A quelação é um processo químico comum na indústria alimentícia, mas agora está sendo usada para melhorar a suplementação
Crédito: divulgação
Os minerais são nutrientes da classe dos “micronutrientes”, da qual o organismo humano depende pouco em comparação às quantidades necessárias de carboidratos, proteínas e gorduras para satisfazer as demandas do corpo.
Como qualquer outra classe de nutrientes, os minerais podem ser divididos em várias subclasses: eletrólitos, macrominerais, microminerais e elementos traços. Alguns deles, como ferro, cálcio e fósforo, são fundamentais para qualquer pessoa, enquanto outros, como estrôncio e cádmio, não são tão necessários.
Assim como acontece com as proteínas, quando se consome muita energia em uma atividade física – caso de frequentadores de academias -, é natural que o corpo também demande mais minerais do que um indivíduo sedentário precisa cotidianamente.
“Quando as necessidades alimentares não são alcançadas, é possível que deficiências desses elementos apareçam primeiro. As pessoas que não conseguem se alimentar com quantidades suficientes para atender às necessidades de micronutrientes acabam dependendo do uso de suplementos vitamínicos e minerais”, explica Diogo Círico, da Growth Supplements.
“A suplementação não é a salvação para todos os casos: mesmo com uma suplementação vitamínica e mineral, é possível que as necessidades não sejam alcançadas”, completa.
Círico ainda afirma que é comum ouvir dos seus pacientes que, quando a suplementação indicada não fornece os resultados esperados, eles desejam aumentar as doses – às vezes até dobrá-las. Para ele, isso é um equívoco. “Os micronutrientes em excesso também trazem malefícios. A pessoa que possui objetivos específicos em relação ao desempenho nos treinos ou à mudança física precisa consumir quantidades exatas de todos os nutrientes – quantidades que atendam às suas necessidades sem gerar excesso”, diz.
Mas e os minerais quelatos?
De acordo com o nutricionista da Growth, cada nutriente possui dezenas de formas químicas, e os minerais, em específico, podem passar por um processo chamado de quelação, cuja intenção é favorecer, facilitar e otimizar os nutrientes que eles possuem naturalmente.
O magnésio, por exemplo, é um mineral que faz parte da formulação de qualquer multivitamínico: quando está em sua forma de óxido, ele tem baixa absorção pelo organismo, mas quando é quelato, sua estrutura molecular é modificada, aumentando a biodisponibilidade e, por consequência, melhorando a absorção pelo corpo humano.
Outro exemplo é o do aminoácido, que só é atingido pela indústria alimentícia após a hidrolização de uma fonte de proteínas, juntamente com a exposição do mineral ao material hidrolisado. Esse processo resulta em uma composição molecular especial com mudanças nas cargas elétricas.
Os minerais quelatos, que também podem ser chamados de minerais orgânicos, são, assim, nutrientes com formulação molecular especial, geralmente com um carregador principal, que pode ser um aminoácido ou um carboidrato. “Minerais quelatos são mais bem aproveitados pelo organismo, quer dizer, possuem melhor biodisponibilidade quando comparados a minerais em sua forma óxido, carbonato ou sulfato”, explica Círico.
“Informações e comprovações que atestam a maior eficiência dos quelatos no processo de complementação nutricional ou até mesmo na reversão de alguma condição patológica são comprovados e demonstrados com trabalhos de pesquisa”, finaliza.