava em tratamento de reprodução? O indicado é postergar o momento da transferência por meio do congelamento de óvulos e embriões. Sempre que há algum risco para a gravidez, seja para a gestante ou para o bebê, é prudente aguardar a turbulência passar.
“O momento agora requer cautela. É importante ter serenidade e entender que a prevenção e combate ao coronavírus é o mais importante”, finaliza Prado.