Por Cícera Katiucia da Silva
CRESS/RN 3595
Assistente Social – Casa Durval Paiva
A atuação do Assistente Social se dá desde o primeiro momento em que o paciente e seu acompanhante chegam a Casa de Apoio – encaminhado geralmente pelos hospitais de referência no tratamento do câncer – uma vez que o Serviço Social configura-se como porta de entrada da instituição. Assim, a prática cotidiana do profissional envolve diversos conhecimentos/saberes, haja vista a necessidade de uma visão crítica acerca da realidade vivenciada pelo grupo familiar.
Conhecer a realidade de vida do núcleo familiar permite ao profissional entender o contexto social no qual está inserido o paciente, uma vez que o processo saúde-doença não se limita única é exclusivamente ao tratamento clínico, envolve também aspectos emocionais e sociais – fatores determinantes para o processo de tratamento do paciente – a cura.
O acolhimento faz-se extremamente importante, tendo em vista muitos estarem em Natal pela primeira vez para realizar um tratamento. Oitenta por cento das crianças e adolescentes atendidos pela Casa Durval Paiva são oriundos do interior do Estado do Rio Grande do Norte, necessitando ser acolhidos e ouvidos para expressarem suas dúvidas e angústias. Assim, o Assistente Social é o tradutor da realidade de vida do paciente e sua família para os demais membros da equipe multiprofissional, intervindo por meio de instrumentais técnicos operativos como o acolhimento, a escuta humanizada, a entrevista e a visita domiciliar que proporcionam ao profissional, conhecer e entender a realidade sócio familiar, orientando-os e informando-os acerca dos serviços e benefícios prestados pela instituição.
O Assistente Social é responsável pelo acolhimento inicial do paciente e seu acompanhante, realizando o cadastramento, orientando e esclarecendo dúvidas acerca da rotina diária, encaminhando-os posteriormente à equipe multiprofissional para avaliação e acompanhamento.
É importante aqui destacarmos a relevância do significado da palavraacolher, uma vez que proporciona não somente ao paciente, em especial o público alvo da instituição – crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas – mas também o grupo familiar, suporte e apoio necessário durante todo o processo de tratamento, contribuindo para o resgate da dignidade, cidadania e qualidade de vida da família a qual encontra na equipe o acolhimento tão necessário para continuar firme diante da nova realidade/conjuntura.
Portanto, acolher é muito mais que o simples gesto de dar a mão, é dar apoio e suporte aqueles que chegam sem saber o porquê de estar naquele lugar/ambiente. É entender o significado do ouvir e do falar, quando o verdadeiro significado do ser se resume a se colocar no lugar do outro, ou seja, ter a sensibilidade de sentir a dor do outro. Acolher é construir e reconstruir vínculos fragilizados por dificuldades em algum momento da vida – é simplesmente cuidar!