Restrição vai até o final de julho e deve começar a valer para todos os anos; objetivo é permitir reprodução de animais
(Crédito: divulgação | Peixe hilsa)
Bangladesh proibiu a pesca em toda sua costa até o final de julho para tentar aumentar o estoque de peixes do país. O governo do país asiático afirmou que todos os tipos de pesca estavam proibidos e que guardas costeiros fariam a fiscalização durante o período.
Milhares de pescadores planejaram protestar, argumentando que, com a proibição, ficam sem fontes de renda. A banição, de 20 de maio a 23 de julho, acontece durante a temporada de reprodução dos animais. “Esses recursos vão desaparecer se nós não usá-los de forma sustentável” disse o ministro de Pesca de Bangladesh, Ashraf Ali Khan Khatru, segundo o jornal local Dhaka Tribune. “Devemos primeiro deixá-los crescer e se reproduzir. Se não for assim, vamos sofrer no futuro”, completou.
A guarda costeira e a marinha de Bangladesh estão circulando pelas águas do país — sobretudo pela Baía de Bengal — desde a decisão.
Não é a primeira vez que o governo local estabelece restrições no setor: banições de curto prazo na venda de peixes foram implementadas no passado, mas é a primeira vez que qualquer atividade ou modalidade de pesca é proibida — e por um longo período. O governo ainda afirmou que a restrição será imposta todos os anos entre 20 de maio e 23 de julho a partir de 2019.
Associações de pesca pediram que o ministro reconsidere a decisão, argumentando que tudo o que já foi pescado e está hoje na geladeira de cada pescador não vai durar todo o período de restrição. Eles também pediram que fosse dada uma compensação financeira aos mais afetados. Peixes como a hilsa, são partes importantes da dieta local e também para a economia de Bangladesh.
A hilsa, uma espécie de peixe relacionada ao arenque, é muito popular e procurado no subcontinente indiano por ser encontrada em abundância na Baía de Bengal — é o peixe nacional de Bangladesh. No entanto, o excesso de pesca fez com que a população de animais caísse nas últimas décadas. O país é responsável por cerca de 60% do total de caça global e do mercado de hilsa — que é avaliado em US$ 2 bilhões.