A candidata a prefeita de Natal, Márcia Maia (PSDB), esteve na unidade básica de saúde das Quintas e na antiga maternidade do bairro, que foi fechada pela Prefeitura de Natal e deslocada para Morro Branco. A deputada constatou, em visita nesta quarta-feira (17), o descaso do Município e a revolta da população. As principais reclamações ficaram por conta da necessidade de chegar às 3h para tentar conseguir uma ficha de atendimento na unidade ou, no caso das gestantes, de se deslocar até a zona Sul para consultas materno-infantis.
A dona de casa Maria da Conceição da Silva, 46, nascida e criada nas Quintas, chegou hoje às 4h na unidade e esperou até 9h para receber a ficha de número seis para consultar a neta com o pediatra de plantão. “Só tem uma funcionária aqui para distribuir as fichas para todo mundo e ela avisou que só ia entregar 20 porque tinha que sair para um curso. É um sofrimento o que fazem com a gente aqui”, desabafou.
Já a professora aposentada Joanita de Souza, 55, chegou às 4h30 para tentar conseguir atendimento e pegou uma ficha, mas duas pessoas ao seu lado, um idoso e um deficiente físico, não tiveram a mesma sorte. “A nossa situação aqui é péssima. Se for para ficar assim, é melhor fechar logo o posto”, declarou.
Márcia conversou com os moradores e ouviu testemunhos do abandono com a saúde de Natal. O líder comunitário das Quintas, Naelson Borja de Miranda, lembrou que além das enormes filas e falta de atendimento na unidade básica, os moradores da região também sofrem com o fechamento da maternidade.
“A Prefeitura paga R$ 100 mil de aluguel em um prédio em Morro Branco para abrigar a maternidade, quando poderia investir R$ 100 mil por mês aqui numa reforma e devolver o serviço à população”, disse Naelson. Em torno de 1.500 pessoas do bairro e comunidades vizinhas eram atendidas por mês na maternidade, com serviços de pré-natal, exames e partos, e agora têm que se deslocar até a zona Sul.
A deputada reforçou a necessidade urgente de se transformar o quadro, com uma mudança de postura do poder público que começa por ouvir a população e atender seus anseios, mas também por um processo de reestruturação e regionalização do atendimento para garantir a prestação do serviço à população.
“Os moradores das Quintas, Alecrim, bairro Nordeste e tantas comunidades vizinhas não podem ficar sem a maternidade. É dever do gestor público servir a população, e neste caso, oferecer saúde digna e de qualidade aos cidadãos”, destacou.