É importante que todos entendam que é da natureza do gêmeo: Querer dormir junto, brincar junto, estudar junto, brigar junto, passear junto. Isto é, interagir sempre! Não parece obvio? E qual é o problema?
O gêmeo divide o útero por meses sem ser incomodado. Porque quando o gêmeo nasce, os adultos inventam regras para que ele não viva de acordo SUA natureza? A busca pela individualidade acaba acontecendo naturalmente – e deve partir do próprio gêmeo. Ela pode ser estimulada pelos pais, mas JAMAIS imposta.
Depois de quase 6 anos mergulhada neste universo, posso dizer que o individuo gêmeo prefere viver os conflitos da relação gemelar, a ter que viver separado de seu co-gêmeo. Os prejuízos emocionais do excesso de convivência, são MUITO menores do que a lacuna que fica quando NÃO temos a oportunidade de vivenciar essa relação na sua plenitude.
Qual é a graça de ser gêmeo se não temos o direito de escolher se queremos ou não compartilhar a vida DO NOSSO JEITO? Qualquer interferência atrapalha muito a dinâmica de uma relação gemelar que já é muito complexa.
Texto de Jemima Pompeu, gêmea bivitelina e pesquisadora do tema, autora do projeto “Vizinhos de Útero” – uma página na internet totalmente dedicado aos gêmeos adultos e familiares.